Dominic
Com as devidas cópias do contrato em mãos, seguimos para o restaurante onde marcamos o almoço com o CEO do Grupo Lewis & Grenth e seus advogados. Após meses de negociação, hoje ele estava prestes a ser assinado. A manhã seguia com a mesma energia que me impulsionou desde cedo: foco, estratégia e a certeza de que estávamos diante de um divisor de águas para a Johnson Construction.
O restaurante Monterey Bay Fish, com sua atmosfera elegante e vista panorâmica da baía, foi escolhido para receber o Sr. Robert Lewis e sua equipe jurídica. Fiz questão de chegar antes do horário marcado, acompanhado da Srta. Leyne, para revisar os últimos detalhes do contrato. A formalização exigia precisão, e eu não deixaria margem para erros.
O Sr. Lewis, CEO do grupo hoteleiro Lewis & Grenth, é um homem de presença marcante. Seus olhos atentos e postura serena revelam décadas de experiência e conquistas. Em nossas reuniões anteriores, desenvolvemos uma relação de respeito mútuo e admiração profissional. Incorporamos suas sugestões ao projeto com rigor técnico e sensibilidade estética — e o resultado foi um plano de reforma que ele considerou exemplar.
Esse projeto é mais do que uma expansão. É a porta de entrada para o mercado internacional. E eu estava pronto para conduzir esse passo com a seriedade que ele exige.
Antes da chegada do cliente, volto-me para David, que insistiu em participar do encontro.
— Evite comentários inoportunos sobre o projeto, David — digo, com tom firme. — Tudo o que precisava ser resolvido já foi tratado. Hoje, vamos apenas formalizar o contrato. Depois, comemoramos. Esse é um grande passo para a empresa.
— Fica tranquilo, Dom — ele responde, com aquele sorriso de canto que sempre me deixa em alerta. — Estou aqui para mostrar que nossa família está unida nesse projeto. Você na execução, eu no financeiro, buscando o melhor custo-benefício.
Ele fala como se fosse veterano, quando na verdade ainda está em fase de adaptação, atuando como assistente do nosso gerente financeiro, Jeremy Benson.
— Mas... — ele continua, provocador — não custa nada sugerir uma coisa ou outra para futuros negócios.
— Não é hora de sugerir nada, David — corto, mantendo a postura. — Teremos outras oportunidades. Neste momento, concentre-se em não atrapalhar.
A hostess se aproxima e nos informa que o Sr. Lewis e seus advogados chegaram. Levanto-me, ajusto o paletó e sigo até a mesa para recebê-los.
— Bom dia, Sr. Lewis, senhores — cumprimento com firmeza. — Que bom revê-los. A Srta. Leyne vocês já conhecem. Este é meu irmão, David Johnson.
— Muito prazer, Sr. Lewis — David estende a mão. — Sou o diretor financeiro da Johnson Construction.
Sinto meu estômago revirar. Diretor financeiro? Ele ainda está em treinamento. Essa apresentação é uma afronta à estrutura da empresa.
— Fiz questão de comparecer para estreitarmos a relação entre nossas empresas — David continua.
— Pensei que já fôssemos próximos o suficiente. Caso contrário, não estaríamos prestes a assinar este contrato — responde o Sr. Lewis, com um sorriso contido. — Não é do financeiro que quero me aproximar. O que precisávamos tratar sobre valores já foi resolvido.
Ele então se volta para mim:
— Após essa formalização, pretendo acompanhar o processo criativo e executivo. E isso, Sr. Dom Johnson, ficará sob sua responsabilidade, assim espero.
A expressão de David murcha. Tento conter o riso. Ele já foi apresentado ao nosso gerente em outras ocasiões e sabe que não há “diretor financeiro” nominalmente em nossa estrutura.
— Claro que teremos contato direto, Sr. Lewis. Sempre estive à sua disposição e continuarei assim — respondo, enquanto nos acomodamos à mesa.
— Como vai seu pai, Dom? — pergunta, ajustando a postura. — Imaginei encontrá-lo aqui hoje.
— Peço desculpas pela ausência dele. Precisou acompanhar minha mãe em uma consulta médica. Os dois fazem questão de se apoiar nesses momentos.
— Ele faz muito bem. Eu e minha Esther nunca perdíamos a chance de estarmos juntos.
— Já que seremos parceiros de negócios, exijo que me chame de Robert — ou Bob, se preferir. Vamos deixar de lado as formalidades. Tivemos tantas conversas que nos aproximaram — merecemos um trato mais direto.
— Bom, vou tentar ser menos formal — digo, um pouco constrangido. — A força do hábito pode me levar à formalidade de costume, mas prometo tentar.
— Agora, vamos aos negócios. Srta. Rachel, como sempre, nos encantando com sua doce presença — ele diz, dirigindo-se à minha assistente com gentileza.
Ela sorri, corada, e retira da pasta as três cópias do contrato, entregando-as aos advogados.
— No contrato, definimos que o início das obras será em seis meses, começando pela unidade em Honolulu, no Havaí — explico.
— Em seis meses? — David interrompe, com tom de discordância. — Por que não iniciamos antes?
O Sr. Lewis o encara com leve ironia.
— Percebe-se que o rapaz não tem intimidade com os trâmites do negócio em que se diz “diretor financeiro”.
— Temos vários fatores a serem considerados: legislação, contratações, locações de máquinas e mão de obra. Na verdade, esse prazo ainda é curto.
— Se você tivesse lido o contrato, como parece que não fez, teria encontrado essa informação. Temos até nove meses para o início das obras.
David se cala, visivelmente constrangido.
— Peço desculpas, Sr. Lewis — pigarreio. — David ainda está se inteirando dos negócios. Tenho certeza de que se dedicará mais a conhecer os procedimentos.
— Os valores do contrato serão creditados dentro dos prazos. Após a assinatura, 30% já estará na conta de vocês — esclarece o Dr. Thompson.
— Vamos às assinaturas? — ele propõe, colocando o contrato sobre a mesa.
Após a formalização, fizemos os pedidos para o almoço. A conversa seguiu com leveza. David permaneceu em silêncio — e agradeci por isso.
Srta. Leyne registrou todas as informações essenciais, garantindo que nada fosse esquecido.
— Bem, Dom, estou contente por oficializarmos o nosso acordo. Tenho certeza de que nossa parceria será um sucesso. Agora, preciso embarcar para a Itália — diz o Sr. Lewis, levantando-se.
Minha assistente o cumprimenta com elegância. David permanece imóvel, ignorando a etiqueta mínima de respeito ao cliente.
— Compartilho da mesma certeza, Sr. Lewis. Será um prazer trabalhar com vocês — digo, apertando sua mão.
David é ignorado. E, embora eu saiba que quem deveria estar envergonhado é ele, não consigo evitar o desconforto.
Após a saída deles, permanecemos à mesa. Meu sangue ferve.
Ele insistiu em vir, mesmo após minhas orientações. E, como previsto, fez comentários fora de hora, demonstrando total despreparo.
O que meu pai pretende ao dar tanta liberdade a ele? Por que permitir que se envolva em assuntos para os quais não está pronto?
Se não fosse o fato de já termos alinhado tudo previamente, ele poderia ter colocado tudo a perder.
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Atualizado até capítulo 98
Comments
Mitha Souza
Feliz em saber que minhas palavras o surpreendeu...🥰
2025-10-05
  0
Eliana Fazano
mimado mau educado affff
2025-10-24
  0
Kruzery
Uau! 😍
2025-10-05
  1