Antonella Bellini

Ao entrar na mansão e ser acolhida com tantos abraços e beijos dos meus primos do coração, senti uma imensa felicidade. O único laço que tínhamos era o que construímos ao longo dos anos por meio da amizade entre nossas famílias, mas isso era suficiente para que eu os amasse como se fossem da minha própria família.

Como sempre fui filha única, quando éramos crianças e nossas famílias se reuniam, isso era o máximo para mim. E, apesar de já terem se passado muitos anos e a maioria deles já serem adultos, eu ainda me sentia feliz e bem recebida na companhia deles.

Após abraçar todos, incluindo meus tios e tias, fui ao quarto com Anna para guardar minha mala e trocar de roupa.

— Você ainda gosta dele — disse Anna, de repente.

Enquanto guardava minhas roupas no armário que me cederam, fiquei assustada com a certeza com que ela falou sobre algo que eu tentava esconder.

— Eu já superei, Anna. Já percebi que ele não é pra mim ― disse, sem olhar para ela, enquanto terminava de guardar minhas coisas.

― Antonella, você é uma péssima mentirosa ― afirmou. ― E olha, não se preocupe, não vou te julgar. Ricardo é meu primo, por isso não o vejo dessa forma, mas estou ciente de que ele atrai bastante o interesse das mulheres.

— Ele é realmente lindo, gostoso, forte... — disse eu, mas pigarreei ao perceber que deveria estar com cara de abestalhada — mas eu sei das responsabilidades dele. Sei que vai se casar com uma mulher escolhida a dedo pelo tio Ítalo.

— Acredito que, se não houvesse toda essa situação, ele se casaria com você. Olha como você é linda — disse ela, segurando meus ombros e me levando para frente do espelho. — Vocês seriam um casal perfeito.

— Anna, eu sei que você só quer ajudar e é uma querida, mas nós duas sabemos que, em nosso mundo, beleza não é o bastante. Na Máfia, casamentos são contratos que buscam tudo, exceto amor.

― Tudo bem, você tem razão. Então, vamos deixar esse assunto de lado e colocar um biquíni para curtir a praia — disse ela, sorrindo, e eu concordei.

Ficamos na praia durante boa parte do dia. Fizemos apenas uma pausa para o almoço e, em seguida, retornamos. Viviana, Carina, Bela e Isadora se uniram a nós no período da tarde. Não vi o Ricardo durante esse período e, para minha decepção, ele nem sequer desceu para conversar comigo quando cheguei.

No começo da noite, ao descermos para o jantar, todos os membros da família estavam reunidos na grande mesa. Considerando a vida arriscada e tensa que levávamos, momentos como esse eram raros e preciosos para todos nós. Sentei-me entre Anna e Carina, e tivemos um jantar tranquilo e acolhedor.

Fiquei ansiosa para vê-lo, mas levei um susto ao perceber que ele era o único que não estava sentado à mesa. Não fazia ideia de como ele reagiria ao me ver, pois ele era uma pessoa discreta e educada, e ninguém tinha conhecimento das nossas conversas online. Contudo, imaginei que ele permaneceria distante.

Após o jantar, os meninos foram para a sala de jogos, enquanto nossos pais se reuniram na sala para tomar vinho. As meninas me convidaram para assistir os meninos jogando.

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