Bella chegou ao escritório de Luigi Pavini na terça-feira. Impecável o blazer de corte preciso, o coque no cabelo milimetricamente arrumado. A maquiagem era uma máscara perfeita que escondia as marcas da noite, mas não conseguia disfarçar o cansaço mortal em seus olhos ou a rigidez tensa de seu corpo.
Luigi a observou com atenção enquanto ela passava sua nova secretária estava sempre impecável, mas hoje havia algo diferente, ela estava mais lenta os movimentos eram calculados, como se cada passo custasse um esforço monumental, e a maneira como ela se apoiava brevemente no batente da porta revelava uma dor que ela tentava desesperadamente esconder.
— Bom dia, Sra. Martinelli. — A voz de Luigi era cortante, testando-a.
— Bom dia, Sr. Pavini a agenda de hoje está revisada e as prioridades marcadas.
Ele não questionou a lentidão, apenas a deixou trabalhar, observando-a do canto do olho o dia seguiu implacável. Ele a manteve ocupada com relatórios complexos, forçando-a a ficar até tarde.
Ele precisava de respostas sobre o porquê de ela não o ter reconhecido, sobre o seu profissionalismo robótico e, agora, sobre o sofrimento que ele sentia que ela carregava.
Às dez da noite, Luigi se recostou na cadeira, suspirando.
— Peça uma pizza, Sra Martinelli uma para mim, uma para você e não se atreva a dizer que já comeu.
— Não, Sr. Pavini. Eu… pedirei a sua.
— Peça a nossa. — Ele a encarou não era um pedido; era uma ordem.
Bella obedeceu, quando a pizza de pepperoni e margarita chegou, o aroma quente e picante preencheu o ar do escritório luxuoso Luigi pegou uma fatia e começou a comer, mantendo os olhos nela.
Bella pegou a dela, suas mãos tremiam levemente, ela olhou para a fatia como se fosse um objeto perigoso, levando-a aos lábios com uma dificuldade visível. Ela mastigava devagar, seus músculos faciais tensos, engolindo com um esforço que parecia quase insuportável.
Luigi largou a fatia na mesa, a paciência esgotada pela encenação.
— Pelo amor de Deus, Sra Martinelli, parece que você está comendo cimento.
— Desculpe, senhor. — Ela não conseguiu encará-lo, focada na fatia em suas mãos.
— Você está com medo de comer? Qual é o seu problema?
Bella hesitou, e o medo nos olhos dela era inconfundível medo da comida.
— Eu… eu só não costumo… comer muito.
— "Não costumo"? Nossa, Sra. Martinelli, parece que é a primeira vez que você come pizza na vida.
As palavras de Luigi eram sarcásticas, mas a verdade que saiu da boca dela o atingiu com força.
— É a primeira vez. — Bella murmurou, quase inaudível. — Nunca comi antes.
Luigi franziu a testa, cético, mas a expressão dela era de honestidade brutal.
— O quê? — Ele a fitou. — Você está na Itália como é possível nunca ter comido pizza? É como respirar aqui!
Bella parou de mastigar sua respiração ficou superficial, ela tentou responder, mas as palavras ficaram presas na garganta.
— Sr. Pavini… eu… — Sua voz falhou.
Seu rosto perdeu a cor rapidamente, e os olhos, já cansados, se reviraram o mundo girou, as luzes do escritório, o rosto de Luigi, tudo se tornou um borrão. Ela sentiu uma pontada aguda em seu corpo, consequência das agressões da noite anterior e da fome crônica.
Bella tentou se segurar na borda da mesa, mas suas forças a abandonaram a pizza escorregou de sua mão. Com um baque surdo contra o carpete, ela desabou, caindo inconsciente no chão de mármore polido do escritório.
Luigi Pavini estava de pé em um instante o medo e a surpresa paralisaram o Don implacável, ele correu até ela, ajoelhando-se ao lado do corpo inerte da mulher que o assombrava.
— Bella! — Ele a chamou, ignorando o protocolo. — Cristo!
Ao tocá-la, ele sentiu a febre e, sem querer, roçou o braço dela, ele percebeu a pele sensível e, ao levantar a manga do blazer, viu um hematoma feio, amarelo e roxo, já em fase de cicatrização, mas inegavelmente resultado de uma pancada.
A Sra Martinelli era mais do que uma secretária misteriosa, ela era uma tela de dor e segredos, e ele, o Don, estava prestes a descobrir exatamente quem a estava machucando , o silêncio no escritório de Luigi foi quebrado apenas pela respiração tensa do Don. Ele estava ajoelhado ao lado de Bella, o rosto endurecido em uma máscara de choque a visão daquele corpo frágil, as marcas roxas expostas em seu braço, acendeu uma fúria fria em seu peito.
Alguém havia tocado no que era dele e ele faria esse alguém pagar.
Ele pegou o celular e discou o número que raramente usava.
— Mãe, preciso de você. Agora.
— Luigi? Que tom é esse? O que houve? — A voz de Cecília Pavini, médica respeitada e sua mãe, ecoou do outro lado da linha, carregada de preocupação.
— Minha secretária desmaiou. Não acorda. E… há algo errado, mãe, ela está machucada venha para a empresa, para o meu escritório. Ninguém deve saber disso. Use a entrada de serviço.
— Estou a caminho, mantenha a calma, filho
Luigi desligou, passando a mão pelo cabelo, ele pegou Bella cuidadosamente nos braços e a levou para o sofá de couro da sala, cobrindo-a com um xale. O medo que ele sentia era um intruso, uma emoção que ele havia enterrado há anos, mas que agora ressurgia com força.
Quinze minutos depois, Cecília Pavini irrompeu na sala, uma mulher elegante, de cabelos prateados e olhar perspicaz, com sua maleta médica na mão.
— Meu Deus, Luigi! Quem é essa garota? O que aconteceu?
— É Bella Martinelli minha secretária, ela desmaiou há pouco estávamos trabalhando.
Cecília se ajoelhou e começou a examinar Bella Tirou-lhe a pulsação no pescoço e examinou os olhos.
— Hipotensão severa, exaustão extrema… e a glicose está baixa e a pressão está muito alta, Luigi.
Cecília desabotoou o blazer de Bella para checar seus batimentos cardíacos o horror se instalou no rosto da médica. Ao deslizar o tecido, as marcas roxas e amareladas espalhavam-se por seu tronco e costelas, visíveis mesmo na penumbra do escritório.
— Mio Dio! — Cecília sibilou, puxando o tecido delicadamente. — Luigi, ela foi espancada. Recentemente.
O ar congelou o Don apertou os punhos com tanta força que os nós dos dedos ficaram brancos.
— Quem… quem fez isso? — A voz dele era um sussurro perigoso, a fúria agora um iceberg mortal.
Enquanto Cecília continuava o exame, afastando o tecido da blusa e sentindo o abdômen pálido de Bella, seus olhos se arregalaram. A magreza de Bella, que Luigi havia notado, acentuava um sutil volume em seu ventre.
— Ela está muito magra, filho, mas… — Cecília olhou para Luigi, a revelação brutal em seus olhos. — E acho que ela está grávida.
Luigi cambaleou um passo para trás, como se tivesse levado um tiro, grávida dele? A lembrança daquela única noite o atingiu.
— Não, não pode ser.
— Sim, pode ser, pelas minhas estimativas, ela deve estar no segundo trimestre é sutil, mas está aqui e com a desnutrição, é uma gravidez de alto risco.
Cecília continuou o exame cada toque em Bella revelava uma nova ferida: marcas de dedos no braço, escoriações recentes na perna Cecília, apesar de ser mãe do Don da Máfia, era uma médica, e o abuso que via era revoltante.
— Ela está sendo torturada, Luigi não são apenas tapas é violência metódica.
De repente, Cecília ofegou, seus olhos se moveram para o tecido da blusa de Bella uma mancha vermelha, sutil, mas crescente, apareceu.
— Não pode ser… — Cecília levantou-se rapidamente e correu para pegar algo em sua maleta. — Ela está sangrando, Luigi meu Deus, ela está tendo um aborto!
O pânico substituiu o choque em Cecília.
— Rápido! Me ajude! Temos que tirá-la daqui ela precisa de um hospital.
Luigi, paralisado até então, agiu por puro instinto a paternidade, o risco de perder uma vida, atingiu-o com uma força primitiva, ele levantou Bella com cuidado extremo.
— Para qual hospital? Não podemos levá-la a um público vão fazer muitas perguntas.
— Ela vai para o nosso hospital ninguém vai questionar a internação vamos agora!
Enquanto Luigi carregava Bella, uma fúria gelada e calculista tomou conta dele os problemas da empresa eram nada. A máfia era um jogo de crianças alguém feriu a mãe do seu filho, alguém tocou no que era dele e ele faria o inferno parecer um paraíso comparado ao que os responsáveis iriam sofrer.
— Leve-a para o carro, filho. — Cecília o apressou. — Eu vou com você, não ouse perder essa criança, Luigi você não vai sobreviver a outra perda.
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Atualizado até capítulo 37
Comments
Leitora compulsiva
ainda bem que ele descobriu, e vai cuidar dela, esses vermes iram pagar caro
2025-10-20
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