O Beijo Roubado
Molly acordou naquela manhã ainda com a sensação estranha da noite anterior. Cada palavra de Briana ecoava em sua mente como uma música impossível de esquecer.
"Ninguém jamais vai te desejar como eu."
A jovem tentava convencer-se de que tudo não passava de um jogo perigoso de uma mulher poderosa. Mas, quando lembrava do olhar de Briana, do toque breve em seus dedos, do tom baixo e firme de sua voz, um arrepio percorria seu corpo.
No fundo, Molly sabia: estava cada vez mais presa.
O dia no escritório começou como de costume. Briana, impecável em seu terno branco, estava ainda mais concentrada que o normal. Seus olhos azuis corriam pelas páginas de relatórios, mas, de tempos em tempos, desviavam discretamente para Molly, que tentava esconder o nervosismo atrás da tela do notebook.
A jovem estava consciente de cada movimento da empresária. Do jeito que ela passava a mão pelos cabelos loiros, do som do salto no piso de mármore, da forma como seus lábios se curvavam quando algo não a agradava.
Era como viver sob uma lente de aumento.
Por volta do meio-dia, Briana fechou o notebook com firmeza e se levantou.
— Vamos.
— O-onde? — Molly piscou, surpresa.
— Almoçar. — A resposta saiu curta, sem espaço para objeções.
Dessa vez, Briana não a levou para um restaurante luxuoso. Dirigiu o carro até um jardim suspenso no topo de um dos prédios da cidade, um lugar reservado, silencioso, longe de olhares curiosos.
Molly ficou encantada com a vista. O céu aberto, as flores em volta, o vento suave… Parecia outro mundo.
— Como encontrou esse lugar? — perguntou, sorrindo de leve.
— Eu possuo esse lugar. — Briana respondeu simplesmente, com um sorriso frio. — E agora, você também.
Molly a encarou, confusa.
— Eu?
— Sim. — Briana deu um passo à frente, aproximando-se. — Tudo o que eu considero meu, eu protejo. E eu já deixei claro… você está sob minha proteção.
Molly sentiu o coração acelerar.
— Briana, eu… não sei o que pensar sobre isso. Eu não estou acostumada com esse tipo de… atenção.
A empresária parou diante dela, o olhar tão intenso que fez Molly recuar um passo. Mas Briana segurou seu braço com firmeza, impedindo-a de se afastar.
— Então pare de pensar. — murmurou, baixando a voz. — Apenas sinta.
O silêncio entre as duas foi quebrado apenas pelo som do vento entre as folhas. Molly não conseguiu se mover, presa pelo olhar magnético de Briana.
— Eu vejo seus olhos, Molly. — Briana disse devagar. — Vejo como desviam de mim, como suas mãos tremem, como suas bochechas ardem. Você pode enganar a si mesma, mas não a mim.
Molly tentou se soltar, mas a força de Briana a manteve no lugar.
— Eu não… eu não sei se consigo…
— Consegue. — Briana interrompeu com firmeza.
E então aconteceu.
Briana inclinou-se e, sem pedir permissão, tomou os lábios de Molly em um beijo intenso, decidido, roubado.
Molly congelou por um instante, os olhos arregalados, o corpo rígido. Mas o calor da boca de Briana a desarmou. Era diferente de tudo que já havia sentido. O beijo tinha gosto de vinho e poder, de desejo e promessa.
Quando Briana a puxou pela cintura, aprofundando o contato, Molly sentiu as pernas fraquejarem. Era como se estivesse caindo em um abismo do qual não queria sair.
A empresária só se afastou quando Molly já estava sem fôlego. Seus olhos azuis ardiam como fogo.
— Eu avisei. — murmurou, com um sorriso de canto. — Ninguém jamais vai te desejar como eu.
Molly respirava rápido, o rosto em chamas, incapaz de dizer uma palavra.
— Por que… — sussurrou, com a voz trêmula. — Por que eu?
Briana ergueu o queixo, orgulhosa, mas sua voz saiu baixa e intensa.
— Porque você me faz sentir. E isso é algo que ninguém mais conseguiu.
O resto do almoço foi silencioso. Molly não conseguia olhar diretamente para Briana, ainda tentando processar o que havia acontecido. A empresária, por sua vez, parecia completamente tranquila, como se roubar o primeiro beijo de uma garota inocente fosse apenas mais um negócio fechado.
Mas, no fundo, Briana estava em chamas.
Ela não planejava se envolver tanto, mas o gosto dos lábios de Molly ainda estava preso na sua boca. E isso só aumentava sua obsessão.
No carro, a caminho de casa, o silêncio era sufocante. Molly apertava as mãos no colo, sem coragem de falar. Briana, dirigindo, parecia calma, mas seus olhos vez ou outra se desviavam para a jovem ao lado.
Quando pararam em frente ao prédio simples onde Molly morava, Briana desligou o motor e a encarou.
— Não tenha medo do que sente. — disse, firme. — O medo só serve para quem não tem coragem.
Molly o olhou de volta, confusa, assustada, mas também… curiosa.
— Eu não sei se consigo lidar com isso, Briana.
A empresária inclinou-se sobre o banco, diminuindo novamente a distância entre elas.
— Não precisa lidar. — respondeu suavemente. — Só precisa me deixar guiar você.
Molly sentiu o coração bater tão forte que quase doía. Sem esperar resposta, Briana pressionou mais um beijo rápido em seus lábios, desta vez mais suave, mas igualmente possessivo.
Depois recostou-se no banco, ligando o carro.
— Vá. — ordenou. — Descanse. Amanhã, será um novo dia.
Molly saiu do carro trêmula, ainda sem acreditar no que tinha acontecido. Ao entrar em seu pequeno apartamento, encostou-se à porta e levou os dedos aos lábios, tocando-os como se pudesse guardar o beijo ali para sempre.
Do lado de fora, Briana observava a janela com um sorriso frio e satisfeito.
"Você já é minha, Molly. Mesmo que ainda não tenha coragem de admitir."
Naquela noite, Molly não dormiu. Cada vez que fechava os olhos, sentia novamente a boca de Briana sobre a sua, a força em sua cintura, o calor em seu corpo.
E, pela primeira vez, ela se perguntou se deveria lutar contra aquilo… ou se simplesmente deveria se render.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 30
Comments
Jaquelliny Caitano
sera que ela vai so usar molly
2025-10-17
1
Risoneide Nunes Campelo
alguém vai se machucar nessa história.
2025-10-14
0
Maria Fabiana
Nossa! Coitada da Molly😂
2025-09-21
1