Episode 3 - Amor & Medo

 

 

*Akagame Yoshiro narrando*

 

Que posso fazer? Não consigo ver ela a chorar, não consigo parar de pensar nela, nunca pensei que isto pudesse acontecer comigo! Logo COMIGO! Eu que posso ter várias mulheres, agora… só consigo pensar nela… e quase nem nos falamos. Minha única paixão verdadeira é a dança. As lágrimas dela… são quase como uma facada no meu coração. Mas eu mal a conheço! Ela é a única que não se importa por dinheiro, e pela beleza, mesmo eu sendo o rapaz mais procurado da escola, rico… ela não se interessa, e confesso que foi um choque para mim. Que aquela miúda tem na cabeça?! O problema definitivamente não sou eu! Ela tem gostos distorcidos, só pode, um nerd rabugento talvez.

Ela quer salvar a escola, mas não quer usar o meu dinheiro, se fosse outra já estava a escola salva, mas porquê ela não aceita?! O orgulho dela é mais importante?! Quem é ela afinal? Como posso ajudá-la a salvar a escola sem usar o meu dinheiro ou da minha família?! É meu e posso usá-lo como bem quiser e desejar não preciso de uma pirralha a autorizar-me!

E como se alguém lesse os meus pensamentos e ouvisse meu coração enquanto caminhava na rua a caminho de casa, aparece um papel a voar que fica preso nas minhas calças.

 

 

Concurso de Escolas de Dança

 Inscrição: Até dia 12 de Janeiro de 2021 às 15h.

1ª Fase: Dia 14 de Fevereiro.

Objetivo: Unir todas as escolas de dança, e convívio entre alunos.

Prémio aos vencedores: 1 milhão de yens.

 

 

 

Parece interessante… porém o prazo acaba amanhã!

-Vamos! Levem-na! – Ouvi sussurros por perto, guardei o panfleto e olhei para cima ao virar a esquina.

Mi…zu…ki…

Meus pensamentos e o meu corpo paralisaram ao vê-la a ser levada ao colo inconsciente, ela parecia uma boneca frágil sendo levada assim nos braços de alguém, seus braços abanavam ao ritmo de quem a levava e o cabelo voava com o vento, fiquei aterrorizado, o que me fez ficar confuso, porque nunca, mas NUNCA ficara assim no meio de uma cena daquelas, mas fiquei aterrorizado ao vê-la assim, a ELA… como se estivesse… com medo, mas passado a onda do choque, deu-me uma fúria interna visíveis em meus olhos cerrei meus punhos e comecei a correr até ao veículo negro de vidros fumados que a estavam a colocar mas não conseguira chegar a tempo e assim a levaram rapidamente do local mas não antes de eu conseguir tirar uma fotografia à matrícula do carro.

Corri até à casa de onde eles saíram, uma casa pequena, modesta comparada com a minha… era como um armário, fiquei ainda mais preocupado, ao saber que ela vivia ali, e o pior era a confusão, que calculei que tinham sido os homens anteriores que vira a levar a Mizuki-chan. E uma mulher estava caída que devia ser muito provavelmente a mãe de Mizuki-chan. Ajoelhei-me de frente à senhora conferindo seu estado e feridas.

-Ei! Senhora Kaname-san?! – Chamei-a segurando a senhora que estava caída no chão muito magoada e telefonei logo ao meu pai, na ausência de sua voz quem me atendera fora um dos seus leais “servos” assim pedi para chamar uma ambulância de acordo do local do meu GPS atual.

A ambulância chegou, dei o meu número em caso de emergência, e pode ser orgulho, mas dando os dados aos bombeiros eu decidi partir logo sem esperar a polícia, queria ser eu… a dar a minha justiça, e acabar com eles! Fizeram a minha Mizuki sofrer tal como a oba-chan e isso eu não admito!

  Esperem... eu disse... minha? Não liguem, passando à frente, tou nervoso e confuso com a situação!

Saí da casa da Mizuki-chan e telefonei de imediato, ao Hotaru.

-Preciso das tuas manias de perseguição e de seres psicopata! – Disse e realcei a parte do psicopata por alguma razão que já nem eu percebo e pela sua reação ao meu telefonema, vi que ele ficou confuso. – A Mizuki-chan foi raptada e preciso que descubras onde ela está! Tenho a matrícula do carro.

Como ele viu a gravidade e a instabilidade na minha voz, pediu-me de imediato a matrícula sem mais perguntas, e colocando-me em chamada de espera, o que me fez desesperar mais fazendo que eu começasse eu mesmo a correr pelas ruas à procura de qualquer pista que fosse apesar de ser a coisa mais inútil  Ele telefonou a algumas pessoas, e rastreava pelo computador à procura do carro, a saber para onde se dirigia, quantas pessoas eram ao todo, e suas identidades.

Enquanto ele falava eu fui apontando num papel que tinha estado desesperadamente à procura:

 

 

Local: Casa abandonada no meio da floresta perto da escola

Número de pessoas: 3

Vigilância: Altíssima, cerca de 37 homens em todo o perímetro.

Identidades: Cães do Dono da empresa do pai da Mizuki.

Sem família.

Sem nome, antigos mercenários.

 

 

Ao ouvir isto apercebi-me de que a história que a melhor amiga de Mizuki-chan contara sobre o pai dela ter sido provavelmente assassinado era verdade.

Fui a correr e pelo caminho recebi uma chamada do hospital, estava a ofegar de tanto correr, tinha já chegado à floresta, mas esta era enorme, e não via a casa em lado nenhum, a mulher do outro lado, dizia que a oba-chan estava bem, e isso aliviou-me um pouco, desliguei, e continuei a correr até finalmente encontrar a casa.

-Finalmente! – Disse enquanto subia acima de uma árvore, e enquanto pensava num plano. – Ahh, que se lixe o plano, o plano é atacar, não morrer, e tirar dali a minha Mizuki… - Ahn? Minha? Que estou eu a dizer e a pensar pela segunda vez?!

Está na hora da brincadeira!

Eu sempre fui treinado em combates, desde pequeno, logo aqueles cães não eram nada para mim, saltei da árvore e fui a correr a eles, e começou a porrada, vinham todos para cima de mim. Eu deitava cada um ao chão, mesmo ficando com alguns arranhões… e a ficar com sangue. Alguns como eram apanhados sozinhos ou desprevenidos conseguira deitá-los ao chão, um por um. Com sangue em mim, mas pelo menos vivo.

Finalmente conseguira acabar com todos! E entrei… Tinham ainda mais três, os que eu vira anteriormente a levá-la, e atrás deles, estava a Mizuki-chan deitada, amarrada e inconsciente, com o lábio ferido, quer dizer… ela estava toda ferida, mais que eu talvez, talvez por ter resistido a ser presa e a falar mal… ela odeia injustiças… até isso já eu percebera, e não evitar de soltar um pequeno sorriso misturado com um riso por imaginar, ela amarrada e a insultar os grandalhões que ali estavam. ELA! Uma menina doce e frágil. Mas aquele lábio ferido por alguma razão me incomodava mais. Não a tentaram beijar pois não?!

-De que ris seu miúdo insolente?! – Perguntou um deles, parecia estar com medo. Afinal eu tinha derrotado os 37 mercenários no local de fora.

-Para vires até aqui, e lutares, esta miúda deve ser importante para ti. Um menino rico do papá, está apaixonado! – Disse o que estava no meio, e começaram os três a rir a debochar de mim.

-Deixem de ser IDIOTAS! – Disse eu partindo logo a correr para cima deles a dar socos e pontapés com força, até fazendo eles não se conseguirem mexer mais. – Se voltam a tocar na minha Mizuki-chan, MORREM! Digam isso ao vosso chefe! Digam que se ele continuar, o nome Akagame irá destruí-lo!

Os três ficaram inconscientes, e eu estava furioso!

Corri até à Mizuki-chan, e tirei-lhe as cordas, limpei o sangue e suas feridas, tão frágil, tão indefesa, e tão bela. Eu só queria proteger o seu sorriso naquele momento! Sentei-me ao seu lado peguei-a, sentei-a no meu colo e abracei-a até ela acordar. Era já pôr-do-sol, conseguia ver pela janela o sol a desaparecer, mas sentia o calor dela em mim e a sua pulsação, e não consegui evitar um sorriso, e acabei por adormecer.

 

 

               *Kaname Mizuki narrando*

Acordei assustada e dei um pequeno berro.

Reparei que não estava mais amarrada, e sentia o calor de alguém… era… bom… era o Akagame-senpai! Mas que raio, ele fazia ali? Ele me abraçava e dormia profundamente, e completamente abraçado a mim com a cabeça na minha, como se fosse algo… precioso? Não! Não podia! Estava ainda a sonhar.

Eu olhei para os homens que me tinha raptado, no chão estava sangue, e na testa do Akagame-senpai também! Não consegui evitar e acabei por dar um berro de medo, o que o fez acordar, e me encolhi no colo dele.

-Desculpa… acordei-te mas… - Disse ao tentar-me desculpar, peguei num pano e limpei o sangue da testa dele.

Ele pegou no meu braço, puxou-me mais para junto dele, abraçou-me ainda mais forte e … caiu lágrimas pelo seu rosto.

-Estava com medo, baka! – Berrou ele a abraçar-me ao esconder o rosto de lágrimas. O senhor playboy estava a chorar ... por mim?

-Des… culpa.. – Falei quase num sussurro a tremer ainda de medo e de cabeça baixa olhando minhas mãos com pequenos cortes.

-Vamos para casa. – Disse ele e eu assenti com a cabeça.

Quando me levantei, senti-me tonta, e levei a mão à cabeça, talvez pelo liquido que me colocaram, e da pancada da cabeça que me tinham dado para me por inconsciente, por isso, ia caindo.

-Estás bem?! – Perguntou-me ele preocupado, segurando-me. – É melhor levar-te ao colo, e não quero discussões!

Eu fiquei calada, não me apetecia discutir estava fraca demais. Ele me pegou e fiquei abraçada às suas costas pondo minhas mãos em seu peito. Sentia seu coração acelarado.

-A mi...nha mãe? – Perguntei.

-No hospital, ela está bem. – Respondeu-me, enquanto me levava por um caminho que não conhecia. – É tarde demais, e a tua casa está uma confusão, por isso ficarás na minha casa.

-Na… tua casa?! – Perguntei fazendo esforço e senti-me logo tonta pousando a cabeça no ombro dele.

-Não te esforces baka! Sim, minha casa, é enorme, podes lá ficar, não tens onde ficar ou tens? – Perguntou-me e fez-me ficar em silêncio, pois não tinha onde ficar. – Bem me parecia.

Chegámos à casa dele… quer dizer… mansão! Várias pessoas estavam lá para recebê-lo, e colocou-me de pé, segurando-me.

-Tomem conta dela, e cuidado, ela ainda está fraca.

Eu não estava com disposição ainda para contrariar, mas quando estivesse bem, ele ia apanhar! Agora estava mais preocupada com outras coisas. Quem eram eles? Que queriam? Porquê minha casa estava aquele caos? Que fizeram à minha mãe? Tem algo a ver com meu pai? Como o Akagame-senpai sabia onde estava? Porquê estava assim comigo? Eu só de pensar no que acontecera antes com ele estava vermelha! E do que acontecera antes, me fazia medo.

Era muita coisa só para um dia!

Descubro que a escola pode ser fechada e os meus sonhos e paixão destruídos, o Akagame-senpai, me tenta beijar - Fiquei agora vermelha de novo, que nervos! Porquê fiquei vermelha?! – Encontro minha mãe desmaiada na sala desarrumada, sou raptada, sou maltratada pelos raptores, acordo no colo do Akagame-senpai, e sou levada ao colo até sua casa!

 

 

    *Flashback on*

-Quem são vocês?! Que querem de mim?! MORRAM SEUS IDIOTAS! Morram e ardam no inferno! – Gritei me contorcendo nas suas mãos.

-Tens coragem! – Mencionou um, ao mesmo tempo que me prendia com cordas.

-Uau! Milhares de homens contra uma menina, ainda se dizem homens! – Falei com desprezo na voz e no olhar.

-Cala-te sua vadia! – Berrou-me outro dando um pontapé no estomago, que me fez deitar por fim no chão gelado.

Outro tentou beijar-me porém mordi-lhe o lábio fazendo-o sangrar para tentar afastá-lo, pois estava amarrada porém ele ripostou, fazendo-me o mesmo.

Eles tentavam violar-me, porém eu contorcia-me toda, e dava pontapés, ou cabeçadas neles.

Eles eram fortes… eu sempre fora fraca… não me conseguia… defender, era… frustrante!

-Estou farto desta vadia! Não nos deixa divertir! – Reclamava alguém.

De repente, só me lembro de sentir o mesmo cheiro que antes na minha casa, por trás, num pano, e uma grande pancada na minha cabeça e ouvindo antes: “Bem feita, mereces, vadia, vingança!” acabando por desmaiar.

     *Flashback Off*

 

-Terminamos minha senhora! – Disse uma voz doce, que me fez voltar ao presente.

Levantei-me, quando reparei, tinha tomado banho, estava penteada, vestida (um lindo pijama! Até os pijamas eram lindos naquela mansão!), e com as feridas desinfetadas, e tratadas. Eu não me lembrava de nada que tinham-me feito ali! Eu… estava tão preocupada com o que acontecera hoje, que acabei por viajar! Estava com medo… Ainda estava com medo o que me fazia tremer e querer chorar mas aguentava tal.

Levaram-me até a um quarto segurando-me com cuidado por estar fraca, bateram à porta e abriram-na após a devida autorização.

O Akagama-senpai estava em sua cama sentado, a olhar pela janela para as estrelas, seu olhar perdido, seu rosto, ele… era… perfeito… Esperem lá! Que estou eu a dizer?!

Aproximei-me.

-Obrigado por me salvar! – Falei baixo a tremer ainda do medo e olhando o chão e entrelacei meus dedos sem jeito.

-Ainda estás com medo, não é? – Disse ele com um olhar preocupado, ao levantar-se devagar e indo com cuidado até mim como se fosse um gatinho ferido e assustado e por fim quando chegara a mim me abraçou soltando um longo suspiro de alívio ao ter-me em seus braços ao seu lado. – Está tudo bem agora.

Aquelas palavras… eram poucas… mas… eram reconfortantes, e me fizeram na verdade sentir segura. Mas a questão era, aquelas palavras eram para mim ou para ele mesmo?

Ele puxou-me para sua cama devagar e me mostrou algo, um panfleto e eu li com atenção.

Após eu terminar de ler e ele notar o brilho que se fazia no meu olhar decidiu falar.

-Acho que isso pode salvar a escola… que dizes?

-Oh meu Deus! Irei falar disto ao Diretor amanhã! Vens comigo? Foste tu que encontraste… - Disse emocionada e feliz, enquanto o abraçava… o medo agora, dera lugar a alegria. As dores que tinha desapareceram momentaneamete.

-Sim… vou… - Respondeu-me vermelho desviando o olhar e escondendo o rosto de mim com a mão quente dele.

O quê? Porquê ele estava vermelho?

Ele aproximou-se de mim, estávamos na cama dele… ele me pegou pela mão, e eu caí para trás, e ele colocou-se por cima de mim apoiando-se com as mãos e os joelhos em cada lado, agarrando as minhas mãos.

-Não consigo me segurar mais… porquê tu? Porquê só tu me consegues colocar louco assim? – Perguntava-se a ele mesmo, baixinho, passado o dedo pela mordida do lábio e do sangue que antes ali escorrera e deu um pequeno sorriso, de ódio… contra ao que parecia… os homens anteriores.

-Do que estás tu a falar? – Perguntei.

Meu coração batia forte, não estava com medo… estava… nervosa! O rosto dele estava vermelho, sentia sua pulsação a bater forte, sentia o seu calor… Sentia meu rosto a arder, e bastante vermelho!

Seus olhos verdes, perdidos, preocupados, brilhantes e seus lábios vermelhos se aproximavam cada vez mais, até que se encontraram com os meus, fechamos os olhos, e beijamo-nos.

Um beijo doce, triste, preocupado… maravilhoso…

Capítulos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!