CAPÍTULO 4: ORGULHO FERIDO, CORAÇÃO EM PEDAÇOS

Aquilo que estava vendo jamais poderia ser chamado de beijo, era mais uma amostra grátis de sexo! As mãos dele percorriam todo corpo dela e ela tocava seu membro, claramente excitado.

_Como se atrevem? – Ela grita. Ela se aproxima daquela cena repugnante e agarra a mulher pelos ombros, a jogando no chão. Ele olha pra ela confuso, sem entender o que está acontecendo.

_ Como pode fazer isso comigo? Como você me trai assim?!

_Gabriela, para de ser histérica, isso não é nada demais. - Ele retruca.

_Que nojo! Me traindo numa festa cheia de conhecidos e ainda por cima com uma sirigaita dessas! - Diz, apontando para a mulher, que já estava de pé, ajeitando o vestido. Agora se lembrava dela, era uma das “colegas de trabalho” que viviam mandando mensagens pra ele, que sempre alegava ser uma dúvida do trabalho. E pensar que ele sempre dizia pra ela parar de ser neurótica e de ver problema onde não existia...

_Sirigaita não! - Esbraveja a ruiva. _ Não me culpe por ser mais mulher que você! Achou mesmo que o Edu iria ficar casto, esperando o dia que a donzela resolvesse ser mulher de verdade?! Por que está me olhando assim? Todos sabem que vocês nunca dormiram juntos, que você não serve pra nada. Acha que é a primeira vez que fico com ele? Onde acha que ele vai quando sai da sua casa? Onde acha que ele se satisfaz de verdade, depois de passar vontade com uma filhinha de papai como você?!

Atordoada, Gabriela se vira e olha para ele, não querendo acreditar no que viu e ouviu.

_E tem mais: pela quantidade de vezes que ele dorme lá em casa, posso considerá-lo meu homem, meu macho. Se pensar bem, quem está sobrando nessa história é você! Eu sou de verdade, enquanto você não passa de distração!

Ela ouve tudo isso olhando nos olhos de Eduardo, que a essa altura já estava recomposto e dá de ombros encarando-a de volta, afinal, ele jamais admitiria estar errado. Nem numa situação vexatória como aquela.

_Foi você que me levou a isso. Sou homem e você sabe bem que sempre te avisei que tenho necessidades. Já que você nunca quis me satisfazer, procurei quem quisesse. Agora para de escândalo que nosso relacionamento nem era pra valer!

_Como assim não era pra valer? Você disse que gostava de mim, ficou no meu pé por meses, até eu aceitar namorar com você.

Ele sorri com desdém e diz:

_Você sempre se fez de difícil e isso despertou em mim a vontade de te conquistar, afinal amo um desafio e gosto de me exibir.

_Mas você me disse que me amava, te apresentei pros meus pais, você me pediu em namoro pra eles, por que fez isso? Por que brincou comigo? - Ela pergunta entre lágrimas.

_Já que você quer saber, eu te respondo: PORQUE FIQUEI SABENDO QUE ERA VIRGEM! Satisfeita agora? Eu queria ser o cara que tiraria sua virgindade! Você era o meu troféu! Nada mais que isso: UM TROFÉU! Mas não imaginei que fosse tão frígida e infantil, nem mulher parece ser! O meu tempo com você foi em vão! Agora cansei, vá embora pra sua casa, que por mim já deu o que...

Seu discurso é interrompido por Louise, que lhe dá um tapa na cara tão forte, que o faz girar.

_IDIOTA! -Grita Louise, olhando-o com desdém.

Gabriela a olha aturdida, sem conseguir digerir tanta informação e se perguntando com ela sabia que eles estavam ali naquele canto escuro.

_Vamos embora daqui, miga. Deixe esses dois, eles se merecem!

Foi então que Gabriela, após sair do torpor em que se encontrava, olha para ao redor e vê algo que faz seu estômago revirar: uma multidão os cercava com seus smartphones ligados, fotografando, filmando e rindo aquela cena patética em que ela era a palhaça que entretia a multidão.

Louise a puxa pelo braço, abrindo caminho entre os curiosos, a tirando daquela que seria a pior festa de sua vida; mas não sem antes ouvir Eduardo gritar: