Episode 2 - Confusão no Começo do Ano

Tinha passado o Natal e com ele rapidamente chegou o Ano Novo, como toda à gente fui ao Templo local, e como a minha mãe tinha ido bem mais cedo que eu porque tinha de novo ir para o seu trabalho, decidi ir com a minha melhor amiga Megumi-chan, depois do almoço.

Vesti-me com uma saia preta um pouco a cima dos joelhos com collans da mesma cor, com uma linda camisola de malha branca e luvas brancas e para terminar um casaco bem quentinho preto. Tudo simples assim como eu. Nada de começar o ano com grandes coisas estranhas, já me basta o ano inteiro.

Assim que fiquei pronta peguei na minha mala de llama com as minhas coisas e saí de casa sorridente ao pensar encontrar minha grande amiga, assim fui a passo acelerado pelas ruas que me levariam ao templo mais rápido, sendo que já conhecia cada rua da zona.

Ao subir as escada do templo já sentia a sua grande presença à minha espera o que me fez largar um enorme sorriso ainda sem a conseguir ver mas assim que os últimos lances de escadas terminavam comecei a vê-la a olhar para cada rapaz que passava com um sorriso e um olhar maroto de avaliação constante.

-Feliz Ano Novo! – Gritei ao aproximar-me dela que me esperava à entrada do templo.

-Feliz Ano Novo, que este ano seja muito melhor e cheio de sorte amiga, bem precisas! – Disse-me ela quando cheguei por fim ao lado dela e me encheu de abraços e beijos. – E que tenhas sorte com o gato mais popular e rico da escola! E depois façam isto e aquilo… - Falou piscando-me o olho e rindo sabendo que eu não aprovaria a sua brincadeira.

-E já irá começar… não quero saber desse playboy, e deixa de ser pervertida, sua hentai! - Ri com ela ao revirar os olhos. Ela era uma pervertida amorosa era a sorte dela! E aquele playboy nem devo ver ou cruzar caminhos com ele. Passo a vida na sala do conselho e a escola é grande. Só com azar isso se iria realizar!

Nós fomos juntas e de mãos dadas como duas irmãs pequenas com as bochechas e narizes vermelhos por conta do frio até ao centro do templo que se enchia de linda neve branca, e chegando atiramos uma moeda cada uma, batendo as palmas três vezes e pedindo um desejo, eu desejei que a vida da minha mãe e a minha melhora-se, que os problemas acabassem, e meus amigos incluindo a Megumi-chan ficassem bem e com sorte, e que todos os nossos sonhos se realizassem, e vindo da Megumi-chan não era difícil adivinhar o que ela pedira, era tão simples como: arranjar “gatos” para curtir toda a noite com eles e eu ficar com o senhor popular e playboy.

A seguir fomos ver a sorte, a da Megumi-chan dizia: “Sorte: Aplique-se nos estudos” e ela fez uma cara de desgosto mas rindo mostrando-me sabendo já o que eu dizer com a minha cara de quem diz "Eu tenho dito!", já eu quando fui abrir a minha vi, que não era assim tão boa: “Má sorte: Cuidado no amor, no estudo, e nas dívidas” e fiz uma cara triste e preocupada, pois aquilo parecia ter razão, minha sorte não ia melhorar nada, as dívida já as tinha, estudos mais ou menos não sou assim tão má... penso eu mas no amor... ficarei bem se o idiota ficar por longe!

-Má sorte? Cuidado com o amor e dívidas?! Isso está mau! – Disse uma voz conhecida por trás ao meu ouvido em forma de sussurro, uma voz doce e brincalhona mas que me agitava por dentro, eu já sabia quem era mas ainda assim, virei rapidamente assustada.

-Akagame-senpai! – Disse assustada e petrificada com a situação ficando corada.

Estúpida! Corada porquê? Não falaste ou fizeste nada de mal! É só este maldito papel que diz algo do assunto, nem estava a pensar como era ele! Estava? Ai....

-Prazer em revê-la presidente estudantil Mizuki-chan! – Disse ele fazendo-me uma vénia meia irónica e beijando as costas da minha mão a qual tirei rapidamente e ele sorriu com aquele sorriso malvado do qual eu revirei o olhar chateada.

Juro que não entendo os pensamentos deste baka!

-YO! – Disse outra voz conhecida, o melhor amigo de Akagame-senpai. – Prazer, eu chamo-me Shinsuke Hotaru, o melhor amigo desta espécie de pessoa, quero dizer do Yoshiro-chan. Prazer jovens damas. – Disse ele fazendo uma vénia com um ar muito cordial mas algo naqueles olhos me assustavam, o contrário da sua atitude... um outro doido?

Olhando melhor o rapaz havia definitivamente algo de errado além do olhar mas sim também no sorriso dele, que não gostava…era um sorriso de um… psicopata! Mas acho que a Megumi-chan reparara, mas só vira o rosto dele e o seu físico. Ela é um caso completamente perdido, não há mais nada que pode ser feito por esta míuda, nem este templo a consegue salvar!

Todos à nossa volta, colegas da mesma escola, ou então alunos de outras, e mais velhos, como rapazes e raparigas, comentavam de nós duas estarmos a falar com os rapazes mais populares da escola Yume, e eram bem conhecidos em todo o lado… como era isto possível gente?! Perguntavam-se se estavam a rolar um filme.

 Eu só quero sair daqui! Como ninguém pode ver como isto... eles são rídiculos? Como podem estar todas apanhadas por estes dois esquisitos? Eles são o contrário do que eu desejo, paz! Eles vão me trazer o terror para a vida, já posso sentir.... estes dois.... hungh.....

-Não me chames de Yoshiro-CHAN! – Disse ele reclamando o olhando furioso mas passando pouco depois como se fosse já hábito neles.

-Hai hai! E como se chama a tua amiga? – Perguntou-me Shinsuke-kun ao apontá-la com um sorriso e analisando de cima a baixo.

Se ele quer saber porque não pergunta à pessoa em questão?! Está mesmo à sua frente!!! Olá???!!!

O Sr.Prodígio deve ter reparado ou descoberto o que eu pensava pois colocou a mão à frente da boca desviou um pouco a cabeça a tentar que ninguém notasse ele a rir, mas eu notei! Estúpido!

-Chamo-me Yui Megumi. – Disse a Megumi-chan a babar-se literalmente.

-Vou para casa, já vi o que tinha a ver. Beijos. – Disse a ir-me embora sem nem olhar para trás com passos pesados e fechando os punhos e a minha expressão.

-ESPERA Mizuki-chan! – Gritava ela mas eu já tinha desaparecido.

                                                             *Yui Megumi narrando*

-Desculpem-na, ela no fundo não têm a mínima confiança nos homens, e ela não confia mesmo nada em si Akagame-senpai, não sei porquê. – Desculpei-me agora com expresão mais séria fora de quem eu costumo ser. Apesar de tudo tenho de proteger minha amiga.

-Mas que preocupação foi aquela às dívidas mencionadas num papel? São apenas um acaso. Ela parecia demasiado preocupada para uma simples "rifa"?. – Perguntou-me e senti-me obrigada a falar, ele parecia na verdade preocupado com ela, via-se em seu olhar, e se ele pudesse de alguma forma ajudar, porque não?

-O pai dela faleceu há uns meses, ele tinha um bom negócio, que podia fazer a família melhorar, porém morreu num acidente de carro, há quem diga que foi assassinato para tirar depois o dinheiro à família. Sinceramente… estou preocupada com o que possa acontecer com ela e sua mãe, que trabalha agora sem parar e a Mizuki-chan está a pensar fazer o mesmo deixando seu sonho de dançar! – Expliquei tristemente.

-Percebo. – Disse ele pensativo olhando agora o chão com as mão no bolsos. – É melhor ires ter com ela.

-Se lhe fazes mal… eu te mato! Não me interessa que sejas o senhor popular e playboy. – Disse. - Ela é mais importante que a tua existência mínima!

-Playboy? – Perguntou ele confuso e a rir apontando para si mesmo.

-É como a Mizuki-chan te chama… Playboy rico e popular ou Sr. Prodígio mas de forma irónica claro. Sayonara! – Disse e após esse me afastei para tentar alcançar ainda a minha amiga.

                                      **    *Recomeço das aulas / Kaname Mizuki narrando*   **

-Kaname Mizuki, presidente do conselho estudantil, dirija-se por favor à sala do diretor juntamente com o vice-presidente e o secretário, imediatamente! – Falava o diretor da escola, pelo altifalante, parecia preocupado e aflito.

Que se passa? Não é normal.

Eu fui até à sala do diretor como foi mandado, e os outros dois também se dirigiam ao local atrás de mim, a escola era aberta e bela, batemos à porta e com a devida autorização do diretor entrámos, ficando eu no meio dos outros dois e de frente ao diretor com o devido respeito e posições.

-Chamei-vos por causa de um grande problema… o maior problema que a escola Yume já enfrentou… A escola poderá ser fechada, existe outras escolas de dança a fazer concorrência, e irão ajudar mais nessas escolas. Querem fechar a escola, dentro de poucas semanas. – Afirmou o diretor cada vez mais preocupado e tristeza em seu olhar. - Esta escola foi das primeiras a ser fundadas com uma enorme história e de ter dado asas aos maiores dançarinos dos dias de hoje.

-E os sonhos de todos os alunos aqui?! Como podem retirar os sonhos a todos?! – Perguntei batendo na mesa enervadada e triste. E o meu sonho?! Eu não estava chateada com o diretor, ele é um ótimo diretor e pessoa mas sim com quem tomou a decisao!

-Foi o que disse, dizem para se inscreverem noutras escolas, porém, estão todas cheias, eu já tentei. Não sei mais o que fazer, a escola Yume, corre perigo! – Disse o diretor agora em desespero retirando seus óculos e pondo as mãos à cabeça.

Eu fiquei desesperada, meu coração se partiu naquele mesmo momento... meu sonho, meu amor, a dança… poderia acabar ali, tudo pela qual me esforcei e dediquei, estava ali, e tal como eu, muitos amavam dançar ali, na escola Yume!

-Eu vou tentar encontrar uma forma, e enquanto isso diretor, não desista! Lute pela escola, por seus alunos e seus sonhos! É isso que um diretor deve fazer! Rapazes… temos trabalho a fazer! – Disse eu parecendo confiante, mas na verdade, queria cair e chorar.

-Dispensados! – Disse o diretor e os outros dois saíram de imediato comigo desta vez atrás ainda em descrença.

No dia seguinte já todos deviam saber do problema, pois a jornalista do Jornal da Escola esteve a ouvir tudo!

Eu retirei-me, fechei a porta, e fui a correr pelo corredor mesmo eu sabendo que não devia mas não aguentava a dor, até que encontrei um som maravilhoso, o som de uma guitarra, eu seguia-a automaticamente e ia dar ao fundo do corredor, e o que mais me surpreendeu era quem tocava… Akagame-senpai!

-Que se passou? – Disse ele pousando rapidamente a guitarra e me abraçando e limpando as lágrimas.

Quando me apareceram lágrimas? E porque... está difícil de parar agora que ele me falou.

-Vão fechar a escola! Dizem que não tem dinheiro para tantas, e as outras vão melhor e assim, querem desistir da nossa escola! Da NOSSA! Uma das primeiras a serem inauguradas! Todas as outras estão cheias… e o sonho de todos os alunos da Yume? E a paixão pela dança?! Eu disse que ia arranjar uma maneira mas… não consigo! Eu não sei que fazer! – Disse eu a cair de joelhos no chão enquanto chorava nos braços dele, sem perceber.

Porque dizia aquilo a ele? E logo a ele??? Mas aqueles braços fortes e quentes, que me abraçavam como se fosse algo precioso, raro, valioso, e que enxugava as minhas lágrimas me ajudava a acalmar.

-Parece que vamos ter de arranjar uma maneira. – Disse ele esfregando a minha cabeça tentando acalmar-me.

-Como? – Perguntei afastando-me de seus braços para olhar nos seus lindos olhos verdes. – Falas como se fosse fácil.

-E é, esqueces que sou um playboy rico e popular, basta um telefonema ao meu pai. – Disse ele pegando no seu telemóvel ao abaná-lo no ar à minha frente e a começar a ligar ao seu pai mas parei ele de imediato.

-Não! Quero fazer isto sem precisar disso! Não vou enfrentar esta situação da mão de um estranho! – Disse com convicção e limpando as lágrimas e via-o todo distorcido por causa das lágrimas.

-Mas choraste nos braços do mesmo, de um estranho. – Disse ele a sorrir agora com as mão nos meus ombros ainda tentando me tranquilizar.

- Foste o primeiro que encontrei. – Disse desviando o olhar\, enquanto ele se aproxima de mim e me colocou entre si e a parede.

Meu coração acelerava, e estava a ficar vermelha.

-Porquê és a única que me mete louco assim? Que me rejeita? – Perguntou-me ele aproximando os seus lábios dos meus e me prendendo. – Tão frágil…

-Yoshiro-chaaaaaaaaaaaaaaaaaan. – Gritava o Hotaru-kun a correr aos pulinhos e eu aproveitei e escapei dos braços dele quando o apanhei desprevenido.

Enquanto o Akagame-senpai me olhava com um olhar triste e preocupado, e por trás dele, vi de novo o sorriso e o olhar assustador e psicopata de Hotaru-kun, e isso assustava-me o que me fez correr mais rápido ainda… era muita coisa só para um dia. Este dia precisava de terminar urgentemente!

Fui para casa de rastos e mecanicamente, e como o meu dia não tivesse sido mau o suficiente, quando cheguei a casa vi a minha mãe caída no chão como a casa toda desarrumada.

-Oka-saaaaaaaaaaaaaan! – Gritei a abraçá-la enquanto telefonava para o hospital.

Mas alguém colocou um pano na minha boca me fazendo dormir, e só me lembro de ouvir o telemóvel a dizer: “Telefonou para o Hospital, em que lhe podemos ajudar? Estou?”.

-Oka…-san, Yoshiro-kun… – Disse ao ficar inconsciente.

Capítulos

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!