Atração Perigosa: Segredos de Benjamin Fairchild
Querido leitor,
essa é uma história de romance, suspense e mistério. Como toda história, esta tem seus altos e baixos, momentos mais calmos e alguns até entediantes, mas também muitos momentos intensos e empolgantes. Todos eles são fundamentais para o desenvolvimento da trama.
Espero que goste e que acompanhe até o final.
Boa leitura!♡
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"Aos que já caminharam pelas sombras e, mesmo feridos, ainda acreditam que o amor é capaz de salvá-los."
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Dizem que a vida é tecida em silêncio, nos pequenos instantes que julgamos sem importância. No entanto, há momentos em que o destino se impõe de forma tão abrupta que nos arranca da calmaria e nos lança a um caminho que jamais ousaríamos escolher por nós mesmos.
Eu não imaginava que minha história seria entrelaçada à de Benjamin Fairchild. Um homem enigmático, envolto em sombras e poder, que parecia carregar consigo segredos demasiadamente pesados para serem partilhados. Sua presença era como uma chama: perigosa, indomável, mas capaz de atrair até mesmo os mais cautelosos.
Tudo começou de maneira sutil, quase imperceptível. Um olhar lançado sem intenção, um gesto que não deveria ter me comovido, uma palavra que ressoou além do comum. Eu, que tantas vezes me acostumara ao anonimato, à insignificância de ser apenas mais uma criatura sem nome no vasto mundo, passei a existir sob seus olhos. E isso, de algum modo, foi suficiente para que toda a minha vida mudasse.
Mas não se engane: este não é um conto de fadas. Não sou a donzela que espera pelo príncipe. Sou apenas Lia, moldada pela dor, pelo abandono e pela necessidade de resistir. Talvez por isso, ao encontrar Benjamin, não vi apenas o homem poderoso, mas também as rachaduras de sua armadura. E ainda assim… não sei dizer se ele foi minha salvação ou minha perdição.
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Conheça os personagens principais:
Benjamin Fairchild- 38 anos.
Lia Wilson- 22 anos.
Amélie Fairchild- 07 anos.
Celeste Allen- 61 anos
Leah Fairchild- 35 anos.
Douglas Wilson (Russel) - 31 anos.
Robert Fairchild- 38 anos
Marianne Fairchild- 60 anos.
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Eu acabara de chegar à Inglaterra, fugindo do passado que me perseguia como uma sombra. Viera do Brasil com a esperança frágil, quase clandestina de apagar lembranças que ainda doíam. Passei os últimos quatro anos na universidade, formando-me em pedagogia, enquanto noites e fins de semana eram consumidos por turnos na lanchonete: trabalho que cobria despesas e mantinha-me em pé.
Antes disso vivi cinco anos num colégio interno de freiras, onde a disciplina fazia-se lei e o afeto era raridade; ali aprendi a medir cada gesto, a domesticar o choro e a conter desejos. Muito antes de tudo isso, perdi meus pais num acidente de carro do qual saí a única sobrevivente (memória que me acompanha com um gosto metálico na boca). E, como se a perda não bastasse, sofri também a traição do meu próprio irmão: vendeu o que restara da nossa vida comum e sumiu, deixando-me como um objeto descartado. Foi esse amontoado de rupturas que me trouxe até aqui, exilada numa terra estrangeira e teimando em recomeçar.
A chegada a Londres foi, para mim, um verdadeiro desafio. O inverno castigava a cidade com neve espessa, cobrindo ruas e telhados como se quisesse testar minha coragem diante do recomeço. A hospedaria que havia reservado com antecedência era singela, modesta em cada detalhe, mas trazia o conforto necessário a quem chega de tão longe.
A proprietária, Sra. Grace Thorne, uma senhora de semblante doce e voz acolhedora, recebeu-me com a generosidade de quem oferece mais do que abrigo: ofereceu-me amparo. Logo percebeu minha urgência em encontrar trabalho — o dinheiro que eu trouxera mal bastaria para algumas semanas — e, com a delicadeza que lhe era própria, não apenas escutou minha preocupação, mas abriu-me uma porta. Foi ela quem conseguiu para mim uma entrevista de emprego.
E é justamente a partir desse gesto, simples e inesperado, que a minha história verdadeiramente começa.
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FAIRCHILD HOUSE
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Não imaginava que a residência ficava tão afastada da cidade. Sr. John, o motorista do meu futuro patrão que foi designado a me buscar na hospedaria, dirigiu por quase três horas até finalmente chegarmos à propriedade.
O lugar era deslumbrante. Diante dos olhos, erguia-se uma mansão contemporânea de traços imponentes, tão elegante que, à primeira vista, não restava dúvida de que seu proprietário era um homem de grande fortuna. A construção se destacava em meio a um vasto jardim cuidadosamente planejado, cercado por colinas que se perdiam no horizonte. Árvores robustas contornavam a propriedade, como guardiãs silenciosas do cenário. A neve, que repousava sobre os telhados e se espalhava pelo gramado, cobria parte das cores vivas da paisagem, mas, paradoxalmente, aumentava o encanto do lugar. Havia ali uma atmosfera quase mágica, como se a mansão estivesse suspensa entre o real e o onírico.
— Oh, Deus que sejam bons patrões! — sussurrei baixinho, para mim mesma.
Na soleira da porta, Sr. John tocou a campainha. A governanta nos recebeu com um sorriso acolhedor que imediatamente me trouxe alívio.
— Essa é a moça! — anunciou ele.
A senhora, de aproximadamente sessenta anos, de rosto gentil e olhos vivos, estendeu a mão.
— Seja bem-vinda, querida. Entre, por favor — disse, virando-se para John. — Obrigada, John.
— Sou Celeste Allen, governanta desta casa. E você suponho que seja a Srta. Lia Wilson?
— Sim, senhora. É um prazer.
— Vamos, não se acanhe. Entre, deve estar com frio. Vou preparar um chá.
Enquanto caminhávamos em direção à cozinha, meus olhos não paravam de percorrer os detalhes luxuosos da casa: os lustres de cristal refletindo a luz matinal, os pisos polidos, os corrimões entalhados com perfeição e os tapetes persas que suavizavam o eco de nossos passos.
— Estou tão feliz que chegou. Amélie está muito deprimida; tenho certeza de que ficará contente com sua presença. Afinal, você é tão pequena que ela provavelmente achará que é uma criança como ela — falou Celeste, com entusiasmo contagiante.
— Como ela é, senhora? — perguntei, curiosa.
— Ah, é uma menina esperta, mas muito retraída. Fala inglês, mas prefere o português — explicou Celeste — e aqui ninguém fala português, nem o pai, o Sr. Fairchild.
— E a mãe dela? Não mora aqui?
— Oh, não. — A governanta pigarreou — Amélie é fruto de uma relação casual do patrão com uma modelo brasileira. Eles nunca namoraram. Quando a menina nasceu, apesar do exame de DNA confirmar a paternidade, ele nunca criou vínculo afetivo. Recentemente, soube que a mãe a maltratava, então ele decidiu tomar a guarda.
— Então a menina não morava aqui antes?
— Não. Há pouco mais de três meses ela chegou. Antes disso, mal conhecia o Sr. Fairchild.
Sentei-me à mesa da cozinha, observando a luz suave do dia entrar pelas janelas altas, enquanto Celeste nos servia chá.
— O Sr. Fairchild é muito exigente com os funcionários, Sra. Allen?
— Não, nem um pouco. Ele raramente está em casa durante o dia; sai cedo e retorna tarde. Fique tranquila.
— Preciso avisar que nunca trabalhei diretamente com crianças, Sra. Allen. Minha experiência prática se restringe ao período em que vivia no colégio. Mas garanto que darei o meu melhor.
— Tudo bem, Srta. Lia. Vamos ver como será a adaptação de Amélie nesta semana e depois cuidamos do restante, combinado?
— Sim, senhora! Combinado.
— Vamos, vou levá-la até seu quarto — disse Celeste.
Segui-a, com a bolsa pendurada no ombro. Enquanto subíamos a escada, observava cada detalhe luxuoso: os lustres de cristal, o trabalho refinado do corrimão e as molduras de madeira que adornavam as paredes.
— O Sr. Fairchild deve ser muito rico, não é, Sra. Allen?
— Sim. Sua família sempre foi muito rica, mas ele é humilde.
— E há quanto tempo trabalha nesta casa?
— Muitos anos, desde que o Sr. Fairchild ainda era um rapazote.
Chegamos ao quarto que seria meu. Era maior e mais luxuoso do que eu imaginava, com cortinas pesadas, uma cama de dossel e uma vista para o jardim coberto de neve.
— Este será seu quarto, senhorita!
— Sra. Allen, achei que me deixaria na ala dos funcionários... esse quarto é demais para mim.
— De fato é grande, mas não há alternativa. A babá precisa ficar perto de Amélie, mesmo à noite. O quarto dela é ao lado. Foram ordens do patrão; melhor não contrariá-lo. Ele é um homem bom, mas não queira vê-lo aborrecido — disse Celeste. — Coloque seus pertences no armário e depois desça para conhecer Amélie, está bem? Ah! outra coisa querida, durma sempre com as portas trancadas, é uma regra dessa casa.
Estranhei, mas concordei.
— Sim, senhora!
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(Pessoal, assim que terminarem de ler cada capítulo deixem sua curtida e se puder um comentário. Isso ajuda na obra e da mais incentivo ao autor para a continuação.)
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Atualizado até capítulo 84
Comments
Katia Regina Almeida Reis da Silva
Al comecei e já estou gostando, ainda mais que tem mistério nessa história 😍
2025-10-15
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Katia Regina Almeida Reis da Silva
Al comecei e já estou gostando, ainda mais que tem mistério nessa história 😍
2025-10-15
1
Drica
começando 15/10
2025-10-15
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