CAPÍTULO 2: EDUARDO

Eduardo era um homem de 28 anos, negro, alto e muito lindo, chamava atenção onde ia. Fazia o tipo ostentação: amava baladas e noitadas, o verdadeiro oposto de Gabriela.

Se conheceram através de amigos em comum e desde o dia que foram apresentados, ele se empenhou em conquistá-la. Seis meses depois de começarem a namorar, Gabriela se encontrava num impasse, pois embora ele fosse alguém muito importante pra ela, sabia que não o amava.

Era o melhor vendedor da empresa, mas sonhava em crescer ainda mais no trabalho, então fazia uso de todo seu charme para arrasar nas vendas e se destacar. Formado em administração , sempre estava um passo à frente de seus concorrentes e não perdia oportunidade de fazer um bom negócio.

De fato, as pessoas olhavam pra eles e não entendiam porque estavam juntos, afinal eram muito diferentes, mas quando estavam sozinhos se davam muito bem: amavam atividades ao ar livre e gostavam do humor um do outro.

Porém, quando saíam, ela sempre ficava aborrecida, embora tentasse não deixar transparecer. Era chato ver que quando as mulheres se ofereciam pra ele, ele nunca cortava, ao contrário, meio que flertava com elas na sua frente.

_Você tem que entender que ela é uma cliente em potencial. - Dizia ele.

_E que potencial, heim?! Ela quase se jogou em seu colo! - Retrucava.

_Você precisa deixar de ser criança, flerte não é nada demais. Não ficaria tão insegura se nosso namoro fosse pra valer.

_Mas Edu, a nossa história é pra valer, não fala assim. - E como sempre, ele a fazia se sentir culpada e infantil.

Ela pensou muitas vezes em terminar, gostaria de estar com alguém que não a fizesse se sentir insegura, mas ele foi uma grande companhia durante a recuperação de seu pai, que graças a Deus se encontrava muito melhor e já tinha voltado a trabalhar.

Agora ela estava se preparando pra dar uma guinada em sua vida e correr atrás dos projetos esquecidos hà dois anos, quando escolheu ficar e cuidar do homem da sua vida: seu pai.

Gabriela pega um táxi e vai para a festa que seria numa ilha, um lugar lindo e exclusivo. Nessa noite ela queria muito agradar seu namorado, ele a algum tempo estava chateado com ela, pois sempre insistia em ter mais intimidade, mas como sempre sonhou esperar até o casamento, dava um jeito de se esquivar e não passava de beijos e abraços.

_Você já tem 20 anos, vai esperar até quando? - Ele sempre reclamava. _Acha que tenho sangue de barata?

Doía ver que ele não entendia sua vontade, mas ela sempre sonhou com algo especial e não abriria mão disso.

_Lindo, se eu esperar até 100 anos ainda vai me querer? – Pergunta, tentando parecer engraçada e aliviar a tensão.

_Não sei porque perco meu tempo, estou de saco cheio disso, não sou mais criança e você também não. –Dito isso, foi embora sem ao menos se despedir, com os olhos cheios de raiva.

Gabriela balança a cabeça para espantar as lembranças desagradáveis, já tinham se desentendido antes, mas nada parecido com o que aconteceu na noite passada.

Mesmo enviando várias mensagens pra ele durante o dia, não obteve nenhuma resposta, mas ela sabiaque quando ele a visse tão produzida assim iria amar, pois sempre pedia que ela se arrumasse mais, que tivesse um visual mais montado.