capítulo 6

Hayato

Cheguei à residência dos Yamamoto, observei bem a casa antes de um dos empregados me deixar entrar e me conduzir para uma sala. Ryotaro saiu de outra sala fechando a porta, ele me cumprimentou indicando outra sala maior enfrente aquela que saiu.

Enquanto ia naquela direção, percorri meus olhos pela casa, mas não vi sinal da Ayumi, enquanto caminhava, ouvi uma pancada na porta da sala de onde Ryotaro saiu. Sentamos e havia homens meus e dele ali, fui direto ao assunto querendo explicações sobre o acordo que seu filho Akira quebrou.

Ele teve a cara de pau de dizer que pode ter ocorrido um mal-entendido de algum de seus funcionários, ele acha que pode me fazer de idiota?

— Então, senhor Yamamoto, deveria escolher melhor os seus funcionários, sabe que esse tipo de erro pode custar a vida de alguém.

Eu queria deixar bem claro, que se ele quebrasse nosso acordo novamente havia mortes, e isso incluía seu filho. Durante nossa reunião ainda ouvi barulhos e até um grito vindo daquela sala, não era da minha conta se estavam torturando alguém ali dentro, mas por algum motivo, me senti incomodado, ainda mais que não vi Ayumi em lugar algum.

Enquanto chegávamos a um bom termo, vi um dos seus filhos saindo daquela sala e vindo em nossa direção, ele se desculpou, pediu licença e falou algo no ouvido do velho. Percebi que sua expressão havia mudado, ele levantou se desculpando, dizendo que teria que adiar nossa reunião, ainda disse que sua filha não estava passando bem e teria que levar ela ao hospital.

Senti um nó no estômago quando ele falou da Ayumi, respondi compreender, que marcaria outra reunião. Ele saiu apressado e o seu funcionário me acompanhou, ele entrou na sala e fiz questão de caminhar mais devagar, assim que entramos no carro, perdi que o motorista esperasse um pouco e só saísse quando eles saíssem da casa.

Nosso carro estava mais atrás, então teria que passar por eles e assim fizemos, Akira estava carregando ela que estava envolta em um sobretudo, porém em seu rosto pude ver claramente que havia muito sangue.

Uma fúria subiu dentro de mim, o que ela poderia ter feito para machucá-la assim? Mesmo ela sendo daquela família, eu tinha que admitir, ela eu não queria machucada.

Ayumi

Comecei a recobrar um pouco a consciência, pude sentir um peso sobre meu corpo e uma dor entre minhas pernas, com o movimento que meu corpo fazia, sabia que ele estava me violentando. Eu não conseguia me mexer, o pouco que consegui abrir meus olhos, mesmo que um pouco embaraçados, pude ver o Ichiro sentado no braço do sofá olhando tudo e se masturbando.

Se eles não eram monstros, não sabia o que eram, se chegaram a esse ponto, não sabia mais o quão sórdidos poderiam ser. Eu ainda sentia dor por todo meu corpo e principalmente pelo que Akira estava fazendo, senti uma pressão muito forte na cabeça e a escuridão voltou.

Acordei algum tempo depois com minha cabeça doendo, ainda estava tonta e com a visão um pouco borrada, a enfermeira que fazia uma medição viu que abri meus olhos e saiu correndo para chamar o médico.

O médico que entrou chamou meu nome, não olhei em direção a ele nem respondi, ele chamou meu nome mais algumas vezes e continuei do mesmo jeito. Ele chegou mais perto colocando uma pequena lanterna em frente aos meus olhos.

A expressão dele não era das melhores, ele franzia o cenho, pediu que chamassem outro médico e avisasse minha família. Isso era o que menos queria agora, ver aqueles monstros, porque não chamaria eles mais de minha família, porque monstros era a única coisa que podia os definir.

Pouco tempo depois outro médico veio e começou a me examinar, quando estava na minha frente pude ler em seu crachá, que era psiquiatra. Enquanto me examinava, ouvi que mais alguém entrou no quarto, permaneci do mesmo jeito que estava, imóvel.

Ouvi a voz que emanou no quarto e percebi que era a voz do Akira, aquela voz era a última que queria ouvir e aquele rosto era o último que queria ver. Ouvi ele perguntando como eu estava, como se isso fizesse alguma diferença para ele.

Pude ouvir o médico respondendo que reagi ao estímulo da luz, então minha visão não tinha sido comprometida. Ele disse que o problema era psicológico, que eu havia aparentemente mergulhado em uma espécie de desrealização. Ele explicou que se tratava de um transtorno pós-trauma, que eu havia me desligado da realidade, como se estivesse em outro lugar.

Ele explicou ainda sobre as causas do transtorno e mais outras coisas, o médico e a enfermeira saíram deixando ele no quarto. Akira se aproximou de mim, se sentou na cama e chamou meu nome.

— Você realmente quis se desligar da realidade? Aqueles momentos foram tão ruins assim? — ele falou isso e passou a mão pelo meu rosto.

Se ele ao menos soubesse o nojo que tinha dele. Ouvi a porta do quarto abrindo novamente, dessa vez foi a voz do meu pai que ouvi. Akira se levantou e foi falar com ele, eu permanecia na mesma posição, o olhar em direção a janela, sem emoção, sem esperança.

— Quando ela vai recuperar a lucidez? Ela ainda não assinou, depois que assinar pode ir até para outra dimensão que não me importo — assinatura, sempre a maldita assinatura, era só nisso que ele pensava.

Akira lhe explicou que o médico disse que não poderia dar uma previsão, que isso dependeria do meu próprio cérebro, se eu realmente queria voltar à realidade. E eu tinha motivos para voltar? Ser espancada, violentada e humilhada novamente, isso não fazia parte dos meus planos.

“Inútil”, essa foi a palavra que ele disse antes de sair dali, Akira ainda se aproximou da cama dizendo que voltaria. Eu havia ficado três dias inconsciente, agora que acordei ainda não poderia fazer o que ele tanto queria.

Eles não voltaram mais naquele dia e eu agradeci aos céus por isso, a noite havia chegado, as enfermeiras me deram banho e podia ver o olhar de pena que lançavam para o meu corpo, eu ainda estava cheia de hematomas pelo corpo e rosto, somente um idiota não veria que fui espancada e violentada, já que pelo que ouvi, disseram que cai da escada.

No silêncio escuro daquele quarto eu tentava adormecer, mas não conseguia e nem queria. Tinha medo de dormir e sonhar com o que aconteceu, medo de reviver tudo aquilo de novo, medo de voltar a realidade. Ouvi barulho no quarto, mas a luz não foi acesa, somente a claridade de fora adentrava aquele ambiente.

Vi quando alguém encapuzado pegou meu braço para aplicar algo, a voz de um homem soou do outro lado da cama.

— Não é para injetar nada nela, são ordens do chefe, a garota não pode fazer nada, nem gritar, então não precisa, e tome cuidado, ela está bastante machucada.

Um dos homens tirou o soro, me pegou no colo me colocando em uma cadeira de rodas e saíram me levando para fora daquele quarto, eu não sabia quem eram e o que queriam, e quem poderia ser o chefe deles, eu estava com medo, não sabia se era o Akira quem havia mandado fazer isso ou quem estaria me levando dali.

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Comments

Fatima Gonçalves

Fatima Gonçalves

É ISSO AU ELE VAI SE VINGAR POR VC

2024-04-09

0

Michelly De Jesus

Michelly De Jesus

o seu salvador está te ditando do inferno bebê

2023-11-20

5

Dani Leite

Dani Leite

Seu salvador chegou🙏🏻👏🏻🥰

2023-05-10

0

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