Ayumi
Antes de voltar para casa passei em um restaurante primeiro, não queria almoçar com a família, caso estivessem em casa. Ali é cada um por si, só se juntam quando eles precisam da ajuda uns dos outros, são como verdadeiros abutres.
Enquanto almoçava pensei ainda algumas vezes no Hayato, como tive a sorte e o azar de conhecer aquele homem. Enquanto almoçava, um dos sócios do meu pai apareceu na mesa cercado de alguns seguranças, era o mesmo velho nojento para quem meu pai me entregou.
— Se não é a princesa Ayumi, como pode você ficar mais linda a cada dia que passa? — fiz uma reverência com a cabeça, mas esse maldito ainda fez questão de pegar minha mão e beijar.
A minha vontade era de socar a cara desse homem, eu sabia as coisas sujas e sórdidas que fazia com garotas mais novas, ele sempre dava um jeito de conseguir algumas meninas. Minha vontade era arrancar suas bolas e fazer ele comer.
Mas esses meus desejos teriam que ficar somente na minha imaginação, já que não aprendi muita coisa de artes marciais, a prioridade sempre foi meus irmãos. Eu sempre assistia escondida os treinos e depois tentava reproduzir os golpes sozinha.
Poucas foram às vezes que o mestre me ensinou às escondidas, eu não daria conta de todos esses homens que estavam juntos com ele, antes de matá-lo, eu já estaria morta.
Depois que ele fez seu teatrinho foi para uma sala reservada que tinha ali, assim que a porta foi fechada molhei a ponta do guardanapo no copo de água e passei na minha mão, estava com nojo. Terminei minha refeição e segui para casa.
Cheguei e havia um certo silêncio na casa, não vi o carro de nenhum deles, na garagem, ainda bem que estava sozinha, subo para meu quarto e quando abro a porta, meu irmão estava lá, sentado na minha cama e uma peça de roupa minha em sua mão.
Akira era o que eu mais tinha medo dos meus três irmãos, ele tinha um olhar frio e sombrio, e eu percebia esse olhar em minha direção algumas vezes, eu o achava um verdadeiro psicopata.
— O que você quer no meu quarto Akira?
Ele se levantou da cama deixando uma blusa minha que estava na mão dele e veio na minha direção.
— Você não me avisou que voltaria hoje, ou então, eu mesmo teria buscado você no aeroporto.
Ele parou na minha frente me olhando de um jeito que me deu arrepios.
— Desde quando preciso te informar alguma coisa? — Ele sorriu, passou a mão por seu cabelo e voltou a me encarar.
— Sou o filho mais velho, depois do nosso pai, eu que mando, então você tem que me respeitar.
Passei por ele e deixei minha mala perto da cama, voltei a encará-lo, eu tinha medo dele, mas não ia demonstrar.
— Eu não pertenço a você, não tenho obrigação nenhuma com você — o sorriso cínico em seu rosto desapareceu e sua expressão agora era bem sombria.
— Você pertence, só não se deu conta ainda.
Ele disse essas palavras antes de sair do meu quarto fechando a porta, corri e a tranquei. Aquelas palavras fizeram meu coração acelerar, eu não sabia o que ele queria dizer ou acho que não queria entender, porque se fosse mesmo o que eu estava pensando, ele era mais doentio do eu imaginei.
Hayato
Entrei no meu carro ainda desnorteado, não queria acreditar que realmente ela era uma Yamamoto, eu sei que ela não tem culpa, e que nem participa de nada sujo daquela família, mais é daquela família, o máximo que poderia fazer era usar ela para me vingar deles.
Eu já havia pensado nesse plano algumas vezes antes, mas eu ainda não a conhecia, não havia visto seu sorriso, seus olhos com aquela expressão, minha cabeça estava a mil.
Olhei para fora do carro e vi ela entrando no carro com ajuda do motorista, pedi que seguissem o carro dela com descrição, não sei por que motivo fiz isso, mas fiz. Ela não foi direto para casa, passou em um restaurante e eu entrei também, fiquei em uma mesa mais longe, mas que dava para ver bem ela.
Pedi a comida, já que estava ali mesmo, havia marcado um almoço para acertar umas contas, mais isso teria que esperar, em um certo momento um homem se aproximou da mesa, ela cumprimentou o senhor e vi quando pegou sua mão e beijou, eu reconheci aquele imbecil, era um tipinho da pior espécie, mas senti uma raiva repentina de vê-lo beijando a mão dela, não sei por que motivo fiquei com raiva, mas fiquei.
Assim que ele se afastou, ela limpou sua mão com água, eu sorri percebendo que ela tinha o mesmo nojo que tenho por ele. Logo ela se levantou e foi embora, dessa vez foi direto para a residência Yamamoto, residência essa que mais tarde eu estaria, será que veria ela hoje novamente?
Ayumi
Tomei um banho e me arrumei, queria sair antes de ver meu pai. Para minha infelicidade, quando olhei pela janela vi os três carros lá fora, ou seja, meus outros dois irmãos e meu pai haviam chegado. Peguei minha bolsa e desci, se desse sorte poderia passar sem que me vissem.
Como sempre não tive muita sorte, assim que desci as escadas ouvi a voz do meu pai.
— Aonde pensa que você vai? — me virei e lá estava ele me olhando com desprezo como sempre fazia.
— Tenho um compromisso papai — tentei ainda argumentar, mas foi inútil.
— Você tinha um compromisso, entre na sala, temos que conversar.
Ele falou se virando e entrando em uma das salas que havia na casa, a sensação que tive naquele momento foi de que estava indo para um matadouro.
Entrei na sala e lá estava meus irmãos, Akira, Ichiro e Isao, com meu pai. Entrei e me sentei e todos me olhavam, eu realmente estava ficando apavorada agora, então meu pai começou.
Ichiro
Isao
— Aí está o documento em que você passa todas suas ações e bens para o meu nome, e abre mão dos seus direitos para seus irmãos — ele fala isso e aponta para mesinha no centro.
— Pai, eu já disse, isso é tudo que me resta da mamãe, as minhas ações e bens nem chegam perto do que o senhor já tem, por que isso é tão importante?
Ele bateu a mão na mesa e eu me assustei.
— Você não precisa saber ou entender, só precisa fazer o que estou mandando, com suas ações serei o acionista majoritário e seu avô não poderá fazer nada — entendi naquele momento o motivo, sempre mais e mais poder, nunca era o bastante.
Eu me levantei e respondi mais uma vez.
— Não me peça isso, papai, mesmo que eu quisesse, o vovô não permitiria, me peça qualquer coisa, mas não me peça as ações e bens da mamãe — meu pai não pensou duas vezes quando falei isso, se levantou me dando um tapa que me fez cai no chão.
Senti o gosto metálico na boca, gosto esse que já senti inúmeras vezes pelas agressões dele e de meus irmãos, ele se aproximou segurando meu braço.
— Sua imprestável, como ousa dizer o que posso ou não pedir a você? Eu já estou cansado de fazer isso de modo fácil, mas hoje será no modo difícil, então você assina, ou sairá daqui morta hoje.
Minha intuição realmente estava certa, estava indo para o matadouro, e o pior era que a minha própria família era a executora. Eu não sabia se era pior cair nas mãos dos inimigos do meu pai ou nas dele, ou melhor, eu sabia, seria melhor as dos seus inimigos.
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Atualizado até capítulo 67
Comments
Joselia Freitas
Tomara que o bonitão chega a tempo 🤔👏🤣
2025-03-13
0
Rosa
Cruzes 😲😲😲
2025-03-09
0
Guimarães Silva
sinistro
2024-12-21
1