De noite, Lavínia voltou para concessionária trocando mensagens com Justin, ele a esperou em sua sala e
perguntou ao vê-la entrar:
- O que queria me perguntar?
- Eu sei que talvez não vai me contar\, mas quem exatamente é Harry?
- Por que essa pergunta? – ele perguntou desconfiado.
- Curiosidade apenas... – mentiu Lavínia.
- Curiosidade? Tem algo que queira me contar? – ele perguntou se debruçando na
mesa.
- Não! Eu só o acho misterioso demais.
- Ele é assim\, ninguém sabe dele – mentiu percebendo a tensão de Lavínia.
- Não tem relatórios?
- Ele cresceu aqui\, sua família sempre esteve aqui e ele é último da família Dilanie.
- Ah...
- Tem certeza que não quer me contar nada?
- Tenho – ela respondeu se retirando.
Claro que Justin não ia deixar isso abatido, encontrou Harry treinando com o saco de pancadas, ele segurou o saco e perguntou:
- Podemos conversar um pouco?
- Tá – ele respondeu tirando as luvas de boxes.
Os dois sentaram sobre o colchonete e Justin contou:
- Lavínia me procurou perguntando quem você realmente era.
- E o que respondeu?
- Nada\, eu contei só que é último de sua família e que cresceu aqui...
- Não contou sobre Amy?
- Se depender de mim\, ela nunca saberá\, muito menos do tempo que ficou fora...
- Ótimo\, prefiro que seja assim.
- Mas você sabe o motivo dessa pergunta? – perguntou Justin curioso.
- Acho que é porque a deixei sozinha no bar.
- Por quê?
- Eu não sei\, estava bêbado demais – respondeu percebendo que ela não tinha contado nada a ele e quis manter assim.
- Acha que ela gosta de você?
- Acho que ela realmente lésbica – respondeu levantando-se cansado da conversa.
Na noite seguinte, Kevin convocou Harry e Lavínia e contou mostrando as fotos e mapas:
- Os agentes do Cruciatus foram vistos entregando na mansão do governador um pacote e um pendrive\, o governador foi viajar para a Capital\, deixou sua família e claro que os seguranças... Quero que vocês vasculhem a mansão.
- Não acha que ele pode ter levado o pacote e o pendrive junto? – perguntou Lavínia olhando para o pendrive preto.
- Sim\, mas pode ter alguma pista\, algo do tipo\, só quero que verifiquem e também estou te dando a sua primeira missão.
- Sabe dirigir moto? – perguntou Harry sem olhá-la.
- Sim.
- Então vamos.
- Espere! Como vamos entrar na mansão?
- Te conto no caminho – avisou Harry deixando a porta aberta a esperando segui-lo.
Harry parou na sala de equipamentos, separou algumas roupas e mandou:
- Vista isso.
- Está bem...
- E não esqueça o colete por baixo – mandou a vendo ir em direção ao vestuário com a sacola na mão.
Demorou um pouco para ela voltar e ele já estava com todos os acessórios no corpo. Harry a olhou com reprovação, separou algumas armas e foi colocando nos cintos de Lavínia, ela somente se preocupou em guardar munição em seus bolsos internos e escolher dois revolveres. Parou de olhar suas armas quando o sentiu colocar uma faca no seu cinto da perna o ouvindo perguntar:
- Nunca se perguntou o que acontece quando acabam as balas?
- Não... – respondeu colocando sua jaqueta de couro.
Os dois pegaram mais algumas ferramentas e foram para a garagem, ele ligou a moto e avisou:
- Vamos em um só veículo para não chamar atenção.
- Está bem... – aceitou pegando o capacete de sua mão.
Lavínia ao subir na moto, segurou em sua cintura e Harry disparou em direção a um dos bairros mais nobres de Los Angeles, ao chegar próximo a mansão, começou a andar devagar, já havia avistado os dois seguranças, tirou do seu bolso sua Zarabatana e quando passou pelos dois assoprou os dardos, tão rápido
que foi difícil até mesmo para Lavínia acompanhar, ele estacionou a moto na calçada da frente, sem dizer uma palavra ela o seguiu, o viu lançar um dardo na câmera da frente e ela perguntou o vendo checar os bolsos dos seguranças que estavam desmaiados:
- Zarabatana\, jura?
- Sim – respondeu pegando a chave do portão automático.
Ele abriu o portão, ela entrou na frente com o revolver na mão, mas não havia ninguém atrás dos portões, Harry passou em sua frente e a ouviu perguntar:
- Matou os seguranças?
- Não... São soníferos nos dardos – respondeu a guiando para trás da mansão.
Harry abriu o painel de disjuntores, tirou um alicate do cinto e cortou dois fios, as luzes de toda a mansão se
apagou e ele disse sério:
- Vamos\, essa é a nossa chance.
Lavínia tocou em uma janela e sussurrou avisando:
- Está aberta.
- Vamos por ela então – disse a vendo abrir o vidro sem fazer barulho.
Os dois entraram, ficaram atrás do sofá, ele entregou uma lanterna para Lavínia e sussurrou em seu ouvido:
- A mansão é muito grande\, vamos nos dividir\, você procura a sala de monitoramento pela esquerda e eu pela direita\, ok?
Lavínia assentiu, foi a primeira a sair detrás do sofá, não escutava nada na mansão, com a luz baixa da lanterna subiu as escadas e foi para a esquerda, Harry foi logo em seguida.
Andando pelo segundo andar, em um dos cômodos saiu Yasmine que estava enrolada em um lençol apontando uma pistola, Harry deu uma leve risada e comentou:
- Que bela recepção.
Ela deu o primeiro disparo, mas ele desviou, Lavínia escutou o tiro do outro lado e correu em direção ao som pensando em Harry. O agente deu uma rasteira em Yasmine, ela caiu largando a arma, o lençol soltou e seus seios ficaram amostra, Harry pegou seus dois braços, sentou em suas costas a mantendo de bruços, foi quando o
jardineiro, seu amante, apareceu apontando uma arma mandando:
- Larga ela ou estouro seus miolos cara.
- Que coisa feia para uma senhora casada – debochou Harry vendo o homem de cueca.
Mansamente estava Lavínia atrás, bateu com o cano do seu revolver na nuca do jardineiro, Harry espetou um dos seus dardos em Yasmine e desejou:
- Tenha bons sonhos mocreia.
- Rápido Harry – mandou Lavínia arrastando Harry.
Harry entendeu, havia seguranças se aproximando, ele pegou Yasmine no colo e arrastou o jardineiro, os colocou deitado na cama e os cobriu com o lençol, correu até Lavínia e a guiou para dentro do cômodo de onde Yasmine havia saído:
- Ela estava nos esperando.
Ele trancou a porta, Lavínia olhou ao redor e percebeu que era a sala de monitoramento, já estava acostumada a fazer isso na delegacia, apagou as filmagens de uma hora e desligou as câmeras dizendo:
- Sem pistas...
- Eu vou pegar as filmagens do dia anterior\, quero saber se conseguimos algo sobre o pendrive...
- Sim – ela disse fuçando dentro das gavetas e achou um notebook vermelho\, o ligou e percebeu que tinha senha.
- O que vai fazer? – perguntou Harry conectando em dos computadores seu disquete para gravar os vídeos.
- Vou hackear este notebook – respondeu plugando meu HD.
Jogou um vírus através do seu celular, conseguiu localizar a senha do notebook e começou a copiar todos os arquivos, Harry se aproximou comentando:
- Até que você é espertinha... Depois apague todos dados do notebook\, vamos acabar com a vida desse merda.
- Sim senhor.
Enquanto estavam silêncio, ouviram bater na porta e uma dócil voz infantil perguntar:
- Mamãe você está aí?
- Sua mãe está no quarto – disse sua babá que já imaginava que havia gente dentro da sala – Vem comigo que vou te colocar na cama.
- Está escuro\, estou com medo.
- Não fique... Eu estou bem aqui.
Harry quando percebeu que elas estavam longe mandou:
- Ande logo com isso.
- Acabei – ela disse guardando seu HD de volta em seu bolso interno da jaqueta.
Harry destrancou a porta, não havia ninguém no corredor, ligou sua lanterna, segurou a mão de Lavínia e a guiou de volta para fora, voltaram para a moto e seguiram em direção ao prédio.
Os dois chegaram a 00h no prédio, Justin os recebeu no elevador perguntando:
- Acharam alguma coisa?
- Talvez\, eu vou descobrir – respondeu Lavínia com um sorriso confiante.
- Kevin ainda está aqui? – perguntou Harry percebendo que Justin os seguiam.
- Não.
Justin os deixou sozinhos, Harry caminhando depressa contou:
- Nós temos ótimos computadores no laboratório e eu vou lá para ver os vídeos que salvei\, quer ir lá também\, para ver se acha algo no que salvou em seu HD?
- Claro – respondeu tirando a jaqueta.
Os dois foram para o laboratório, ela sentou em uma das mesas com computadores, plugou seu HD, enquanto Harry sentou na mesa do lado e colocou seu disquete, Lavínia checou que havia 5000
pastas e contou:
- Todas as pastas têm senhas.
- Vai conseguir abrir? – perguntou Harry indo para o seu lado com a cadeira de rodinhas.
- São 5000 pastas\, vai demorar um tempão.
- Divide comigo – pediu entregando um pendrive.
- Sabe fazer isso?
- Se eu não soubesse não ia pedir para dividir – respondeu sério.
- Você é bastante gentil com as palavras Harry – ela disse conectando seu pendrive.
Em alguns minutos terminou de passar os documentos para o pendrive e lhe entregou, os dois passaram horas ali, até que Harry não escutou mais o barulho dos teclados, olhou para o lado e a viu deitada sobre a mesa, tocou em seu braço a chamando:
- Acho melhor você ir dormir.
- Foi mal\, eu preciso de descanso – ela disse se espreguiçando.
Ela salvou o que conseguiu no HD, depois o ejetou do computador e Harry disse:
- Pode deixar que eu desligo o computador.
- Sim... – ela disse se levantando – Boa noite Harry.
E claramente ele não desejou o mesmo.
No dia seguinte, Lavínia com seu laptop na mão foi ao encontro de Justin que a esperava na sala de arquivos, ela abriu o laptop na sua frente e perguntou:
- O que isso significa?
Justin ficou em silêncio vendo sua ficha em um dos arquivos e ele disse em um tom sereno:
- Sou um agente duplo Lavínia\, como está escrito meu nome fictício Sargento Vaz\, foi um dos planos que eu estava envolvido.
- Mas a data para isso está daqui dois meses.
- É esperado\, eu vou estar nas reuniões como Sargento.
- Por que os agentes do Cruciatus estão juntos?
- Quantas perguntas Lavínia\, eu vou descobrir isso no dia da reunião – respondeu sério.
- Que plano era esse que estava envolvido?
- Era uma ação governamental para emancipação de segurança em alguns pontos do Estado – respondeu querendo se esquivar.
Lavínia não pareceu satisfeita com suas respostas, mas estava atrasada para ir até a sala do diretor, pegou seu laptop e subiu. Kevin estava se despedindo de Harry quando ela chegou:
- Oi.
- Atrasada\, mas me diga o que conseguiu – ele pediu fechando a porta.
Lavínia quando se aproximou da mesa olhou o relatório:
Harry Dilanie
Data de nascimento 20/08/1985
Saída: 03/01/2014
Retorno: 18/03/2020
Ela queria ler mais coisas, mas o diretor fechou o relatório dizendo:
- Isto que fez é muito feio.
- Desculpa, habito de policial – disse sentando-se.
Lavínia abriu seu laptop e contou:
- Eu consegui abrir algumas pastas\, duas são de fotos e vídeos pessoais\, nada de interessante\, mas os outros se tratam de planos e de ações que já ocorreram e essa pasta – disse clicando – Tem vários contratos com policiais\, delegados e militares.
- Com uma agenda – disse Kevin clicando – O próximo contrato será fechado em uma cadeia abandonada\, aliás todos os contratos são feitos lá... – reparou vendo o mesmo local escrito nos outros arquivos – Chame Harry\, vou enviá-los para lá.
Lavínia o encontrou na sala de boxe treinando com Finn, por poucos segundos reparou o quanto ele era atraente, constrangida por seus próprios pensamentos o chamou:
- Harry!
Ele se afastou de Finn, olhou para ela e escutou o aviso:
- Kevin está te chamando.
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Atualizado até capítulo 42
Comments
Naty
isso tá muito bom
esses personagens são fod@
2020-05-09
1
Thayza Santana
Quanto profissionalismo desses dois.
Acho que não irá demora muito para se pegarem novamente.
kkkkkkkkkk
2020-04-22
2
thays amv silva 😇😴
kkkkkk
2020-04-09
3