Herói ou refém?

...Isis on...

Estou completamente acabada, meu irmão Alec morreu a anos e só soubemos agora, Mabel deve estar sendo torturada e nossa família só consegue brigar.

Tento ajudar como posso sempre, disponibilizei tudo ao meu alcance para todos que chegaram agora, estou trabalhando feito uma doida, tenho duas grifes para inaugurar em Paris e Milão só nesse mês e agora tenho que repor mais de oito mil peças nas lojas que tenho aqui perto, pois peguei tudo que tinha em estoque.

Tento me preocupar com o trabalho por que quando penso no caos que estamos, meus problemas bobos perecem até um alívio.

De todos da família a que menos se envolve em questões da matilha sou eu, ajudo como posso, mas minha vida é totalmente independente.

Quando eu era pequena eu era louca pelo Rael, nós nunca fomos exatamente próximos, mas sempre amei como ele era inteligente e não ligava para reconhecimento ou qualquer coisa, ele sempre gostou de criar e inovar, eu também, só que em ramos diferentes.

Cresci me inspirando nos garotos, já que eles conseguiram fazer uma empresa do zero, então quis tomar meu rumo, fazer as coisas do meu jeito e consegui.

Isso me afastou um pouco do resto da família, pois tive que estudar moda fora da cidade e a pouco voltei, já bem estabelecida e cheia de projetos.

Rever o Rael despertou algumas emoções que preferia ter mantido a sete chaves, ele nunca deu entrada, então não tinha motivos para tentar uma proximidade depois de tanto tempo.

Tenho meus lances por aí, aproveito bastante, estou bem assim e está tudo certo.

Até ver o pânico, o medo e o desespero que ele estava.

Ele saiu porta fora, as minhas pernas me levaram até ele, foi instantâneo, sem pensar e quando percebi estava abraçada nele.

O mais incrível e assustador foi quando ele virou e correspondeu, não existem palavras que descrevem o que senti.

E quando trocamos olhares tudo ficou em câmera lenta.

Click, seriam fogos de artifícios?

Só existia a gente ali, nada mais importava por quê estávamos juntos.

E eu era dele e ele meu.

Ele me beijou como se tivesse descobrindo o céu, foi delicado, carinhoso e intenso.

Tudo em um só beijo casto.

Nos abraçamos e assim ficamos por quase uma hora, não era preciso falar, nossos olhos conversavam.

...Derek on....

Senti eles do escritório, foi uma ligação intensa, descobriram um ao outro nos seus piores momentos e agora são um só.

Companheiros, os dois são companheiros.

Lucian nos chamou, é quase duas da manhã.

Chego antes de todos na sala e logo todos estão aqui, Isis e Rael chegam por ultimo como se nada tivesse acontecido.

Derek – Isis, Rael, parabéns pela união, fico feliz em saber que se encontraram e agora são um.

Todos olhos vão para os dois que estão queimando de vergonha, nossa mãe está chorando, rindo, pulando e batendo palmas.

Que os Deuses me deem forças, que escândalo.

Demora quase uma hora para que todos acalmem os ânimos e voltarmos ao assunto principal.

Lucian da um sorriso de vitória.

Lucian - Fiz como Mia disse, Marcus retornou na hora, já está tudo organizado, estarão nos esperando em 5 dias.

Lucian - O combinado é eu, Derek e Michel irmos.

Rael já ia rosnar, mas Lucian interrompe.

Lucian – Entenda, fora sua irmã você é o único ser vivo que tem sangue Target, você ir não é uma opção.

Lucian – Quanto ao André nem acho que preciso explicar, colocaria tudo a perder em menos de um minuto.

Pela primeira vez na vida, não discordo dele.

Ele conhece bem a região e Michel é muito equilibrado emocionalmente, sem contar que é o comandante das nossas tropas, ótimo em combate.

Derek - Se quisermos chegar a tempo devemos sair daqui amanhã de manhã, Rael organize o nosso voô.

Os cinco dias passaram voando, chegamos no palácio no prazo.

Estamos no salão principal, fomos recebidos por duas senhoras que creio serem as bruxas.

Nunca fiz tanta força para segurar Lian, ele sentiu cheiro de sangue lycan nas roupas delas assim que entramos.

Lucian e Michel não expressaram nada, mas sei que os dois também perceberam.

Erebus aparece descendo as escadarias e logo atrás, seu filho Marcus.

Marcus - Sejam bem-vindos.

Comprimento com a cabeça e Erebus não fala nada.

Marcus – Nos sigam, vamos conversar em um ambiente mais adequado.

Saindo da sala passamos por uma porta, sinto um cheiro fraco adocicado, parecem frutas, talvez framboesas, não tenho certeza, mas é o melhor perfume que já senti.

Sentamos em volta de uma mesa redonda, Lucian faz todos os trâmites com Marcus, Erebus não pronuncia nenhuma palavra assim como eu.

Marcus – Bom pai é uma oferta incrível.

Erebus – Mabel não está disponível, para trocas ou vendas.

Marcus - Repense pai, Mabel já dizimou nossos inimigos, não precisamos mais dela.

Erebus – Temos um acordo que não pode ser desfeito, não há negociação.

E a porta se abre.

Vários sucumbus aparecem e fazem formação.

E novamente o cheiro, é viciante.

Então ela entra, sei que é ela, esse cheiro é dela, só pode ser.

Não consigo ver nada do seu rosto, ela está totalmente coberta por uma máscara.

Os sucumbus entram em formação para lhe dar passagem, então ela atira um saco pesado em cima de mesa que vai rolando até Erebus.

Meus olhos encontram os dela mesmo com a máscara, sei que ela está me olhando, pois eu enchergo até sua alma.

Quem olha o que tem no saco é Marcus.

Marcus – Ótimo trabalho, como sempre.

Ela se vira para sair e um sucumbus alto entra e então ela para.

Ele passa direto por ela e fala para Erebus.

Sucumbus – Senhor, como me ordenou observei tudo.

Erebus – Fale.

Sucumbus – Nós ganhamos, mas não sobrou ninguém, eram 8.000 inimigos e nós 11.000, todos os 19.000 estão mortos.

Sucumbus – Foram em média 3.000 a 4.000 inimigos mortos por Mabel, fora os que os nossos homens mataram e sobrou em torno de 6.000 dos nossos homens que ganharam a batalha, esses também foram mortos por suas mãos, enquanto estavam retornando para o palácio.

Ela matou em torno de 10.000 sucumbus, é como se ela tivesse derrotado todo o exército inimigo sozinha e mais de 2.000 dos seus.

Os números são inacreditáveis, isso simplesmente não existe, nem mesmo para os sobrenaturais.

Mal pude concluir meu raciocínio, ela foi tão rápida que nem parece ter se mexido, felizmente por ser alfa, tenho a visão mais apurada que os demais e vi ela cortando a cabeça do sucumbus fora, em milésimos de segundos.

Essa não é a mesma garotinha que cresci ao lado, isso eu tenho certeza.

Até meu lobo Lian que não costuma ter expressões notáveis esta perplexo.

Mabel – Se pretende fazer algo ande de uma vez, cansei de jogos Erebus.

Ela virou o rosto rapidamente para falar e voltou a ficar de costas, ela parece estar exatamente do mesmo modo de quando parou pela primeira vez, a única coisa que muda é o chão ensanguentado, o corpo e a cabeça decepada.

As duas bruxas vão se aproximando aos poucos, isso aqui vai virar uma zona de guerra em instantes.

...Mabel on....

Do dia em que tentaram atacar o palácio até esse momento estou lutando, não sei quantas semanas foram, mas não sentei, dormi, urinei ou bebi sequer um gole de água em todos esses dias, fora outras necessidades básicas.

Minhas feridas dos dias em que fui castigada estão todas abertas, como no dia em que foram feitas, não pude parar e estou levando meu corpo ao limite, eu simplesmente não consigo curar.

Enfrento a dor e tento ganhar essa guerra, é o último grupo de sucumbus realmente grande fora o de Erebus, depois disso só existem colônias pequenas com menos de 200 sucumbus.

Quando isso acabar, os sucumbus serão uma espécie quase em extinção e minha missão vai ter se concretizado.

Se os lycans forem espertos vão continuar dizimando as pequenas colônias até não restar nenhuma, mas se não fizerem, pelo menos não correm mais riscos de serem atacados nem em seus vilarejos menores.

Só restou Erebus e esse outro grupo grande.

Quando ganhamos a guerra esperamos um dia para seguir na estrada para o palácio.

Nesse dia repus um pouco de minhas forças e agora vai ser muito pior, Erebus ao todo tem 15.000 homens e mandou 11.000 para a batalha, não sei quantos restaram, mas se eu matar todos serão só 4.000 quando eu chegar.

E quando eles dormem em silencio eu rapidamente começo o ataque.

Levo a cabeça do lider dos inimigos como presente, sempre faço isso para lembra-lo que a próxima pode ser a dele.

Tem um sucumbus fazendo todo levantamento da batalha, não vou matar ele agora, quero que Erebus saiba o que fiz.

Volto sozinha para o palácio, agora não tenho mais nada a perder.

Matei todos que precisavam ser mortos, libertei meus irmãos e não tenho mais nada que me impeça de o matar.

Primeiro as bruxas, depois Erebus e por ultimo Marcus, quando eu matar Erebus já estarei morrendo também, deixar o mais fraco por ultimo me parece uma boa escolha, caso eu não consiga ficar viva tempo o suficiente para o matar.

Quando chego no palácio sinto um cheiro delicioso amadeirado, fico em êxtase por um momento.

Os sucumbus que são guardas do palácio entram na minha frente, fazem a formação, abrem espaço para eu entrar na sala e quando chego quase caio dura.

Mas que merdä eles estão fazendo aqui? Isso vai dar ruim.

Estava tudo planejado, tudo organizado, se ele pegar qualquer um deles de refém, já era.

Que cheiro maravilhoso, pelos Deuses o Derek está lindo, o cheiro só podia ser dele, sinto os seus olhos atravessarem a minha máscara, os nossos olhos se encontram mesmo com ela bloqueando a sua visão.

Faço o mesmo de sempre, atiro o saco com a cabeça e viro as costas para sair, então o sucumbus espião entra.

Bösta, péssima hora.

Paro e escuto quando ele termina de falar, adeus.

Mabel - Se pretende fazer algo ande de uma vez, cansei de jogos Erebus.

E as bruxas começam a se aproximar.

Hora do show.

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