O caos se instala na propriedade. Policiais armados correm por todos os lados, invadindo a casa e gritando ordens. O ar se enche de tensão, o silêncio outrora absoluto é substituído pelo som estridente das sirenes e dos gritos. Sara empurra Milena para dentro da mansão, enquanto eu permaneço paralisado no jardim, tentando entender o que está acontecendo. Victor surge na porta principal, o rosto vermelho de fúria, gritando com os policiais. A cena é surreal, como se eu estivesse assistindo a um filme. Um filme do qual eu deveria estar no controle, mas que agora escapa completamente das minhas mãos. Um policial se aproxima de mim, a arma apontada para o meu peito. ´Parado! Mãos para cima!´, ele grita. Obedeço, levantando as mãos lentamente. Sou revistado, algemado e levado para um carro de polícia. No caminho para a delegacia, a minha mente trabalha a mil por hora.
Quem alertou a polícia? Victor foi traído? Ou tudo isso faz parte de um plano maior? A delegacia é um formigueiro de policiais, repórteres e curiosos. Sou jogado em uma cela fria e escura, sem nenhuma informação. Horas se arrastam, lentas e tortuosas. A ansiedade me corrói por dentro. O que aconteceu com Milena? Ela está segura? Finalmente, a porta da cela se abre e um detetive se aproxima. ´Joe Cross?´, ele pergunta, o rosto impassível. ´Preciso fazer algumas perguntas.´ Sou levado para uma sala de interrogatório, onde o detetive me espera com um olhar penetrante. ´Você está sendo acusado de conspiração, fraude e lavagem de dinheiro´, ele diz, jogando uma pasta sobre a mesa.
´Temos provas de que você está envolvido nas atividades ilícitas de Victor Alphas.´ Nego as acusações, afirmando que sou apenas um consultor de segurança. Mas o detetive não se convence. Ele me mostra fotos, documentos e extratos bancários que aparentemente comprovam a minha ligação com o esquema. ´Não estou entendendo´, digo, tentando parecer surpreso. ´Fui contratado para proteger a família Alphas, não para participar de seus crimes.´ O detetive sorri, debochado. ´Essa é uma boa história, Joe. Mas não cola.´ A situação se torna cada vez mais desesperadora. Estou preso, acusado de crimes que não cometi. E o pior de tudo, não sei o que aconteceu com Milena. De repente, a porta da sala se abre e Milena entra, acompanhada por Sara. Seus olhos se encontram com os meus, cheios de tristeza e decepção. ´Joe´, ela diz, a voz embargada. ´Eu não acredito que você fez isso.´ O mundo desaba sobre mim.
Perdi a minha missão, perdi a mulher que amo. E agora, estou prestes a perder a minha liberdade. Victor entra na sala, com um sorriso triunfante no rosto. ´Parece que o meu consultor de segurança não era tão leal quanto eu imaginava´, ele diz, com um tom de ironia. ´Adeus, Joe. E obrigado por facilitar o meu trabalho.´ Victor se aproxima de Milena, a abraça e a leva para fora da sala. A última imagem que tenho dela é o seu rosto banhado em lágrimas, a sua confiança em mim completamente destruída. Sozinho na sala de interrogatório, sinto o peso da derrota me esmagar. Fui traído, manipulado e descartado como lixo. Mas ainda não acabou. Preciso descobrir a verdade, limpar o meu nome e proteger Milena, mesmo que isso signifique sacrificar tudo.
A raiva explode dentro de mim, uma chama voraz que consome a razão. A impotência, a traição, a dor de ver Milena acreditar nas mentiras de seu pai... é demais. Meus punhos se fecham com força, e a adrenalina corre em minhas veias. A cela é pequena, claustrofóbica, um símbolo da minha situação. Mas não vou me render. Não vou deixar que me transformem em um bode expiatório. Respiro fundo, tentando controlar a fúria. Preciso pensar com clareza, encontrar uma saída. Mas a imagem do sorriso vitorioso de Victor Alphas queima em minha mente. Sem pensar duas vezes, me aproximo das grades da cela. Aço frio, sólido, aparentemente intransponível. Mas a minha fúria me impulsiona. Reúno todas as minhas forças, concentrando a energia em cada músculo do meu corpo.
E então, grito. Um grito gutural, primal, que ecoa pela delegacia. Chuto as grades com toda a minha força. O impacto é brutal, a dor percorre a minha perna como um choque. Mas não paro. Chuto de novo, e de novo, e de novo. O metal range, cede um pouco. Os policiais do lado de fora gritam, ordenando que eu pare. Mas não os ouço. Estou cego pela raiva, determinado a escapar dessa armadilha. A cada chute, as grades se deformam mais. O metal se retorce, rangendo em protesto. Finalmente, depois de uma série de chutes brutais, uma das barras se solta. A abertura é pequena, mas suficiente.
Com a força da adrenalina, forço o meu corpo através da abertura. A dor é intensa, mas a liberdade está ao meu alcance. Saio da cela, cambaleando, e me deparo com um corredor cheio de policiais armados. O caos se instala novamente. Sirenes tocam, gritos ecoam por todos os lados. Os policiais disparam contra mim, mas sou rápido, ágil. Desvio dos tiros, correndo em direção à saída. Conheço a planta da delegacia. Estudei cada detalhe, cada rota de fuga. A minha experiência como agente me permite antecipar os movimentos dos policiais, desviar das armadilhas. Chego à sala de recepção, onde a confusão é ainda maior. Pessoas correm em pânico, policiais tentam controlar a situação. Aproveito a oportunidade para me camuflar na multidão, misturar-me aos civis. Saio da delegacia, respirando fundo o ar fresco da noite.
Estou livre. Mas a minha luta está apenas começando. Preciso provar a minha inocência, desmascarar Victor Alphas e proteger Milena, mesmo que ela me odeie. Sei que será difícil, perigoso. Mas não vou desistir. A fúria que me impulsionou a escapar da cela agora se transforma em determinação. Vou lutar contra o sistema, contra a corrupção, contra todos aqueles que me traíram. E vou reconquistar o amor de Milena, custe o que custar. A noite é escura, mas a minha esperança brilha como uma chama. Uma chama que me guiará na busca pela verdade e pela justiça. O jogo virou. Agora, sou eu quem dita as regras. E Victor Alphas vai pagar por tudo o que fez.
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Atualizado até capítulo 24
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