A Invasão
A noite estava silenciosa na aldeia, apenas o som distante dos grilos preenchia o ar. Dentro da pequena casa de pedra, Maelyn dormia profundamente, o colar de estrela repousando contra o peito. Clara, ajeitava alguns tecidos na sala, enquanto Marco fechava a porta com a tranca de madeira. Tudo parecia calmo.
Até que um estalo na janela quebrou a paz.
Clara se virou de repente, o coração disparando. Antes que pudesse reagir, a porta foi arrombada com brutalidade. Três homens vestidos de preto entraram sem fazer ruído desnecessário, movimentos rápidos, olhares frios.
— Quem são vocês?! — Marco avançou instintivamente, mas foi segurado por dois deles e jogado contra a parede com violência.
Clara correu para o quarto de Maelyn, mas um dos intrusos foi mais rápido. Ele a segurou pelo braço, torcendo-o até que ela soltasse um grito abafado.
— Quietos. — a voz do líder soou baixa, ameaçadora. — Viemos por ela.
Clara lutou contra o aperto, os olhos marejados.
— Não! Vocês não podem levá-la!
O homem não respondeu. Empurrou-a de lado e entrou no quarto. Maelyn despertou assustada, tentando entender o que acontecia. Quando viu as sombras estranhas ao redor, recuou, agarrando o colar instintivamente.
— Quem… quem são vocês?! — a voz dela tremia.
Um dos homens se aproximou com uma seringa em mãos. Clara gritou desesperada:
— Não, por favor! Ela não pode ir com vocês!
Mas Marco estava sendo imobilizado, e Clara também foi contida. Maelyn tentou correr, mas braços fortes a seguraram. Ela se debateu, lágrimas escorrendo, até sentir a picada rápida em seu braço.
— Não… — sua visão ficou turva, o mundo girando.
_ Mamãe… papai…
As palavras morreram em seus lábios enquanto seu corpo amolecia.
Clara caiu de joelhos, soluçando, vendo os homens carregarem a jovem desacordada. Marco ainda tentava se soltar, mas foi empurrado ao chão.
— Se gritarem, se correrem, será pior para vocês. — o líder avisou antes de desaparecer na escuridão com Maelyn nos braços.
A aldeia permaneceu em silêncio, alheia ao drama que acabara de acontecer.
Horas depois, na cidade, os carros pretos estacionaram diante de um palazzo imponente. Os homens desceram, carregando Maelyn ainda inconsciente.
No salão principal, iluminado por lustres dourados, Dante Moretti os esperava. Imponente, sentado em uma poltrona de couro, observava a cena com o olhar frio.
Quando Maelyn foi colocada sobre o sofá, seus traços delicados chamaram sua atenção. O colar de estrela brilhou sob a luz.
Dante se inclinou, aproximando-se devagar. Sua mão quase tocou o pingente, mas parou no último instante.
— Finalmente… — murmurou, o tom carregado de algo entre triunfo e dor. — Eu a encontrei.
Ele não precisava mais sonhar.
A menina do passado agora estava diante dele, mesmo que adormecida.
E nada, nem ninguém, tiraria Maelyn de suas mãos novamente.
Horas depois...
O silêncio da madrugada ainda se espalhava quando Maelyn abriu os olhos pela primeira vez desde que fora arrancada de sua casa. O corpo dela estava pesado, a mente confusa, como se tivesse dormido por dias. Uma luz suave atravessava as cortinas de veludo, tingindo o quarto com tons dourados.
Por um instante, pensou ter sonhado tudo:
os homens entrando, a babá gritando, Marco tentando lutar, a agulha que lhe perfurara a pele… Mas quando se ergueu, sentindo o tecido macio do lençol, percebeu a verdade cruel: não estava mais em sua pequena casa de pedra.
O quarto era vasto, com paredes revestidas de painéis de madeira escura, cortinas pesadas e um lustre que pendia do teto como um cacho de diamantes. Cada detalhe transbordava riqueza — mas em seus olhos, nada mais era do que uma prisão adornada.
Maelyn respirou fundo, o coração acelerado. Levou a mão instintivamente ao colar de estrela ainda em seu pescoço.
— Ainda bem… — sussurrou, aliviada. Pelo menos isso não havia tirado dela.
Levantou-se devagar. Os pés descalços tocaram o tapete felpudo, e ela caminhou até a janela. Tentou abrir, mas as trancas estavam firmes, pesadas demais. Ao afastar as cortinas, viu apenas um pátio interno, cercado por altos muros de pedra. Não havia aldeia, não havia caminho para o bosque, não havia liberdade.
O Café da Manhã da Prisão
Pouco tempo depois, uma batida seca ecoou na porta. Maelyn se assustou e recuou instintivamente. A porta se abriu sem que ela respondesse. Uma mulher entrou, vestida de preto, com postura rígida, trazendo uma bandeja.
— Senhorita, o café da manhã. — disse em tom neutro.
Colocou a bandeja sobre a mesa sem olhar para Maelyn diretamente. Chá fumegante, pães, frutas frescas, queijos. Tudo tão diferente da simplicidade da aldeia.
— O onde estou, quem é você?
A mulher saiu sem dizer palavra alguma, Maylin correu até a porta mas a mulher trancou a deixando completamente frustrada.
O silêncio voltou a dominar.
Maelyn não conseguiu comer. A fome até existia, mas a revolta era maior. Sentou-se na beira da cama, com os punhos cerrados.
Primeira Exploração
Quando o relógio de parede marcou às dez, a porta se abriu novamente. Um homem alto, de terno escuro, entrou. Os olhos dele eram frios, treinados para não demonstrar nada.
— O senhor Moretti deseja que a senhorita se arrume.
— O quê?
Quem é o senhor Moretti?
Mas uma vez o homem não lhe deu resposta alguma.
Ela franziu o cenho.
— Eu não vou…
Ele a interrompeu com firmeza:
— Não é um pedido.
Dois vestidos foram deixados sobre a poltrona: um azul-marinho e um branco simples. Tecidos caros, costura impecável.
Droga! Eu preciso sair daqui, e entender o que significa tudo isso.
Suspirou pesado, se perguntando se Clara e Marcos estavam bem.
Analisou os vestidos sobre a poltrona, pensou e em seguida se vestiu, sentou-se sobre a cama e ficou se perguntando como seria a sua vida dali em diante.
O homem retornou e a conduziu pelos corredores da mansão.
Maelyn observava tudo em silêncio: tapetes persas, quadros imensos, estátuas de mármore. O lugar era um labirinto de luxo.
Descendo uma escadaria monumental, chegaram a um salão iluminado. No centro, sentado à cabeceira de uma mesa longa, estava Dante Moretti.
Ele se levantou quando ela entrou, imponente em seu terno negro perfeitamente alinhado. Seu olhar percorreu lentamente, como se a avaliasse de cima a baixo.
— Vejo que acordou. — disse com a voz grave, sem traço de simpatia.
Maelyn manteve a postura ereta, mesmo com o coração disparado.
— Por que estou aqui?
— O que você fez com a Clara e o Marcos?
__ O que você quer de mim?
perguntou.
Dante caminhou até ela, cada passo firme, predatório.
— Primeiro, você está aqui orque você não pertence àquela aldeia.
__ Segundo eu entendo a sua preocupação com a babá e o marido, mas posso lhe assegurar que eles estão bem.
Segundo o que eu quero de você, eu quero lhe mostrar o seu verdadeiro lugar, o seu mundo.
Ela engoliu em seco.
— E quem é você para decidir isso?
Um leve sorriso frio surgiu em seus lábios.
— Alguém que conhece a verdade que você passou a vida inteira tentando descobrir.
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Atualizado até capítulo 23
Comments
bete 💗
o que será que escondem ❤️❤️❤️❤️❤️
2025-09-20
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