A porta daquele barraco de tábuas velhas bateu com o som de uma sentença final. O pai de Melody havia fugido, e ela estava sozinha na escuridão, atirada sobre um colchão sujo que cheirava a mofo e desgraça.
O silêncio do cativeiro era enganador, uma pausa antes do terror. E então, ele se moveu. O Coringa.
Melody sentiu o peso da sua presença, o cheiro de suor e tabaco, e o pavor gelado subiu por sua garganta. Ela estava virgem, e a humilhação do seu pai em revelar isso ao traficante era a última traição.
"Tão virgem, tão pura," a voz do Coringa era rouca e cheia de uma satisfação doentia, a voz de um predador farejando a presa. "O velho me prometeu uma peça intocada. E cega... Ah, Melody, a cegueira é o tempero."
Ele não a tocou imediatamente. Ele gostava do jogo, da antecipação, do terror dela. Melody ouviu o som de seu casaco sendo jogado no chão, seguido pelo rangido do couro enquanto ele puxava seu cinto.
"Você não pode me ver. Você não sabe o que está vindo," ele sussurrou, a respiração quente e fétida em seu ouvido. "Você é totalmente indefesa. Isso, meu anjo cego, é o que me faz gozar. Saber que você não pode lutar, não pode revidar, não pode nem saber onde eu estou. A sua impotência é a minha alegria sádica."
Ele estava se regozijando com a sua dor iminente, transformando sua deficiência em uma arma de tortura psicológica. O masoquismo dele não estava apenas em causar dor, mas em sentir-se o único Deus no mundo dela, no qual ele controlava todos os movimentos e sensações.
Quando o toque finalmente veio, não foi um carinho ou um toque exploratório; foi uma apropriação brutal. Os dedos dele se cravaram em seu quadril com a força de um alicate, e o tecido fino de seu vestido de orfanato foi rasgado com um som seco.
Melody tentou se encolher, tentando anular a dor, mas ele era grande, pesado e implacável. Ele usou a força, o peso, a surpresa e a dor aguda do primeiro golpe para quebrar seu corpo e sua vontade. A violação foi uma queimação intensa e prolongada, um ato de posse violenta que a deixou rasgada por dentro e por fora.
Ela mordeu o lábio inferior com tanta força que sentiu o gosto ferroso do sangue escorrer pela sua boca. Ela não gritaria. Ela se recusava a dar ao Coringa o prazer do seu desespero. Em vez disso, ela se transportou para aquele lugar silencioso que havia aprendido a construir no orfanato – uma tela em branco, um vazio onde a dor física existia, mas sua alma não.
A dor física era excruciante, a prova irrefutável de que havia sido brutalmente ferida, que havia perdido sua inocência da forma mais cruel. Quando finalmente acabou, e ele se afastou com um suspiro satisfeito, o colchão cheirava a sangue, suor e a derrota.
Coringa riu, um som seco e repugnante.
"Você é teimosa, garota. Gosto disso. Mas não adianta lutar. Eu vou quebrar esse espírito. Você vai ser minha em corpo e alma, e vai ser a minha obra-prima de dor."
Ele se levantou e saiu, deixando-a na escuridão, ferida e sangrando. A dor era um pulsar constante, mas o pior era a certeza de que aquele era o seu destino: ser o brinquedo sádico de um monstro até que ele se cansasse.
Melody não tinha mais esperança. Ela era apenas um corpo deitado no colchão sujo, à espera da próxima sessão de tortura. Ela havia sido vendida por seu pai, violada por um sádico e abandonada por Deus. Ela não via mais luz, e seu coração estava se fechando na escuridão mais profunda que ela já havia conhecido.
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Atualizado até capítulo 42
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