Eu fiquei ali, na pedra fria, por um longo tempo, incapaz de me mover. A dor física e a violação eram um peso esmagador, mas a fúria que fervia dentro de mim era mais quente que o sangue que escorria entre minhas coxas. Ele me tratou como um animal, usou-me para punir minha audácia e selar a sua posse.
Com um esforço imenso, eu consegui me levantar, usando a mesa de madeira como apoio. Meu corpo protestou, doendo em cada ponto onde ele tocou. Minha cabeça girava, mas eu me recusei a desmaiar. Darian queria que eu fosse uma vítima fraca. Eu não lhe daria essa satisfação.
O quarto era espartano: paredes de pedra nua, um colchonete fino no canto que servia de cama, e um pequeno vaso de cerâmica que servia de banheiro. Havia uma bacia com água fria e uma toalha grossa.
Eu me arrastei até a bacia e mergulhei a toalha. Limpar o corpo da essência dele foi um ato de purificação e recuperação. Eu me concentrei em remover as marcas visíveis, mas sabia que as marcas invisíveis, as de sua dominação, estariam em mim por muito tempo.
Enquanto me limpava, olhei para o meu reflexo na superfície da água parada. Meus olhos dourados estavam cheios de lágrimas não choradas e uma determinação gelada. O prazer que senti? Era a traição do meu corpo Ômega, programado para se submeter. Mas minha mente, a mente de Serena, era de aço.
Ele me quebrou hoje, mas ele me ensinou o que eu preciso saber, pensei, vestindo a roupa rasgada que ele havia deixado. Ele é forte, implacável e motivado pelo poder. Ele se alimenta de submissão e se surpreende com a rebeldia.
Meu objetivo não podia mais ser a fuga imediata; o castelo era uma fortaleza, e eu mal conseguia andar. Meu novo objetivo era a sobrevivência inteligente.
Eu comecei a examinar o quarto. Era um cativeiro, mas até um cativeiro pode ter falhas. Não havia janelas, apenas a porta trancada, mas havia um cheiro estranho de mofo e terra vindo de um canto escuro. Uma possível ventilação, ou talvez um duto de lixo. Nada útil agora.
Eu me arrastei para a cama fina. Não para dormir, mas para traçar um plano. Eu não podia mais enfrentá-lo com palavras ousadas. Isso só o excitava e levava a punições mais duras.
Eu tinha duas cartas na manga:
Minha Fertilidade Virgem: Ele me quer intacta e fértil para dar-lhe herdeiros. Ele não me matará, e provavelmente me manterá saudável.
O Fogo da Obediência: Se a desobediência leva à dor e ao prazer dominador, talvez uma submissão calculada o faria relaxar a guarda.
Eu decidi que no dia seguinte, quando Darian voltasse para "o treinamento", eu lhe daria exatamente o que ele esperava: uma Ômega submissa. Mas por dentro, eu observaria. Eu ouviria. Eu procuraria as fraquezas da Matilha da Geada, as fraquezas de seus guardas, e, mais importante, as fraquezas dele.
A porta rangeu de repente, e meu corpo se encolheu por instinto, mas não foi Darian.
Um homem alto e magro, vestido com as vestes simples dos serviçais da Matilha da Geada, entrou. Ele carregava uma bandeja com um prato fumegante de ensopado e um copo de água limpa. Seus olhos castanhos me evitaram.
"O Lorde ordenou que você seja alimentada. Coma tudo," ele murmurou, colocando a bandeja no chão perto da cama.
Eu olhei para o ensopado. Meu estômago estava vazio, mas o medo me impedia de comer.
"Quem é você?" perguntei, minha voz rouca.
Ele hesitou, ainda olhando para o chão. "Sou Liam. Beta. Eu cuido desta ala do castelo. Não pergunte mais nada."
"Liam," eu repeti. "Obrigada. Por que esta ala? É onde ele mantém todos os seus 'presentes'?"
Liam suspirou, um som de resignação. Ele levantou os olhos, finalmente me encarando, e havia um pingo de pena ali.
"Esta ala é para o que não deve ser visto, Ômega. Você está no Cativeiro da Geada. E você é a primeira 'esposa de procriação' que o Lorde Darian trouxe. Ele não costuma precisar de ajuda para ter herdeiros."
Ele saiu tão rápido quanto entrou, fechando a porta. Mas ele me deu uma informação crucial: eu não era a primeira a ser comprada, mas eu era especial. Eu estava aqui porque Darian tinha um problema de sucessão, e eu era a solução forçada.
Comi o ensopado lentamente, sentindo a força retornar. A comida era energia. E a energia era o que eu precisava para lutar contra o Alfa mais poderoso do Norte. Eu tinha um dia de vida e uma noite para planejar minha guerra silenciosa
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Atualizado até capítulo 20
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