Diagnóstico e Suspeitas Sombrias

​O Hospital San Giorgio era um santuário de luxo e discrição, o tipo de lugar onde o dinheiro da máfia comprava silêncio e excelência médica Bella estava agora em uma suíte particular, ligada a monitores e recebendo soro com a calma de uma profissional e a ferocidade de uma mãe, coordenava a equipe médica.

​Quando o sol começou a nascer, tingindo o céu de tons cinzentos, Cecília saiu do quarto de Bella, encontrando Luigi na sala de espera particular. Ele estava de pé, imponente e aterrorizante, mas com os olhos traindo uma ansiedade desesperada.

​— E então, Mãe?

​— O quadro é estável, mas muito sério, Luigi. — Cecília tirou o jaleco, o semblante grave. — A gravidez foi confirmada ela está no quarto mês.

​— E o sangramento? O bebê?

​— O sangramento parou conseguimos estabilizá-la. Mas a gravidez é de altíssimo risco, ela está com anemia grave, reflexo da desnutrição prolongada. E o mais urgente: os raios-X confirmaram que ela tem uma costela quebrada, recente, além de contusões em todo o corpo.

​Luigi fechou os olhos, o som da costela quebrada ecoando em sua mente, ele sabia o que significava o tipo de violência que ela havia sofrido.

​— Eu vou encontrar quem fez isso, Mãe eu juro.

​— Eu sei que vai, filho mas há mais.

​Cecília hesitou, olhando para a porta fechada, antes de se aproximar e falar em um sussurro sério.

​— Fizemos exames toxicológicos havia leves traços de drogas no sistema dela um estimulante sexual muito forte.

​Luigi franziu a testa, confuso.

​— Para quê? Ela… ela estava sendo drogada para trabalhar?

​— Não para trabalhar, Luigi para o que a fizeram passar é comumente usado em casos de prostituição ou abuso sexual prolongado a droga suprime o medo e aumenta a submissão.

​O estômago de Luigi revirou a imagem de Bella, tão profissional e fria, colidia com a ideia de que ela poderia ser uma vítima de tráfico ou abuso mas algo o forçou a confessar seu próprio segredo.

​— Mãe, acho que... acho que sou o pai do bebê.

​Cecília o encarou, a surpresa em seus olhos.

​— O quê? Luigi, como?

​— Há alguns meses, eu… eu a encontrei em uma noite.eu estava no limite , foi a única vez que fiquei com alguém depois de..… você sabe. Ela sumiu eu procurei. Depois ela apareceu para a entrevista.

​— E ela não o reconheceu.

​— Não em momento algum, isso me deixou furioso, mas… agora, com essa história de drogas… — A voz de Luigi ficou rouca de raiva e desconfiança. —

Talvez ela não se lembre porque estava drogada naquela noite talvez ela fosse obrigada a se prostituir.

​Cecília juntou as peças, a mente médica e maternal trabalhando em uníssono.

​— Isso explicaria a amnésia, a repulsa pela comida e o medo extremo se ela está sendo forçada a se prostituir, eles a matariam de fome e a espancariam se ela engravidasse.

​— Mas por que ela viria trabalhar para mim? Para a minha empresa?

​— Talvez eles a tenham mandado, você é o Don se ela é propriedade de alguém, ter acesso a você e à sua informação seria inestimável. Eles a colocaram bem debaixo do seu nariz.

​Luigi deu um soco na parede, a raiva finalmente explodindo. Ele não tinha apenas contratado uma secretária ele havia trazido a vítima de seus inimigos — ou o pior, a espiã deles — para dentro de seu santuário.

​— Não importa.ela é minha agora e o bebê também.

— A posse em sua voz era inconfundível. — O que faremos?

​— Primeiro, ela precisa de segurança absoluta e de um plano de tratamento , segundo, vamos esperar ela acordar só ela pode nos dizer quem está por trás disso.

​Luigi foi até a janela, observando o amanhecer sobre a cidade que ele dominava.

​— Ninguém a machucará novamente não enquanto ela estiver sob o meu teto, e se eu for o pai… — Ele virou-se para a mãe, a determinação implacável do Don tomando conta de sua face. — Aquele bastardo será meu e só meu. E quem ousou machucar a mãe dele vai implorar pela morte.

​Cecília suspirou, sabendo que a vida de seu filho havia mudado para sempre e a vida de Bella, uma mulher marcada pela dor, estava prestes a entrar em um inferno de proteção e possessão.

​Bella acordou lentamente, o zumbido dos monitores e o cheiro de antisséptico invadindo seus sentidos a dor em seu corpo era uma constante, mas o ambiente era diferente. Confortável, silencioso e, o que a assustou mais, sob o olhar intenso de Luigi Pavini. Ele estava sentado ao lado da cama, parecendo um predador esperando por sua presa.

​Ele não a forçou a falar de imediato, mas esperou que ela tomasse um pouco de água. Assim que ela demonstrou estar minimamente alerta, Luigi soltou as perguntas, sua voz baixa e controlada, mas carregada de uma ameaça sutil.

​— Você está segura aqui, Bella mas eu preciso de respostas. E preciso delas agora não tente mentir.

​Bella desviou o olhar, o pânico tomando conta de seus olhos.

​— Eu… eu não sei do que o senhor está falando.

​Luigi inclinou-se, o olhar azul como gelo.

​— Sei que você foi espancada, sei que está grávida. Sei que está desnutrida e sei que, pela forma como me tratou, você é muito mais do que a secretária.

​Ele a encurralou, sua voz se tornando um rosnado perigoso.

​— Você sabe bem quem eu sou, Bella eu sou Luigi Pavini, e tenho meios de investigar e de punir quem quer que seja. Então, me diga a verdade quem te espancou? Por que você não come? É obrigada a se prostituir? Te mandaram para a empresa para me vigiar? Você trabalha para algum inimigo meu?

​As perguntas vieram em uma avalanche, e Bella desmoronou não havia mais forças para a fachada. As lágrimas escorreram silenciosamente pelo seu rosto, molhando os lençóis de seda.

​— Não! Não trabalho para nenhum inimigo seu! — Ela ofegou, a voz fraca e rouca. — Eu… eu sou filha. Adotiva do seu Consigliere, Silvio Martinelli.

​A menção do nome de um de seus homens mais confiáveis fez a mandíbula de Luigi travar traição no círculo íntimo.

​— Silvio. — O nome saiu como veneno. — Ele e sua família fizeram isso com você?

​— Sim desde que eu era criança.

​— Por que você não come? O que significa esse medo?

​— Eu sou impedida desde criança, eles controlam o que eu como, só o suficiente para sobreviver, para ter forças comer… dói eu sempre comi as sobras e depois apanhava por ter comido é um gatilho eu tenho muito medo de comer.

​Luigi fechou os olhos por um momento, processando a crueldade fria.

​— E a prostituição?

​Bella engoliu em seco, olhando fixamente para o teto.

​— Eu fui obrigada a me prostituir desde os meus treze anos já são onze anos mas parei… parei depois que eles me fizeram engravidar. Normalmente os clientes eram pessoas ricas, empresários de alto nível, ou soldados de rank S da Máfia, Consiglieres e o Senhor… — Ela estremeceu. — Eu era obrigada a tomar um remédio, o tempo todo, para ser mais submissa e para ser mais… confortável para os clientes.

​O sangue de Luigi gelou o medicamento, ele se lembrou da análise de Cecília isso confirmava a suspeita de sua mãe.

​— Eles te mandaram para cá. — Não era uma pergunta.

​— Sim, eles me obrigaram a ir trabalhar para o senhor porque eles querem que a minha irmã, Carmen, seja sua esposa. Eles iam armar para você, eles queriam que você ficasse com ela, e assim ela poderia forjar uma gravidez, e depois eles usariam o meu filho. Eu sou apenas o acesso deles.

​A revelação da ambição de Silvio era pura audácia usar sua secretária abusada para aproximar a filha biológica.

​— Eles me bateram ontem à noite… porque o senhor não deu atenção a Carmen na festa, assim estragou o plano deles.

​O Don sentiu uma necessidade avassaladora de encontrar Silvio e rasgá-lo membro por membro.

​— E o que mais, Bella?

​— Minha mãe… — Bella soluçou. — Minha mãe, Lucia ela falou que eu não era filha deles. Ontem ela disse que eu era só… uma qualquer que eles acharam no lixo.

​O choque final Luigi olhou para o ventre de Bella sua secretária, a vítima, a mãe de seu possível filho, não tinha ninguém ninguém além do Don que agora a possuía.

​Ele apertou a mão dela com uma firmeza surpreendente, mas não ameaçadora.

​— Você não voltará para lá, Bella nunca mais você está sob a minha proteção e sobre o seu bebê…, não se preocupe.

​Luigi se levantou. O Don havia se transformado a fúria em seus olhos não era mais irritação ou possessão carnal, mas um ódio profundo e vingativo contra a injustiça.

​— Descanse não se preocupe com nada, mas Silvio Martinelli… ele vai se arrepender de ter nascido.

​— O senhor não pode… — Bella tentou alertá-lo.

​— Eu posso, Bella eu sou Luigi Pavini e você é minha. O seu segredo, a sua dor… e o seu bebê tudo isso agora pertence a mim e aqueles que ousaram tocar no que é meu vão pagar com sangue.

​— E… depois disso, Bella você ficou com outras pessoas? Preciso saber a verdade para a segurança de vocês.

​Bella balançou a cabeça lentamente, a dor em seus olhos sendo substituída por uma aceitação sombria.

​— Foi tudo planejado eu usava DIU, mas eles removeram a intenção deles era eu conseguir engravidar do senhor e aconteceu na primeira tentativa. Depois daquela noite, não tive mais clientes e três semanas depois descobri a gravidez. O pânico me fez esconder a princípio tive medo de que eles me matassem se soubessem tive medo de que soubessem quem era o pai, mas eles sabiam e fizeram de propósito.

​O alívio, misturado à possessividade e à fúria, inundou Luigi o filho era dele a única coisa pura que restava em sua vida, e ela era sua.

​Ele tocou seu ventre com a ponta dos dedos, uma carícia inesperadamente suave, mas carregada de posse.

​— Então, o bebê é meu. — A afirmação dele era um decreto, inquestionável. — Você nunca mais voltará para a escuridão, Bella você e meu filho estão sob a minha proteção. E Silvio Martinelli… ele será um exemplo do que acontece com quem tenta trair e ferir um Pavini.

​Bella o encarou, a fraqueza física impedindo-a de lutar contra a possessividade dele. Ela não tinha para onde ir. Ele era o único escudo entre ela e a morte.

​— O que vai fazer? — ela perguntou, a voz quase um sussurro.

​O sorriso cruel de Luigi, o sorriso do Don, retornou.

— O que faço de melhor, mia cara eu vou limpar a minha casa e vou garantir que você tenha tudo o que precisa para cuidar do nosso filho. Mas primeiro… você vai comer e ganhar forças porque você tem uma guerra para travar ao meu lado.

​Ele pegou a mão dela e a beijou na testa, um gesto de domínio mais do que de carinho.

​— Você pode ter sido achada no lixo, talvez seja uma mentira que eles contaram, mas agora você é a mãe do meu herdeiro. E isso a torna intocável pelo menos para o resto do mundo.

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Comments

Leitora compulsiva

Leitora compulsiva

esses vermes vão pagar caro

2025-10-21

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