Estava em casa na cama, eram duas da manhã e eu sem conseguir dormir, o rapto, a minha mãe no hospital, a casa uma bagunça, a noite que passara na casa do Akagame-senpai… raios… não fiques vermelha por isso Mizuki! Os beijos… o concurso, era muita coisa para tão pouco tempo… tinha a sensação de a minha cabeça ia explodir!
Finalmente… passados trinta minutos… adormeci.
*De manhã*
-AHHH! Estou atrasada, ATRASADA! – Repeti várias vezes enquanto me vestia rapidamente e a sair de casa a correr sem comer.
Cheguei a correr até à escola no preciso momento em que tocou, foi preciso sorte! Ou não… porque no portão rodeado de raparigas estava o Akagame-senpai a derreter-se todo. Que nervos! Ele ama isso. Então… sem lhe ligar nenhuma, entrei pelo portão até ao edifico escolar, e ele começou a vir atrás de mim deixando as outras penduradas mas não sem lhes dar um aceno de adeus a elas, de certeza que depois ia se encontrar com elas de novo.
-Ei! Mizuki-chan! – Chamou-me ele a vir atrás de mim e claro eu ignorei. – MIZUKI-CHAN!
Desta vez pegou na minha mão e assentiu mais no meu nome, virou-me e olhou-me nos olhos.
-Q…que foi? – Perguntei desviando o olhar e ele com a mão solta pegando no meu queixo e fazendo-me olha-lo.
-Porque chegaste atrasada? Estava preocupado! E agora andas a ignorar-me? E que olheiras são essas?
Raios! Com a presa nem tinha reparado!
-Não quero saber se estavas ou não preocupado! Parecias divertido… cheguei tarde, não te interessa o motivo, tenho o direito a adormecer, e não conseguir dormir! Agora larga-me playboy convencido e rico! – Disse.
Todas as suas “fãs” loucas nos rodeavam e estavam admiradas como eu o tratava e insultando-me por tratar o “ídolo” delas assim, mas que raio tem elas a ver com isso?! Alô, a vida é minha! Não se metam na minha vida e não me coloquem nas vossas fofocas diárias que tanto me irritam!
-Ei! Vocês todas! Não tem aulas? Que tem a ver com a nossa vida? Vá! SAIAM! – Disse ele e todas se moveram para as salas rapidamente. Incrível como ele consegue tudo o que quer! – Comeste? Tomaste o pequeno-almoço?
-Sim, claro.
-Não mintas.
-Não, agora solta-me! – Disse soltando-me dele e fui a correr até à sala, e tive a sorte de o professor não ter ainda chegado! Ufa!
Sentei no meu lugar e a Megumi-chan com os seus lindos cabelos como o fogo a esvoaçar, veio até mim.
-Ohayo! É raro atrasares-te, e ontem nem te vi! E pareces ferida e estás pálida! – Disse-me a Megumi-chan cada vez mais preocupada a cada análise nova que reparava em mim quando o professor de Português entrou.
-Sentem-se alunos! – Falou o professor.
-Eu depois explico, na hora de almoço, vai. – Disse-lhe e assim o fez, embora ficasse preocupada e então quieta, o que era raro!
As horas passaram a correr por ter tido a mente a voar na minha mente a manhã inteira sem descanso algum e rapidamente chegara a hora de almoço e começamos a comer na sala vazia, só eu e a Megumi-chan, eu confiava nela, conhecia ela desde pequena. Ela trazia um obento e eu trouxe à hora do intervalo uma coisa comprada numa loja à presa, ou seja, um cachorro quente, não faz mal a ninguém, então comi.
-Então? Que se passou? – Perguntou-me séria…
A sério, para a Megumi-chan que vemos todos os dias, animada, mexida, irrequieta, e pervertida, agora com aquela cara séria… assusta!
-Bem… começando com o dia antes de ontem… o Diretor falou-me que a escola podia ser fechada, e quando cheguei a casa das aulas, vi a casa uma bagunça! E a minha mãe caída no chão toda ferida. Estava a telefonar à policia quando me colocaram inconsciente e me raptaram, levando-me para uma casa abandonada, porém o Akagame-senpai salvou-me. – Comecei.
-AKAGAME YOSHIRO?! – Gritou ela espantada. – Aquele Akagame Yoshino?
-Shhhhhh! Mais baixo! Sim, ele mesmo! Levou-me para a casa dele, pois ainda não me sentia bem, e a minha casa estava uma confusão, e minha mãe no hospital… aliás a casa ainda ninguém se entende lá e a minha mãe ainda está no hospital. E o Hotaru-kun é doido! Ele entrou no quarto quando o Akagame-senpai me beijou. – Continuei.
-O quê?! Ele beijou-te?! - Berrou de novo e fiz sinal para ela falar baixo e olhei para todos os cantos garantindo que ninguém nos tinha ouvido.
-Três vezes em dois dias! Mas continuando… - Continuei pois senti o meu rosto a ficar vermelho. – Hotaru entrou com uma faca de cozinha gigante e com sangue. Ontem… fomos inscrever a nossa escola para um concurso de dança do Japão, para salvar a escola, porém já não inscreviam escolas nenhuma, mas o Akagame-senpai seduziu a mulher e ela pediu ao Diretor do concurso e acabaram por concordar. Basicamente é isso.
Acabamos de comer no mesmo minuto que acabei de falar e fomos dar uma volta já que ainda havia tempo e acabamos por passar pela secretaria da escola.
-Vou fazer uma inscrição.
-Vais participar no concurso interno? – Perguntei espantada.
-É…. – Disse ela de lado e em direção à secretaria.
E infelizmente, estava lá o Hotaru-san com aquele olhar e sorriso assustador, e no entanto… meigo ao olhar para a Megumi-chan… estranho… eles falaram e escreveram… provavelmente iam dançar juntos.
Ela demorou uns cinco minutos e voltou a sorrir… tenho a sensação que está a tramar alguma, pegou-me pelo braço e fomos até à sala pois já tinha tocado, sentamos nos nossos lugares e a aulas de Inglês começou e eu a pensar no que acontecera no dia anterior, depois do beijo triste do metro.
*Flashback on*
-Os teus lábios são tão doces… és tão frágil… - Disse-me depois do beijo e a olhar-me com um olhar preocupado… que bicho lhe mordeu?!
-Em que hospital está a minha mãe?
-Eu levo-te até lá. – Disse-me saindo na paragem seguinte e me levando pela mão sem me conseguir soltar e ele sempre sério o que me fez sentir em baixo e sem saber o que dizer.
Ele levou-me até ao hospital, sempre de mão dada a mim e eu tal como ele com o rosto vermelho, chegamos e fomos de imediato até à receção.
-Desculpe, pode-me dizer em que quarto está a Senhora Kaname? – Perguntou o Akagame-senpai à rececionista.
-São familiar da utente? - Perguntou a senhora e eu concordei dando minha identidade para confirmar – Um momento..... - Após pesquisar no seu computador ela respondeu-nos entregando minha identidade. - No quarto 47 do 3º andar.
-Obrigada. – Agradeci.
O Akagame-senpai pegou na minha mão até ao elevador onde carregou no botão 3, para o 3º Andar, e onde tivemos em silêncio e quando o elevador parou e abriu larguei a mão dele e fui a correr até à porta do quarto 47 feliz por ver a minha mãe, porém fiquei surpreendida ao ver 2 homens grandes de fato em cada lado da porta.
-Q…quem são vocês? – Perguntei confusa.
-Guarda-costas. Sabe-se lá senão tentam atacar tua mãe de novo. – Disse-me a sorrir ao aparecer por trás.
Eu não gosto do Akagame-senpai… mas…
-Obrigada Akagame-senpai! – Sorri com um sorriso sincero, e brilhante, e por alguma razão os olhos dele brilharam.
-Boa tarde senhor Akagame-san, boa tarde senhorita Kaname-san. – Disse um dos homens carecas, que bateu à porta e com autorização de minha mãe e outra voz de homem entramos.
-Mãeeeeee! – Disse a correr e a abraçá-la sem conseguir conter as lágrimas. – Fico tão feliz por estares bem!
-Filha… estás bem? Pareces ferida. - Mencionou agora ela preocupada comigo ao ver as minhas feridas.
-Estou bem, não te preocupes! Eu não me coloco para baixo só por causa disto, sou mais forte do que pensas.
-Podes ser forte, mas ainda és uma rapariga, há coisas que não consegues fazer, ou pessoas de quem não te consegues defender, e acho que isso já comprovamos. – Disse-me o Akagame-senpai a olhar para mim sério e apontar para algumas das minhas feridas com um ar indiferente.
-Senhor… - Disse outro homem vestido de preto, aparência forte, mas este com cabelo castanho e olhos verdes e por acaso bonito.
-Alguma coisa fora do normal? – Perguntou o Akagame-senpai.
-Não Senhor! – Respondeu.
-Olá senhora Kaname-san, prazer em conhece-la oficialmente, chamo-me Akagame Yoshiro.
-Chamo-me Kaname Sakura, prazer em conhece-lo. Obrigado por me ajudar, salvar a minha filha e por tudo isto, não era necessário tanto.
-Acredito que seja necessário, e fiz o que achei correto. Mizuki-chan, é melhor deixar a tua mãe descansar.
-Hai! Sayonara mãe. – Disse dando-lhe um beijo na testa e ela me deu um abraço.
-Não se preocupe, eu irei proteger sua filha.
-Arigatou Akagame-san.
Saímos do quarto e então do hospital, finalmente soltei um enorme suspiro de alivio que estava preso no meu peito e abri os braços para ajudar com a tensão que sentia ainda nos ombros.
-Mais descansada? – Perguntou-me
-Sim, obrigada! Bem… vou para casa.
-Deixa-me acompanhar-te! – Disse-me ele pegando na minha mão.
-E…eu consigo ir sozinha.
-Por favor Mizuki-chan! Eu…. Deixa-me acompanhar… - Pediu-me com um olhar de cachorrinho triste, mas também de preocupação.
Não consegui aguentar e acabei por assentir com a cabeça, fomos até à minha casa a pé e perto de minha casa via mais um homem de fato preto, onde conclui que era um guarda-costas dele.
-E eu não preciso de guarda-costas. – Disse-lhe antes de chegarmos um pouco chateada, aquilo era demais.
-Mas… eu não quero que te aconteça nada! – Protestou ao abraçar-me.
-Eu irei ficar bem! Se acontecer algo eu telefono à polícia logo! Não gosto de ter gente a vigiar-me, isso agora mete-me ainda mais medo. Tens de respeitar também a minha decisão. - Falei firmamente.
-Mas ontem… - Começou ele.
-Eu fico bem!
Após este pequeno confronto o Akagame-senpai acenou de leve em condordância dando-me um enorme abraço e chamando o homem de volta, assim ambos foram embora.
Assim que entrei em casa, liguei a luz, sentando-me à porta e vendo aquela confusão que os malditos mercenários fizeram.
-Filhos da mãe! E Akagame-senpai seu baka!
*Flashback off*
-Mizaki-chan! Mizaki-chan! – Era a Megumi-chan a chamar-me e eu voltei a mim. – Que se passa? Parecias hipnotizada.
-N…nada.
-Acabaram as aulas, vamos para casa! – Disse-me a sorrir e a puxar-me.
H…hai! – Disse enquanto arrumava as coisas.
Saímos do edifício escolar e sentia-me vigiada, olhei para cima, e numa das janelas, olhava-me o Akagame-senpai.
-Que irás fazer agora quando chegares a casa? – Perguntou-me pelo caminho.
-Arrumar aquela casa, ninguém se entende lá! – Afirmei com um suspiro de desespero.
-Eu ajudo-te! – Afirmou Megumi-chan muito feliz e pegou numa revista de rapazes giros. – Olha! Olha! Já imaginaste os corpos? Ai meu deus! Eu quero um na minha cama!
Eu ri-me, ela nunca muda! Mas… estávamos a ser seguidas, mas sempre que olhava não via ninguém! Era… irritante! Ela telefonou à sua mãe a avisar que ia ficar na minha casa. Fomos a uma loja, compramos comida já feita e fomos para minha casa e ao entrar em casa reparei que quem nos seguia era o Akagame-senpai, e com um olhar de quem já o vira e de raiva, ele percebeu e retirou-se.
Ela ficou meia hora a olhar para os rapazes da revista enquanto eu já tinha arrumado a sala, e ela estava a babar a revista e o meu chão acabado de ser lavado! Então tirei-lhe a revista.
-Pensava que me ias ajudar e não babar o meu chão. – Disse a rir.
-Eu não estou a ba… - Começou por falar mas depois de reparar na baba do chão calou-se e foi arrumar o quarto da minha mãe.
Eu arrumei o meu quarto e a casa de banho, e a Megumi-chan o quarto da minha mãe e a cozinha e ao terminarmos, uma de cada vez tomamos banho e vestimos os nossos pijamas e fomos para o meu quarto jantarmos.
Ficamos a falar durante a noite, porém a Megumi-chan adormeceu, e eu mais uma vez não conseguia dormir adormecendo de novo tarde.
*De manhã*
-Acorda Mizuki-chan! Vamos chegar tarde! – Ouvi a Megumi-chan a chamar-me ao longe.
-Quero dormir! – Falei indo mais para baixo dos cobertores.
-Falta 10 minutos para tocar! – Disse-me aflita.
-OH MEU DEUS! Porque não me acordaste antes? – Reclamei ao me levantar rápido.
Vesti-me em questão de segundos, tal como lavar os dentes.
-Eu estou a chamar-te há 30 minutos! – Respondeu-me.
-Hoje é o concurso de dança interna, e não ensaiaste! Vamos rápido! – Disse.
Ela olhou-me confusa e em seguida riu-se, ok… ela estava a tramar alguma! Agora tinha a certeza!
-Não comes? – Perguntou-me.
-Não temos tempo! – Respondi ao pegar na mão dela e a correr até à escola.
Quando chegamos fiquei paralisada e fiquei parada ao ver Akagame-senpai de novo encostado ao portão rodeado de raparigas, e Megumi-chan continuou a andar a rir enquanto, ele vinha na nossa direção e deu-me um café e uma sanduiche.
-Adormeceste de novo e não comeste certo? E não dormiste, vejo pelas olheiras de novo. – Disse-me a sorrir estendendo as coisas a mim.
Eu comi e bebi a correr, dei-lhe dinheiro para pagar aquilo, e fui até à sala enquanto ele me seguia e as raparigas ficavam com inveja… que nervos! Que me deixe logo.
-Não preciso disto! Não preciso do dinheiro, preciso do teu sorriso. – Disse-me ao colocar-se à minha frente.
-Pois, mas eu não quero nada de ti! Deixa-me! – Disse-lhe.
-Não entendo… porquê és a única que me rejeita? Que me… odeia? E porquê és a única que quero que me ame? – Perguntou-se baixinho.
-Porquê?! Porque és um playboy que ama estar rodeado de mulheres! Tu não amas ninguém! Só queres ter mulheres à tua volta, e resolves tudo com o teu dinheiro ou teu nome, e eu não gosto disso, odeio isso! – Disse finalmente conseguindo passar por ele.
-És realmente interessante… - Ouvi ele a dizer quando me afastei.
Escondi-me no terraço deitada a olhar o céu, enquanto pensava no que aconteceu desde o dia louco do Natal e quando começou o concurso da escola, para eleição dos participantes para o concurso de dança do Japão, fui a correr para o auditório.
Procurei pela Megumi-chan e sentei-me ao lado dela, à frente de todos em cima do palco estava o Diretor e professores de dança como júris, e o auditório estava cheio! Tanto com concorrentes como espectadores.
Todos os pares dançavam lindamente, era realmente difícil escolher um favorito! Mas e o Hotaru-san e a Megumi-chan? Não eram chamados?
-Próximo e último par… Akagame Yoshiro e Kaname Mizuki. – Ouviu-se pelo microfone, o diretor a chamar.
Como era possível?! Eu não me inscrevi! Sobretudo com aquele miserável!
Vi a Megumi-chan a sorrir.
-Eu estava com a sensação que estavas a tramar algo… não me digas… - Comecei espantada.
-Eu e o Hotaru-san inscrevemos vocês os dois como um par, vocês no dia de Natal dançaram muito bem no centro da cidade, seria um desperdício! Para além do amor! Ai o amor! – Concluiu ela a sorrir.
-Repito: O próximo par, Akagame Yoshiro e Kaname Mizuki, ao palco por favor. – Ouvi o Diretor da escola a chamar de novo.
Isto não pode estar a acontecer! Isto não pode estar a acontecer! ISTO NÃO PODE ESTAR A ACONTECER!
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Atualizado até capítulo 39
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