CAPÍTULO DEZOITO

 — Acredito que quando eu ou você descobrir, você não terá mais motivos para ter medo de mim, Monica.

 — Acredita mesmo nisso?

 — Acredito também que teremos uma convivência melhor. Vou analisar essa situação enquanto eu estiver fora.

 — Quanto tempo dessa vez?

 — Espero que sejam só três dias. Mas ainda não tenho certeza. Talvez os compradores queiram mais informações além das que já enviei e das que estou levando. - ele beija sua cabeça. - É melhor você dormir agora. O motorista pode te levar naquele spa. Não precisa devolver o roupão, é uma cortesia. - ela levanta a cabeça para olhar em seus olhos. Ele franze as sobrancelhas. - Tem mais perguntas?

 — Acho que não. Mas queria olhar para você.

 — Durma, querida. - Ben diz sorrindo. - Quero velar teu sono por um tempo, antes de sair.

 — Vai sair tão cedo?

 — Quanto antes eu for, mais rápido volto.

Ela assente repousando a cabeça e a mão no peito dele, e adormece ouvindo e sentindo seu coração bater. Quando ela está em sono profundo, Ben a deita no travesseiro e a olha por um bom tempo antes de se levantar e, assim que está pronto, vai até seu cofre no escritório e retira mais um conjunto de joias para presenteá-la. Mas antes de fechar o cofre, uma caixinha bem menor e de cor diferente das outras caixinhas, chama a sua atenção.

Todas as caixas de joias são da cor vermelho escuro, quase vinho, com detalhes dourados. Essa é em preto com mais detalhes dourados que as outras. Ele a abre para admirar a peça delicadamente acomodada numa pequena almofada preta. Uma das pedras mais raras do mundo, jaz no cume trabalhado e adornado com pequenos diamantes que juntos formam quase cinco quilates. Mas o verdadeiro espetáculo, é a pedra central. Uma painita de três quilates, que sozinha, soma várias vezes o valor dos quase cinco quilates de diamantes. Painita é uma pedra vinho escuro, a pedra parece ser preta, dependendo da luz.

“ — O que Monica acharia desse anel? Gostaria dele?” - ele pensa admirando o anel entre seus dedos\, depois o guarda cuidadosamente. - “Quando eu vir aquele brilho intenso em seus olhos por mim, você o terá, Monica. Prometo que será seu, quando você for absolutamente minha! Só minha, Monica… se esforce.”

Ele dá uma última olhada no anel, fecha a caixinha e a tranca de volta no cofre, em seu lugar de destaque. Durante todo o tempo que fica admirando o anel, Ben o imagina no dedo de Monica e o quanto ficaria bonito adornando sua mão, mas afasta esses pensamentos quando tranca o cofre.

Então vai até sua mesa e escreve num pequeno cartão em branco. “Separei esse conjunto para você, Monica. Com carinho, Ben.” No quarto, ele deixa a caixa em cima da mesa de cabeceira ao lado de Monica, e o cartão em cima da caixa. Dá um beijo suave em seu rosto e sai, para embarcar em seu jatinho particular.

No jatinho, dois de seus gerentes já o aguardam, assim como um secretário. Nada de mulheres nessa viagem. Ele realmente vai tratar de negócios, mas não dos negócios que falou para Monica. Seus advogados já estão tratando das vendas das empresas que não têm nada a ver com joias.

 — Vai mesmo simular um concurso? - pergunta Joseph, o gerente mais velho em sua empresa.

 — Sim. É para isso que estamos indo. Vamos selecionar os atores para participarem como autores dos designs e como juízes da competição.

 — Mas ela realmente não desconfia que os desenhos dela já foram escolhidos, Ben? - pergunta Robert, o segundo mais velho. - Ela deveria desconfiar, depois de você tê-la levado às outras agências.

 — Eu disse a ela que iria conhecer seus concorrentes. Não há motivo algum para que desconfie. E já paguei pelos desenhos que poderiam estar concorrendo. Vou mandar aperfeiçoá-los e fazer joias exclusivas.

 — Se você diz. - Robert se acomoda na poltrona.

 — Ainda não entendo porquê não fala para ela que seus desenhos vão ser a nova coleção. É muito mais simples, Ben. - Joseph observa.

 — Está brincando, Joe? - Robert opina. - Se ele nem revela para o mundo que ela é sua esposa…

 — Vou cochilar. - Ben interrompe a discussão, inclinando sua poltrona. - Me acordem quando chegarmos a Sunderland.

 — O piloto acorda. Estávamos falando em dormir até chegarmos lá, pouco antes de você chegar. - Joseph fala, também inclinando sua poltrona.

 — Perfeito! Assim vocês não ficam falando como matracas durante o voo. - Ben cobre os olhos com uma máscara de dormir.

Ben e seus auxiliares precisam de cinco dias para escolher e treinar as pessoas que estão cursando teatro e artes cênicas, para atuarem como concorrentes e juízes para seu falso concurso. Tudo para Monica não saber que ele já a escolheu para assinar sua próxima coleção de joias. Além disso, pede a Robert e Joseph, que marquem uma reunião com ela para anunciar o tal concurso, e dizer-lhe os nomes dos outros participantes, que apresentarão os designs que ela conheceu nas outras agências.

Durante cinco dias, Monica assiste na televisão, apenas especulações sobre o paradeiro de Ben e sobre quem seria sua companhia, uma vez que tanto Naomi quanto Layla são vistas constantemente em Londres, e sempre sem ele.

 — Ele está tratando de assuntos da empresa, idiotas! - Monica fala baixinho, antes de encher o garfo, mais uma vez com seu jantar.

 — Você parece saber bastante coisas sobre ele. - Monica para o garfo a caminho da boca, quando ouve a voz perto da porta. - Deveria dar uma entrevista a eles.

 — Ben! - ela deixa tudo em cima da mesinha de centro. - Você voltou! - diz correndo até ele, e se atira em seus braços.

 — Sentiu mesmo minha falta? - ele pergunta sorrindo, enquanto a envolve em seus braços, mas sem realmente acreditar.

 — Sempre sinto sua falta, Ben. - há carinho em sua voz quando responde o abraçando de volta.

 — Está se apaixonando por mim, senhora Smith? - ele acaricia suas costas, sentindo sua cabeça encostada em seu peito.

 — Por que essa pergunta de novo, Ben? Parece que quer que eu me apaixone por você, só para me mandar embora. - ela levanta a cabeça para o olhar nos olhos. - É isso o que quer?

 — E com quem eu faria sexo selvagem se você se for? - ele pergunta franzindo o cenho. - Mas você não respondeu minha pergunta. - Está se apaixonando por mim, Monica? - ele segura seu queixo suavemente, para que continue olhando para ele.

 — Continuo sentindo o que sempre senti por você, Ben. - ela mostra um leve sorriso.

 — Isso inclui o medo? - ele pergunta suavemente.

 — Sempre tento não sentir isso, Ben.

 — Mas ainda assim, sente. - ela engole seco, apesar da voz ser suave. - Tem que me deixar fazer sexo selvagem com você sem pensar que algo pior vai acontecer, Monica.

 — Eu tento, querido. Mas… - ela respira fundo. - ele me invade… não consigo controlar.

 — Vamos tentar daqui a pouco. - ele a beija, impedindo-a de responder. - Por que está jantando aqui? Por que não está usando a sala de jantar? - ele muda de assunto.

 — É muito grande e muito solitária. Já é grande demais para dois e, para mim sozinha, é imensa. Mas a mesa está posta, quer jantar?

 — Estou mesmo faminto. - ele a olha inteira, correndo o olhar por todo o seu corpo, como no primeiro dia em que a viu. - Mas vamos jantar primeiro. Quero você forte hoje, porque isso vai durar a noite toda.

 — Ben… - ela engole seco.

 — É só relaxar, Monica. Não vai acontecer nada com você além de sexo. - ele sorri maliciosamente, ainda olhando seu corpo. - Vamos jantar primeiro.

Carregando o prato dela, ele a guia até a sala de jantar, e se senta ao seu lado na imensa mesa de mármore, para comerem juntos, e nota que Monica não está mais se alimentando.

 — Já está apreensiva. - ele balança a cabeça de olhos fechados. - Posso ser selvagem e carinhoso ao mesmo tempo. - ele fala olhando em seus olhos, depois pega o garfo da mão dela. - Posso te alimentar?

 — Sim. - ela abre a boca para receber o mimo que Ben está disposto a fazer.

Depois do jantar, ele a leva para sala de estar para tomarem vinho. Duas taças depois, ele a carrega em seus braços para o quarto principal, e a beija antes de deita-la na cama.

 — Apenas relaxe, querida.

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