CAPÍTULO 12: O PEDIDO

A semana seguinte foi incrível:  mesmo trabalhando em home office, Henry passava muito tempo com Mel e Gabriela. Eles passearam pela cidade, despertando muitos olhares curiosos e comentários, deixando aquela pequena cidade em polvorosa.

Certo dia, quando saíram para tomar sorvete, Melina segurou nas mãos de Henry e Gabriela e os três andaram de mãos dadas, o que fez o coração de Gabriela transbordar de amor. “Parecemos uma família de verdade. Queria poder parar o tempo e curtir mais ainda esse momento.... Oh, céus, estou perdida, já não bastava ser apaixonada pelo pai, agora também caí de amores pela filha. O que vou fazer quando saírem da minha vida? ”

_Dou um doce por seus pensamentos. – Brinca Henry oferecendo-lhe um pirulito.

_Não é nada demais, só estou curtindo esse momento.

_Impossível não amar a Mel, não é mesmo? – Então ele a olha profundamente e diz: _ Quero te agradecer por tanto amor e cuidado por ela. Estava muito preocupado com a partida da Luzia, a Mel já sofreu tantas perdas e eu sabia que essa seria muito dificil, mas você tornou tudo mais fácil, deixou tudo mais leve.

“Por favor, não me olha assim, tenho vontade de te abraçar aqui mesmo! ”

Enrubescida, Gabriela desvia o olhar e questiona:

_Você já decidiu sobre Dubai?

_Ainda não, mas tenho pensado em uma saída ideal, em breve digo a você.

“Haja coração, esse homem não sabe como mexe comigo! ”

Á noite Henry saiu com amigos de infância para uma festa, deixando Gabriela enciumada e triste, pensando em Henry cercado de mulheres. Ela sabia que não deveria se sentir assim, mas era impossível controlar seus sentimentos.

“Ah, Henry Leclerc, pare de perder tempo com essas aí, será que você é cego e não vê que sou tudo que precisa? ” Ela ri de si mesma e de seus pensamentos: “Acho que estou ficando biruta” kkk

Ela é  interrompida  por seus pais:

_Boa noite, filha, estamos indo dormir.

_Boa noite, durmam com Deus, amo vocês! –Ela os abraça e dá um beijo em seus rostos. Então deita no sofá da sala de televisão e decide assistir seu dorama favorito: Eternal Love, que conta a incrível história de amor Proibido de Bai Qian e Ye Hua. Em meio a suspiros e lágrimas, ela adormece.

Em seu sonho, ela era a sedutora Raposa de Nove Caldas, Bai Qian e Henry era o poderoso Príncipe herdeiro Celestial, Ye Hua, então após se encontrarem no Palácio do Mar, vivem uma tórrida cena de amor . Ela acorda e estava toda suada e excitada, só de se imaginar vivendo aqueles momentos com Henry sentia seu corpo arder literalmente. “Esse homem mexe comigo como nenhum outro o fez”. Quando se levanta para tomar um banho gelado, ela ouve batidas na porta.

_Quem é?

_Bibi, abre, estou com medo! – Implora a pequena Melina.

Ela corre até a porta e abraça a menina.

_Ô meu amor, o que faz aqui sozinha a essa hora da noite? - Gabriela faz carinho em sua cabeça para acalmá-la.

_É que acordei e meu papai não estava, então senti muita saudade e vim te ver. – responde Mel, em meio a soluços.

_Meu anjinho, não fique assim, o que acha de assistir nossa série favorita, Hearthlandy? A tia Bibi vai fazer pipoca e a gente come com refrigerante, tá bom?

_Oba! Eu quero, Bibi!

Gabriela coloca a série para assistirem, acomoda Mel embaixo das cobertas e vai para a cozinha preparar o lanche. Então ela aproveita para avisar Henry o que aconteceu.

_Alô, Henry? Tudo bom?

O som de música estava muito alto ao fundo. Gabriela ouviu gritos animados e gargalhadas, enfim, ele estava curtindo enquanto ela estava em casa se empanturrando de doces e refrigerante. Isso não estava certo.

_Oi Gabi. Tudo bom, sim. Aconteceu alguma coisa?

_Desculpe incomodar, mas te liguei pra avisar que a Mel apareceu aqui em casa. Disse que acordou e não te viu e se sentiu muito sozinha, então veio pra cá. Como não sei quem estava tomando conta dela, resolvi te ligar pra que você avise para que ninguém se preocupe.

_Ah, sim, obrigado por cuidar dela na sua folga. Pode deixar que aviso sim.

_Ok, estamos assistindo nossa série favorita, mas ela está quase dormindo.

Ela desliga o telefone e se impressiona com quanto ciúmes estava sentindo. Sua vontade era se arrumar e ir até a tal festa trazê-lo para casa. Ela abraça o telefone e diz baixinho:

_E vê se volta logo!

Então ela deita no sofá novamente com sua pequena e dormem abraçadas.

Gabriela acorda ao sentir cócegas no nariz, quando abre seus olhos vê que Henry estava fazendo carinho em seu rosto. “Meus sonhos estão cada vez mais realistas”- pensa e fecha novamente os olhos.

_Ei, dorminhoca, será que dá pra acordar?

Ao ouvir a voz de Henry ela dá um pulo e se levanta do sofá.

_Calma Gabi, desculpe, não queria te assustar, chamei na porta e liguei no seu celular, mas você não atendeu. Então quando vi que a porta não estava trancada, reuni toda coragem que tinha e resolvi entrar na toca do urso Estevão. Por falar nisso, onde ele está? – Pergunta olhando ao redor e fazendo cara de medo.

_kkkkk cadê a sua coragem? Tem medo do meu pai? Estou decepcionada. Quer tomar um café?

_Aceito sim, aquela música alta fez minha cabeça doer.

Então Gabriela se dirige à cozinha e o coração de Henry quase sai pela boca: ela usava um conjuntinho de dormir cor de rosa, o short era tão curto que deixava grande parte do seu bumbum de fora, sem contar sua blusa de alcinha de malha fina, que deixava ver a auréola de seus seios.

“O que é isso? Como ela pode ser tão sensual sem nem ao menos perceber? Minha vontade é de agarrá-la e lhe dar uns tapas no traseiro para ela aprender a não ficar de trajes íntimos na presença de homens”- só de imaginar dando palmadas naquela bunda perfeita e arrebitada, Henry percebe que começou a ficar excitado.

“Calma aí,amigão. Não me faça passar vergonha”- ele balança a cabeça para assustar esses pensamentos e tenta se concentrar em algum ponto acima da cabeça de Gabriela, que está de costas passando o café e dando pra ele uma visão privilegiada de todo seu corpo escultural.

_Será que podemos conversar lá fora? – Ele estava ficando sem ar e de repente a cozinha lhe pareceu claustrofóbica. Sua vontade era agarrar ela por trás  e esfregar sua virilidade nela para mostrar o que havia feito com ele.

_Que tal irmos pro balanço?

Os dois se sentam no balanço e Henry percebe que os seios de Gabriela estão túrgidos, sua pele arrepiada denunciando que está com frio. “Ah, que vontade de aquecer seu corpo todo!”

_Henry, Henry, ouviu o que eu disse? - Gabriela lhe encara séria. _Te perguntei duas vezes sobre sua decisão. Desculpe insistir é que estou ansiosa, mas por que está me encarando com essa cara estranha? Fiz algo de errado?

Envergonhado, Henry diz:

_Não, claro que não. Não foi nada. Sim, tomei uma decisão, mas preciso te perguntar: você sabe como Dubai é diferente daqui?

_Sim, claro que sei, é um país extremamente quente, no verão a sensação térmica é de até 50 graus. Sei que é um país com leis muito rígidas e que há pessoas de todo mundo lá, que possui mais estrangeiros que nativos.

_Vejo que andou se informando- ele sorri para Gabi.

_Sim, há anos pesquiso muito sobre os Emirados Árabes, aquela cultura me fascina, embora eu saiba que morar é diferente de fazer turismo, sempre quis muito conhecer aquela região. Sigo muitos perfis no Insta e me inscrevi em alguns canais do Youtube de brasileiros que moram lá. Pesquisei sobre quase tudo e creio que consigo me adaptar .- diz com grande empolgação.

_Fico feliz que esteja levando essa possibilidade de morar lá tão a sério.

_ Sim, pra mim seria um grande sonho, ainda mais com a minha pequena Mel. E completou em pensamentos: “ E com você, meu grande amor”.

_É tão bom te ouvir dizer isso, sabe que a sociedade lá é extremamente conservadora, não é? Me preocupei muito com a Mel vivendo em um lugar assim sem ter uma família completa, sem a presença de uma mãe. Até mesmo em meus negócios, sinto uma barreira por parte de investidores mais conservadores ao saberem que sou pai solteiro, muitos me encaram como se eu não fosse estável ou confiável.

_E o que vai fazer? Não vai mais levar a Mel? - Pergunta Gabriela preocupada com a tristeza que a menina ficaria se isso acontecesse.

_Não, de forma alguma, esse mês que passei longe dela foi horrível para ela e para mim. Não abro mão da minha filha.

Gabriela o interroga:

_O que vai fazer então?

_Precisamos de alguém que ame a Mel, que goste de estar em família, que saiba e queira tomar conta de nossa casa e transformá-la num lar, além de estar disposta a morar em Dubai.

Gabriela o olhou confusa, por que ele a estava descrevendo? Acaso já não sabia que ela queria ir? Por que tanto rodeio?

_Sabe, Pequena Gabi, eu preciso mais que uma babá, preciso de uma esposa. Então quero propor a você o seguinte: topa ser minha esposa e mãe da Mel enquanto vivermos em Dubai?

“AI MEU DEUS DO CÉU, EU VOU MORRER! SERÁ QUE EU OUVI DIREITO? O AMOR DA MINHA VIDA ME PEDIU EM CASAMENTO? SERÁ QUE ESTOU DELIRANDO? - Atônita ela olha pra Henry, que diz:

_Calma, não me olhe assim, deixa eu explicar direito: claro que não seria um casamento de verdade, seria um acordo comercial entre amigos. Você faria o papel de minha esposa nos eventos sociais, cuidaria da minha casa como achasse melhor e seria a mãe da Mel perante a sociedade. Sei como você a ama e não seria sacrifício pra você cuidar dela.  Em compensação, te pagarei o dobro do salário que recebe hoje, um guarda roupa novo porque em Dubai é necessário se vestir com opulência em todos os eventos, além de contar com motorista e empregada à sua disposição. Se achar necessário, pode contratar uma babá pra te ajudar com a Mel. Sem contar um cartão que ficará com você para que possa sempre comprar o que precisar.

A cabeça de Gabriela girava e ela tentava processar todas aquelas informações. “Será que ainda estou sonhando? Não é possível, isso é bom demais pra ser verdade!”- então ela tenta se controlar e pergunta:

_E quanto á nós? E nossa relação?

_Não se preocupe, como disse será um acordo comercial. Você presta esse serviço à minha família e continuaremos somente amigos. Será  por um ano, creio que nesse tempo terei concluído a instalação da minha filial em Dubai e depois disso encerramos nosso contrato de casamento.

_Então teremos um casamento de fachada por um ano?

Henry responde:

_Prefiro pensar que será um casamento de conveniência, bom pra mim e pra você. Caso aceite, precisaremos ser muito discretos em nossa vida particular e devemos abrir mão de encontrar outras pessoas nesse período, entende?

“Por que eu procuraria outra pessoa se tudo o que eu quero é você, Henry? Quer saber, você já é meu e não sabe. Vou usar esse ano pra te conquistar, vou te cercar de tanto amor que você não vai ter outra opção senão me amar de volta, ou não me chamo Gabriela Rezende”.

_Confesso que não foi assim que esperava ser pedida em casamento. Mesmo sendo um casamento de fachada.

_De conveniência.- a corrige Henry- vai ser bom pra nós dois, você vai ver.

_Eu aceito- reponde Gabriela que se aproxima e lhe dá um selinho. _ Desculpe, mas você me devia esse beijo, afinal acabou de me pedir em casamento, mesmo sendo de mentira.

Então Henry a envolve em seus braços e diz:

_Quando devo algo, gosto de pagar direito.

Ele a abraça mais apertado e lhe beija ardentemente, segurando seu pescoço. Suas línguas começam uma dança envolvente, e seus corpos se sentem atraídos um pelo outro.

“O melhor beijo da minha vida”- pensa Gabriela.

“Você é uma delícia”- suspira Henry ao sentir seu coração disparar. Então ele desce sua boca até a orelha dela, que estremece quando ele mordisca seu lóbulo. Ao lamber seu pescoço, ela geme:

_Ai, Henry...

Ao ouvir o som da sua voz, Gabriela sai do transe e interrompe o beijo:

_Acho que é hora de você ir...

Henry passa a mão nos cabelos, tentando recobrar o juízo e concorda:

_Sim, verdade. Já vou pegar a Mel. Então temos vinte dias pra resolver tudo e ir para Dubai. Preciso estar lá dia 2 de Abril. Amanhã vou comunicar com meus pais e você aproveita e conversa com os seus, ok?

_Oh, não. Não tinha pensado nessa parte. Que Deus nos ajude!

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