Armada Contra a Máfia
Em um dia ensolarado da primavera a visão da grande mansão era de tirar fôlego, a casa estava cheia de guardas, homens treinados para matar a qualquer sinal, a casa era de tijolos com grandes janelas brancas, trazendo muita luz natural e uma visão que faria qualquer um suspirar, as flores subia pelas paredes de fora da casa, uma garagem cheia com os carros mais caros e raros do país. Quem vê de fora vê um grande empresário de transportes marítimos, mas por dentro um dos três reis da máfia, tráfico de armas e drogas, faziam parte desta grande fortuna. Mas a guerra entre os três reis era o que tornava tudo extremamente perigoso, a polícia não era nada perto da grande batalha interna que tinha.
Quem vê uma cidade tão tranquila de se morar, não sabe que por trás de tudo tem enormes crimes acontecendo a ponto de se o Batman existisse ele ficaria surpreso com tal brutalidade.
Era mais um dia normal, estávamos em casa, minha mãe na cozinha preparando o almoço, meu irmão na sala jogando com seu videogame e eu e meu pai estávamos em seu escritório, ele sempre me deixava ler todos os seus livros, quem vê de longe parecemos uma família normal. Estávamos jogando xadrez como fazíamos durante as manhãs.
-Peguei seu bispo.
-Pai, nem vi de onde veio este golpe.
-Você joga como uma garota de nove anos.
-Eu tenho nove anos.
-Sério, parece uma senhora de sessenta. (Ele ri)
-Engraçadinho, peguei sua rainha.
-Essa é minha garota, não tem dó de ninguém.
-Sou dura na queda igual a você.
Do nada surge barulhos nos corredores, várias pessoas correndo subindo as escadas, barulho de disparos ecoam pela casa, meu pai me pega pelo braço e me coloca em um armário.
-Silêncio, não saia dai, e se precisar a senha do cofre é seu aniversário, tem documentos novos para a família e dinheiro.
-Pai, não me deixe sozinha.
Ele fecha a porta e por uma fresta vejo Mambo, um dos reis da máfia, em pé apontando uma arma de fogo contra meu pai.
-Chegou sua hora, meu velho inimigo.
O barulho ensurdecedor da arma sendo disparada ecoa, um tiro no meu do meu pai o faz cair, ele se apoia na parede e vai deslizando lentamente até o chão, bota a mão em seu peito, quando Mambo sai, vou em sua direção sem fazer barulho.
-Filha não deixe lhe pegarem, na gaveta de cima da minha mesa tem um endereço vai para lá, pegue o que está no cofre. (Ele tosse e depois não responde mais)
-Pai, pai. (Fico sacudindo ele, mas já está sem vida)
Ouço barulho novamente e me escondo novamente no armário.
-Chefe todos estão mortos, não encontramos a garota.
-Vamos atrás dela em outro momento, em breve terá mais gente aqui.
Vejo eles correndo pelos corredores, saio furtivamente, pego o endereço na gaveta, os documentos no cofre e dinheiro como meu pai me falou, desço as escadas, na porta de casa o corpo sem vida de meu irmão está ensanguentado, se não conhecesse sua roupa nem saberia que era ele, um tiro em sua testa, ceifou sua vida em um instante.
Saio de casa, sem nada, apenas o que peguei no cofre dentro de uma mochila. Ando pela rua um tempo até chegar em um ponto de táxi, minha cabeça está coberta pelo capuz do casaco, não quero ser reconhecida por ninguém, lágrimas escorrem pelo meu rosto, em meio as soluços consigo falar para o taxista me largar na rodoviária. Abro o papel que estava na escrivaninha do meu pai, vejo o nome da cidade, nunca fui lá, nem sabia que tinha conhecidos lá. Desço do táxi e vou ao guichê da rodoviária comprar uma passagem para a cidade do interior que está marcada no papel. Ao subir no ônibus finalmente me senti segura, mas não sei o que esperar da minha vida agora, cresci para contar e lutar pela minha família, sempre foi tudo para mim. Finalmente chego ao destino, uma cidade pequena, desço do ônibus, aqui não tem taxi, me aproximo a um senhor que está sentado lendo um jornal.
-Com licença senhor.
-Olá criança, em que posso ajudar?
-Como chego a este endereço. (Mostro o papel pra ele)
-A fazenda do senhor Francisco e da dona Angela, posso te levar lá.
-Obrigado.
Ele me leva em direção ao seu carro, uma caminhonete antiga laranja, sua caçamba está cheia de mudas de plantas e sacos de fertilizante.
-Então garota, o que á trás aqui?
-Vim visitar.
-Primeira vez sozinha, estou surpreso do senhor Francisco não buscá-la.
-Eles não sabem que vim.
-Eles ficaram felizes em recebê-la, sou vizinho deles a propósito, meu nome é Moacir.
-Moacir, nome legal.
-E você como se chama?
Abro a parte da frente da minha mochila, para descobrir meu novo nome. Lá tem uma nova identidade para mim.
-Melissa.
-Nome bonito também.
O resto da viagem é tranquila, mesmo a estrada de chão tendo um monte de buracos, mas a paisagem era linda, árvores e plantações estavam à beira da velha estrada. Quando chegamos Moacir para o carro em frente a uma velha porteira de madeira.
-Chegamos, mande um abraço ao meu velho amigo.
-Tudo bem.
Desço do carro e sigo pela pequena estrada, vejo um velho galpão e uma casa antiga e aconchegante, plantações e animais para todo o lado. Bato suavemente na porta e uma velha senhora de olhos cansados atende.
-Olá garotinha, em que posso lhe ajudar.(Falou com sua voz suave)
-Dona Ângela, é a senhora?
-Sou sim e você pequena?
-Sou Melissa, meu pai me mandou para cá.
-Entre.
Ela abriu a porta e fez sinal para entrar, vou em direção do sofá e me sento, próximo a televisão está um porta retrato antigo, com uma foto da minha mãe muito nova.
-Então está com fome?
-Um pouco, sai de casa sem almoçar.
-Vou preparar algo para você, mas afinal que é você?
-Sou filha da garota na foto Rosângela.
-Rosângela é minha filha, o que faz de você minha neta.
A velha senhora me abraçou com lágrimas nos olhos.
-Onde ela está agora, faz anos que ela foi embora sem dar sinal de vida.
-Lamento, restou apenas eu agora, estão todos mortos.
Não consegui mais segurar o choro que estava guardado em meu peito, aquela gentil senhora apenas me abraçou e chorou junto comigo.
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Atualizado até capítulo 42
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