capítulo 4

O Beijo Roubado

Molly acordou naquela manhã ainda com a sensação estranha da noite anterior. Cada palavra de Briana ecoava em sua mente como uma música impossível de esquecer.

"Ninguém jamais vai te desejar como eu."

A jovem tentava convencer-se de que tudo não passava de um jogo perigoso de uma mulher poderosa. Mas, quando lembrava do olhar de Briana, do toque breve em seus dedos, do tom baixo e firme de sua voz, um arrepio percorria seu corpo.

No fundo, Molly sabia: estava cada vez mais presa.

O dia no escritório começou como de costume. Briana, impecável em seu terno branco, estava ainda mais concentrada que o normal. Seus olhos azuis corriam pelas páginas de relatórios, mas, de tempos em tempos, desviavam discretamente para Molly, que tentava esconder o nervosismo atrás da tela do notebook.

A jovem estava consciente de cada movimento da empresária. Do jeito que ela passava a mão pelos cabelos loiros, do som do salto no piso de mármore, da forma como seus lábios se curvavam quando algo não a agradava.

Era como viver sob uma lente de aumento.

Por volta do meio-dia, Briana fechou o notebook com firmeza e se levantou.

— Vamos.

— O-onde? — Molly piscou, surpresa.

— Almoçar. — A resposta saiu curta, sem espaço para objeções.

Dessa vez, Briana não a levou para um restaurante luxuoso. Dirigiu o carro até um jardim suspenso no topo de um dos prédios da cidade, um lugar reservado, silencioso, longe de olhares curiosos.

Molly ficou encantada com a vista. O céu aberto, as flores em volta, o vento suave… Parecia outro mundo.

— Como encontrou esse lugar? — perguntou, sorrindo de leve.

— Eu possuo esse lugar. — Briana respondeu simplesmente, com um sorriso frio. — E agora, você também.

Molly a encarou, confusa.

— Eu?

— Sim. — Briana deu um passo à frente, aproximando-se. — Tudo o que eu considero meu, eu protejo. E eu já deixei claro… você está sob minha proteção.

Molly sentiu o coração acelerar.

— Briana, eu… não sei o que pensar sobre isso. Eu não estou acostumada com esse tipo de… atenção.

A empresária parou diante dela, o olhar tão intenso que fez Molly recuar um passo. Mas Briana segurou seu braço com firmeza, impedindo-a de se afastar.

— Então pare de pensar. — murmurou, baixando a voz. — Apenas sinta.

O silêncio entre as duas foi quebrado apenas pelo som do vento entre as folhas. Molly não conseguiu se mover, presa pelo olhar magnético de Briana.

— Eu vejo seus olhos, Molly. — Briana disse devagar. — Vejo como desviam de mim, como suas mãos tremem, como suas bochechas ardem. Você pode enganar a si mesma, mas não a mim.

Molly tentou se soltar, mas a força de Briana a manteve no lugar.

— Eu não… eu não sei se consigo…

— Consegue. — Briana interrompeu com firmeza.

E então aconteceu.

Briana inclinou-se e, sem pedir permissão, tomou os lábios de Molly em um beijo intenso, decidido, roubado.

Molly congelou por um instante, os olhos arregalados, o corpo rígido. Mas o calor da boca de Briana a desarmou. Era diferente de tudo que já havia sentido. O beijo tinha gosto de vinho e poder, de desejo e promessa.

Quando Briana a puxou pela cintura, aprofundando o contato, Molly sentiu as pernas fraquejarem. Era como se estivesse caindo em um abismo do qual não queria sair.

A empresária só se afastou quando Molly já estava sem fôlego. Seus olhos azuis ardiam como fogo.

— Eu avisei. — murmurou, com um sorriso de canto. — Ninguém jamais vai te desejar como eu.

Molly respirava rápido, o rosto em chamas, incapaz de dizer uma palavra.

— Por que… — sussurrou, com a voz trêmula. — Por que eu?

Briana ergueu o queixo, orgulhosa, mas sua voz saiu baixa e intensa.

— Porque você me faz sentir. E isso é algo que ninguém mais conseguiu.

O resto do almoço foi silencioso. Molly não conseguia olhar diretamente para Briana, ainda tentando processar o que havia acontecido. A empresária, por sua vez, parecia completamente tranquila, como se roubar o primeiro beijo de uma garota inocente fosse apenas mais um negócio fechado.

Mas, no fundo, Briana estava em chamas.

Ela não planejava se envolver tanto, mas o gosto dos lábios de Molly ainda estava preso na sua boca. E isso só aumentava sua obsessão.

No carro, a caminho de casa, o silêncio era sufocante. Molly apertava as mãos no colo, sem coragem de falar. Briana, dirigindo, parecia calma, mas seus olhos vez ou outra se desviavam para a jovem ao lado.

Quando pararam em frente ao prédio simples onde Molly morava, Briana desligou o motor e a encarou.

— Não tenha medo do que sente. — disse, firme. — O medo só serve para quem não tem coragem.

Molly o olhou de volta, confusa, assustada, mas também… curiosa.

— Eu não sei se consigo lidar com isso, Briana.

A empresária inclinou-se sobre o banco, diminuindo novamente a distância entre elas.

— Não precisa lidar. — respondeu suavemente. — Só precisa me deixar guiar você.

Molly sentiu o coração bater tão forte que quase doía. Sem esperar resposta, Briana pressionou mais um beijo rápido em seus lábios, desta vez mais suave, mas igualmente possessivo.

Depois recostou-se no banco, ligando o carro.

— Vá. — ordenou. — Descanse. Amanhã, será um novo dia.

Molly saiu do carro trêmula, ainda sem acreditar no que tinha acontecido. Ao entrar em seu pequeno apartamento, encostou-se à porta e levou os dedos aos lábios, tocando-os como se pudesse guardar o beijo ali para sempre.

Do lado de fora, Briana observava a janela com um sorriso frio e satisfeito.

"Você já é minha, Molly. Mesmo que ainda não tenha coragem de admitir."

Naquela noite, Molly não dormiu. Cada vez que fechava os olhos, sentia novamente a boca de Briana sobre a sua, a força em sua cintura, o calor em seu corpo.

E, pela primeira vez, ela se perguntou se deveria lutar contra aquilo… ou se simplesmente deveria se render.

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Comments

Jaquelliny Caitano

Jaquelliny Caitano

sera que ela vai so usar molly

2025-10-17

1

Risoneide Nunes Campelo

Risoneide Nunes Campelo

alguém vai se machucar nessa história.

2025-10-14

0

Maria Fabiana

Maria Fabiana

Nossa! Coitada da Molly😂

2025-09-21

1

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