O Decreto do Don

O dia seguinte mal havia começado quando a porta quarrto de Bella se abriu, não com o som suave de enfermeiras, mas com a entrada avassaladora da família Pavini, Luigi vinha à frente, com a mesma determinação fria de sempre. Ao seu lado, a mãe, Cecília, carregava uma expressão de preocupação controlada; atrás, seu pai, Dante Pavini, o antigo Don, observava tudo com um silêncio pesado de autoridade; e o irmão Gêmeo de Luigi, Lorenzo, um homem elegante de 36 anos, olhava Bella com uma curiosidade intensa.

​Mas a figura mais inusitada era um homem pequeno, de terno e gravata, segurando um livro grosso e uma caneta: um juiz de paz.

​Bella, ainda fraca e deitada na cama, tentou se sentar, mas a dor a forçou a recuar.

​Luigi não perdeu tempo ele se aproximou da cama, colocando as mãos nas grades laterais, prendendo o olhar de Bella.

​— Eu não confio em nada além da minha palavra, Bella, mas o mundo precisa de provas e meu filho precisa de um nome.

​— Você revelou que é forçada a trabalhar para a família Martinelli, que foi vítima de violência e que carrega o meu herdeiro. Para formalizar minha proteção, para garantir que Silvio não ouse mais tocar em você e para dar ao nosso filho o sobrenome que merece… nós vamos nos casar agora.

​Bella arregalou os olhos o casamento era a perda total de sua já inexistente liberdade.

​— Casar? Não, Luigi! — Ela tentou se levantar novamente, sua voz fraca, mas carregada de desespero. — O senhor não pode fazer isso! Eu sou apenas sua secretária, uma vítima, eu não posso me casar forçada!

​— Você está errada. — O olhar de Luigi era implacável. — Você é a mãe do meu filho e o meu filho não será um bastardo. Na nossa vida, não existe "não posso", existe apenas "é necessário".

​Cecília se aproximou, sua voz era mais suave, mas igualmente final.

​— É a única maneira de cortar seus laços com os Martinelli legalmente, querida o casamento garante que você está sob a proteção total do Don é para a sua segurança, e a do bebê.

​— Mas… e a minha escolha? — Bella implorou, olhando para a família Pavini em busca de um único aliado.

​Dante, falou pela primeira vez, sua voz profunda e rouca, imbuída da sabedoria fria de anos de máfia.

​— A sua escolha, bambina, é viver.e manter a linhagem do meu filho, não há outra opção viável para você agora.

​A presença silenciosa de Lorenzo e o olhar impassível de Dante esmagaram a última resistência de Bella. Ela estava encurralada, sua vida não pertencia a ela.

​Luigi virou-se para o juiz, com um aceno de cabeça. O homem abriu seu livro apressadamente.

​— Avise a Dante e Cecília para servirem como testemunhas.

​Em questão de minutos, a suíte hospitalar se tornou o cenário de um casamento forçado Bella, deitada na cama, com o vestido hospitalar e o corpo coberto de hematomas, e Luigi, impecável em seu terno, o Don imponente.

​O juiz começou a leitura, o ritual formal e vazio de emoção.

​— Luigi Pavini, aceita Bella Martinelli como sua legítima esposa?

​— Aceito. — A voz de Luigi era firme e sem hesitação.

​O juiz voltou-se para Bella, ela hesitou, a respiração presa na garganta. Era o fim de tudo que ela conhecia, mas o início da única esperança de sobrevivência.

​— Bella Martinelli, aceita Luigi Pavini como seu legítimo esposo?

​Bella fechou os olhos as lágrimas escorreram mais uma vez.

​— Aceito. — O sussurro mal pôde ser ouvido.

​Luigi tirou um anel simples de diamante, do bolso e o deslizou no dedo anelar de Bella, um ato de posse inegável.

​— Pelo poder investido em mim, eu os declaro marido e mulher.

​O juiz assinou os papéis e se retirou rapidamente, deixando a família Pavini para trás.

​Luigi olhou para sua nova esposa ele se inclinou, seus lábios quase tocando a orelha dela, a voz fria e possessiva.

​— Bem-vinda à família, Bella você agora é uma Pavini e a partir de hoje, seus problemas são os meus Descanse quando sair daqui, você irá para minha casa você é minha e a vingança por tudo que te fizeram também é.

​Bella era esposa de Luigi Pavini, o Don e, pela primeira vez em muito tempo, ela não sabia se estava mais assustada com a máfia ou com seu próprio marido.

​Luigi permaneceu de pé ao lado da cama, a figura imponente projetando uma sombra sobre ela , Luigi a observava com uma intensidade fria e calculista, a raiva do Don mal contida. O casamento estava resolvido; agora, era a hora de se dedicar à vingança.

​— A formalidade acabou, Bella agora, a verdade nua e crua. — A voz dele era baixa, perigosíssima.

​Bella estremeceu, os olhos inchados pelo choro.

​— Sobre o quê?

​— Você disse que foi forçada a se prostituir para "empresários de alto nível" e "soldados de rank S da Máfia". — Ele se inclinou, a ameaça física evidente. —

Eu quero os nomes e quero todos eles ​Bella tentou desviar o olhar, mas o terror a forçou a encará-lo.

​— Eu… eu não sei se consigo, Luigi.

​— Você consegue. — A resposta dele era um decreto.

— Você é a Sra Pavini agora, seu passado está sob minha jurisdição quantos soldados e quantos Consiglieri tocaram em você?

​Ela hesitou, mordendo o lábio até sentir o gosto metálico de sangue.

​— Quatro… quatro soldados e dois Consiglieri e o Senhor.

​O rosto de Luigi não demonstrou emoção, mas Bella viu o músculo de sua mandíbula apertar seis homens seis cães.

​— Diga os nomes devagar, não omita nada, Bella pela vida do meu filho.

​A menção do bebê deu-lhe a força, ela respirou fundo, fechando os olhos enquanto os nomes lhe vinham à mente.

​— Os soldados eram: Massimo Ricchi, Rocco Santoro, Pietro Russo e o último… Stefano Conti os Consiglieri eram: Giovanni Gallo, e… o outro, você já sabe meu pai, Silvio Martinelli.

​Luigi anotou os nomes mentalmente, cada sílaba um prego no caixão daqueles homens seu próprio Consigliere estava no topo da lista.

​— E Giovanni Gallo. — Luigi rosnou. — Ele está ligado à empresa Valerius?

​— Ele… ele era um dos clientes mais frequentes Silvio dizia que era para conseguir informações para Valerius.

​A traição era mais profunda do que Luigi imaginava Silvio não apenas abusava de Bella, mas a usava como moeda de troca e para coletar informações para os inimigos.

​Luigi apertou a mão dela de novo, desta vez com uma frieza possessiva.

​— Falta uma coisa, Bella a pior.

​Ele a encarou, e a pergunta veio em um sussurro brutal.

​— Quem foi o primeiro que abusou de você, Bella? E quantos anos você tinha?

​A pergunta trouxe consigo todo o peso de sua infância roubada o sangue pareceu se esvair de seu rosto, o ar se recusando a entrar em seus pulmões. O quarto girou e ela chorou, um soluço profundo e silencioso, a dor de uma vida inteira vindo à tona.

​— Não precisa chorar. — A voz de Luigi se tornou estranhamente gentil, mas com uma camada subjacente de ódio fervente. — Apenas diga o nome e a idade você está sob o meu escudo agora.

​O nome veio com dificuldade, rasgando sua garganta.

​— Foi o Silvio.

​O rosto de Luigi se contorceu em algo que Bella nunca vira: uma fúria pura, descontrolada.

​— Quando?

​— Eu era criança. — Ela soluçou, encolhendo-se sob os lençóis. — Tinha… Dez anos.

​O Don se afastou da cama, incapaz de conter a erupção de violência, ele deu um soco na parede, forte o suficiente para fazer o quadro na parede tremer.

​Ele estava de costas para ela, respirando com dificuldade dez anos seu próprio Consigliere.

​— Ele não apenas a traficava, Bella ele a destruiu. — Luigi virou-se, o olhar dele havia voltado a ser de gelo, mas agora carregava a promessa de uma punição infernal.

​— Você fez o certo em me dizer a verdade você fez a única coisa certa que podia, agora, você e o nosso bebê estarão seguros e esses nomes… — Ele apontou para os lábios trêmulos dela. — Esses nomes acabaram de assinar suas sentenças de morte. Eu vou fazer Silvio Martinelli desejar não ter nascido e vou começar a limpeza na Cosa Nostra.

​Ele discou o telefone do hospital.

​— Quero Bella Martinelli com segurança armada 24 horas três homens em cada turno ninguém entra neste quarto sem a minha autorização. E liguem para Lorenzo diga que tenho algumas "tarefas" para os meus capos.

​Ele olhou para Bella, a mulher que era agora a mãe de seu herdeiro, e sua vítima.

​— Descanse, mia rainha, guerra começou e desta vez, eu luto por você.

Cecília De Ângelo Pavini

Dante Pavini

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Comments

Leitora compulsiva

Leitora compulsiva

isso aí don lute pela dua rainha 👏❤️

2025-10-21

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