Capítulo 4 – A Entrevista Inesperada

Ao descer do carro, Lucca percebeu que a frente da mansão não estava tomada apenas por fêmeas — como havia imaginado —, mas também por homens-fera. Alguns conversavam em pequenos grupos, trocando olhares e risos discretos; outros apenas observavam o movimento, em silêncio.

Decidido a entender melhor do que se tratava aquele emprego, ele caminhou até o grupo mais próximo. Antes que pudesse dizer algo, uma fêmea vestida de forma chamativa — roupas justas, cores vivas, perfume intenso — se virou na sua direção. O olhar dela o percorreu de cima a baixo, carregado de arrogância, como quem já mediu e descartou.

Lucca piscou, confuso. Será que a roupa que escolhera não era adequada para a entrevista? Baixou o olhar para si mesmo, tentando encontrar o que poderia estar errado.

— Desiste — a voz dela cortou seus pensamentos, fria. — Essa vaga já é minha.

Ele ergueu o queixo, recobrando a postura.

— Cada um oferece o que tem — respondeu, com um sorriso confiante que, sem que ele percebesse, tinha um charme quase infantil. — No final, o que importa é o desempenho. O melhor sai vitorioso.

Talvez fosse a firmeza no tom ou aquele sorriso inesperadamente fofo, mas alguns homens-fera ao redor lançaram olhares mais demorados para ele, visivelmente cativados. A fêmea, porém, apenas virou o rosto com desgosto e não lhe deu mais atenção.

O portão alto permanecia fechado, vigiando-os. Então, uma cabeça surgiu por cima do muro — alguém provavelmente de pé sobre uma escada —, segurando um aparelho de amplificação de voz.

— Atenção! — anunciou. — Quem veio para ver o Mestre Victor, lamento informar: ele está em viagem de negócios. Para mais detalhes, verifiquem as redes sociais.

Em segundos, vários candidatos confirmavam a notícia em seus relógios-celulares. O efeito foi imediato: quatro quintos da multidão dispersou, deixando apenas quatro homens-fera… e Lucca, parado diante do portão.

Os olhares curiosos agora estavam mais evidentes, mas ele não percebeu. Sua mente estava ocupada com outra preocupação: o plano B — conquistar simpatia do patrão pessoalmente — havia desmoronado.

Ir embora não era uma opção; o táxi já se fora, e ele não fazia ideia de como voltar para o apartamento. Restava apenas encarar a entrevista… e torcer para que o seu talento fosse suficiente para o que viesse.

A porta foi aberta e os cinco foram convidados a entrar. Quem os recebeu não era o senhor Victor, mas um secretário de postura impecável, terno alinhado e um olhar que parecia registrar cada detalhe deles. Sem se apresentar, pediu que o seguissem, indicando que deveriam dar a volta na mansão até os fundos.

Enquanto caminhavam, o secretário começou a fazer perguntas aleatórias — ao menos para Lucca — que, para ele, não faziam muito sentido.

— Quais eram suas brincadeiras favoritas quando criança? — perguntou, digitando algo rápido no tablet.

Os outros homens-fera responderam quase em uníssono, como se tivessem ensaiado. Quando chegou a sua vez, Lucca sorriu, contando que era bom com crianças e listando nos dedos uma série de jogos: pula-corda, amarelinha, pega-bandeira, e várias brincadeiras imaginativas. O secretário o observou em silêncio por alguns segundos antes de voltar a anotar.

— E quanto às fêmeas e às crianças? — continuou. — Qual o grau de contato? Há algum limite de idade para a criança?

Lucca respondeu com naturalidade, sem entender por que era necessário especificar isso, mas manteve o tom calmo.

A terceira pergunta foi mais curiosa:

— Imagine que as crianças estão num dia cheio de energia e não podem sair de casa. O que faria para gastar essa energia?

Todos citaram jogos e formas de entretenimento. Lucca também respondeu, embora tivesse notado que alguns dos jogos mencionados pelos homens-fera eram totalmente desconhecidos para ele.

— E se, no meio da tarde, a criança aparecesse usando uma fantasia de super-herói e dissesse que precisa salvar a geladeira? — questionou o secretário, com a voz neutra.

Alguns ficaram sem saber o que dizer, mas Lucca se adiantou, respondendo com leveza: entraria na brincadeira e incentivaria a imaginação, ajudando o “super-herói” na missão. O secretário o fitou outra vez por alguns segundos e anotou.

— Última pergunta — disse, parando de andar e se virando para o grupo. — Se pudesse ensinar só uma lição para uma criança que cuidasse, qual seria?

Os homens-fera, sem hesitar, falaram sobre escolher um bom parceiro de casamento no futuro, que pudesse sustentar o seu estilo de vida e aceitar seus hábitos.

Lucca piscou, confuso. Por que uma criança precisaria pensar em casamento tão cedo? Quando chegou sua vez, respondeu que ensinaria responsabilidade, empatia e compaixão. Dessa vez, o secretário não apenas o encarou, mas inclinou levemente a cabeça em concordância.

Até aquele momento, Lucca já começava a imaginar que o trabalho envolvia cuidar de uma criança. Sentiu-se aliviado — ele sabia que se dava bem com pequenos, era paciente, empático, embora um pouco desatento. Nada que prejudicasse o bem-estar de alguém.

Estava se sentindo seguro com suas respostas… até que o grupo dobrou a última esquina e ele deu de cara com algo totalmente inesperado: uma pista de obstáculos, montada com cordas, barras e cones.

— Hã? — escapou da sua boca, antes mesmo que pudesse conter.

Ficou parado diante da pista de obstáculos, piscando duas vezes, como se aquilo fosse uma miragem.

Não houve tempo para mais perguntas. O assistente, com a mesma expressão impassível de antes, explicou as regras: três barras de salto, escalada por corda e corrida entre cones espalhados de forma aleatória até a linha final. Tudo rápido, direto, sem intervalos para fôlego ou explicações adicionais.

Eles se alinharam na linha de partida. Lucca notou alguns dos homens-fera trocando olhares discretos e, para sua surpresa, um ou dois o fitavam com uma espécie de preocupação silenciosa. Não importava o quanto o emprego fosse importante — o instinto desses homens-fera de protegê-lo por ser fêmea parecia falar mais alto para eles.

Ao sinal de início, porém, foi Lucca quem avançou na frente. Ele saltou a primeira barra com facilidade, apoiando uma mão e passando por cima como quem pula cercas — algo que fazia muito na infância, ninguém disse que havia regras de como pular. Pulou a segunda e a terceira do mesmo jeito, mas, ao final, o fôlego já começava a faltar. Aquele corpo novo, magro e pouco treinado, não era feito para esportes.

Chegou arfando à escalada de corda. Ao seu lado, os homens-fera subiam com agilidade quase felina, os músculos trabalhando com precisão. Lucca, sem querer ficar para trás — e sem notar que eles propositalmente o deixavam na dianteira na corrida das barras — agarrou a corda e começou a subir. Seus braços tremiam, cada puxada parecia mais pesada que a anterior.

Não vou passar nessa entrevista... que tipo de criança a ser cuidada exige esse tipo de prova?

De repente, sentiu a corda puxar-se para cima, facilitando o esforço e em logo chegou no topo. Olhou para baixo, surpreso, se tão alto que estava, certamente não teria conseguido sozinho e ficou muito aliviado, então acabou sorrindo em agradecimento para o homens-fera que o havia ajudado, sem pensar se aquilo era trapacear ou não. O rubor do esforço pintava-lhe o rosto, e esse simples gesto fez o coração do homem-fera que o ajudara vacilar.

A descida foi menos dolorosa, mas a corrida entre os cones... nem tanto. Lucca derrubou mais de alguns no caminho. Ainda assim, cruzou a linha de chegada primeiro — sem perceber que só estava na frente porque os outros se mantinham perto para evitar que tropeçasse.

Exausto e envergonhado, tomou o copo de refresco oferecido pelos empregados da mansão e tentou acalmar a respiração. Logo o assistente os conduziu até a próxima etapa: um grande círculo desenhado no chão. A instrução foi simples — é participar do jogo de “dentro e fora” para testar a agilidade mental.

No início, Lucca se concentrou no ritmo, mas, conforme o jogo avançava, começou a se divertir. Sorriu, riu baixinho, e esse brilho descontraído foi como um golpe inesperado para a atenção dos homens-fera. Alguns perderam o passo sem querer, distraídos pelo simples fato de vê-lo feliz.

Para eles, isso já valia a pena.

Para Lucca, era apenas um momento leve no meio da entrevista mais estranha de sua vida.

Mas ele ainda não sabia: não havia terminado.

Após a conclusão do jogo dentro-fora, no qual Lucca tinha saído vencedor, o assistente os guiou para dentro da mansão. Eles passaram por um corredor decorado com vasos de flores e quadros de paisagens, mas nada tão ostentoso quanto o que veio a seguir.

Ao entrarem na porta depois do corredor, depararam-se com um closet luxuoso: prateleiras de vidro exibiam sapatos impecáveis, cabides alinhavam roupas perfeitamente dobradas, havia prateleiras para perfumes e gravatas, além de um espelho circular iluminado. Lucca ficou deslumbrado, mas logo perceberam que não iriam permanecer ali por muito tempo.

O próximo espaço era ainda mais impressionante: o banheiro. Imenso, comparável ao tamanho do closet, com uma pequena piscina interna, espelhos do chão ao teto, pias duplas e uma área que lembrava camas de massagem. Os tons branco e azul davam uma sensação de tranquilidade, e detalhes de decoração completavam o ambiente. Lucca nunca tinha visto algo parecido e não pôde deixar de pensar: como pessoas ricas sabem bem como gastar dinheiro.

Então o assistente anunciou a próxima fase da entrevista. Alguns empregados entraram e entregaram a cada um uma boneca.

— Levem até a banheira e deem banho na boneca — instruíram, indicando a localização dos itens de higiene.

Lucca respirou fundo, sentindo um alívio imediato. Finalmente algo “normal”. Se o grande chefe estava avaliando isso, era claro que queria saber se eles possuíam delicadeza suficiente para cuidar de crianças.

Ele pegou a boneca, posicionando-a cuidadosamente sobre o antebraço, com a outra mão apoiando as costas do brinquedo, demonstrando o jeito correto de segurar um bebê. Assim como os outros, levou a boneca à banheira e completou todo o procedimento corretamente. No entanto, o assistente apenas anotava no tablet de maneira misteriosa, deixando Lucca sem saber se tinha ido bem ou mal.

Em seguida, foi o momento de vestir a boneca. Cada um recebeu um pequeno conjunto de roupas, e Lucca pensou cuidadosamente na escolha: a roupinha precisava ser confortável para a criança, mas também adequada ao status social da família. Não se tratava apenas de agradar a criança, mas também de demonstrar respeito e bom senso aos pais.

Quando todos terminaram, o assistente decretou que a entrevista havia terminado. Orientou que aguardassem no corredor, enquanto ele apresentaria os resultados ao Mestre Victor, que naquele momento estava na sala. Para Lucca, foi confuso — afinal, haviam dito que Victor não estava presente. O assistente apenas lançou-lhe um segundo olhar enigmático antes de se afastar.

Enquanto esperava, Lucca sentiu-se cercado pelos outros homens-fera, que o bombardearam de perguntas e sorrisos curiosos. Queriam saber se ele era casado, se podiam trocar números, entregando os próprios cartões de contato também. Ele, ainda atônito, só conseguia agradecer àquele que o ajudara na corrida, mas todos pareciam competir pela sua atenção. Seu pescoço doía de tanto tentar acompanhar as perguntas.

Então, limpando a garganta, o assistente chamou Lucca para acompanhá-lo. Ele seguiu rapidamente, aliviado por finalmente se afastar da pressão dos outros candidatos.

Sentado em frente a um homem formal, intimidante e com uma postura que irradiava riqueza e autoridade, Lucca sentiu o peso do momento. Mas nada o preparou para o choque que viria:

— Meu nome é Victor Medeiros, você queria me conhecer — disse o homem, sua voz firme e calma.

Lucca engoliu em seco ao perceber agora. Aquele nome achou que fosse coincidência, mas quando dito junto ao sobrenome e esse lugar ostentoso, Lucca percebeu, era a mesma figura de um dos vilões do livro que a qual ele transmigrou — e o grande vilão agora estava à sua frente, real, vivo e imponente.

Seu coração acelerou, e o mundo ao redor pareceu congelar por um instante. Ele não conseguia acreditar: de todas as coincidências, de todas as possibilidades… ele estava diante de alguém que, no livro, tinha sido responsável por tanto caos.

Paralisado, Lucca apenas conseguiu pensar: Eu… eu não deveria ter vindo a essa entrevista. Será que ainda dá tempo de... desistir.

O choque tomou conta de seu corpo, e naquele instante, tudo o que ele tinha entendido sobre o mundo novo e sua nova vida parecia preste a virar de cabeça para baixo caso ele ofendesse esse grande deus.

...***...

Se está gostando não deixe de curtir pra mim saber e me segue no coraçãozinho, bjs.

❤⃛ヾ(๑❛ ▿ ◠๑ )

Capítulos
1 Capítulo 1 – O Despertar
2 Capítulo 2 – O reencontro e a escolha
3 Capítulo 3 – O mundo dos homens-fera
4 Capítulo 4 – A Entrevista Inesperada
5 Capítulo 5 - O Novo Guardião
6 Capítulo 6 - Sua Responsabilidade
7 Capítulo 7 – Sombras e Tropeços
8 Capítulo 8 - Visão Distorcida
9 Capítulo 9 - Rachaduras na Visão Negativa
10 Capítulo 10 - Sem Nome No Mundo
11 Capítulo 11 – O Caminho de Volta
12 Capítulo 12 - Provocações
13 Capítulo 13 - Mais Provocações
14 Capítulo 14 - Empresa em Risco
15 Capítulo 15 - Sombras no refúgio
16 Capítulo 16 – Sinais no Silêncio
17 Capítulo 17 – Uma Empresa Cheia de Histórias
18 Capítulo 18 – Entre cuidado e escolhas
19 Capítulo 19 – Entre olhares e coincidências
20 Capítulo 20 – O peso das correntes invisíveis
21 Capítulo 21 – O Peso da Descoberta
22 Capítulo 22 — A Linha que se Rompe
23 Capítulo 23 — Fagulhas de Confiança
24 Capítulo 24 – Descobertas Amargas
25 Capítulo 25 – Verdades que Doem
26 Capítulo 26 – Manchetes e Fantasmas
27 Capítulo 27 – Entre Muros e Segredos
28 Capítulo 28 – A Isca
29 Capítulo 29 – Justiça e Proteção
30 Capítulo 30 – Entre Mal-entendidos e Aproximações
31 Capítulo 31 – Entre Bastidores e Valores
32 Capítulo 32 – A Noite Que Saiu do Controle
33 Capítulo 33 – Instinto, Escândalos e Verdades
34 Capítulo 34 – Entre a Doçura e as Chamas
35 Capítulo 35 – Entre Cinzas e Recomeços
36 Capítulo 36 – Quando as Cinzas Queimam o Futuro
37 Capítulo 37 – Liberdade e Desejo
38 Capítulo 38 – Manhã Tranquila e Confronto com o Passado
39 Capítulo 39 – O Pedido
40 Capítulo 40 – Preparativos
41 Capítulo 41 – Entre Espinhos e Sorrisos
42 Capítulo 42 – Asas no Jardim Secreto
43 Capítulo 43 – O Mundo Vira os Olhos
44 Capítulo 44 – A Revelação ao Vivo
45 Capítulo 45 – Última Noite de Noivos
46 Capítulo 46 – O Grande Dia
47 Capítulo 47 – Despedida e Renascimento
48 Capítulo 48 – A Noite de Núpcias (+18)
49 Capítulo 49 – Um ano depois
50 Epílogo
Capítulos

Atualizado até capítulo 50

1
Capítulo 1 – O Despertar
2
Capítulo 2 – O reencontro e a escolha
3
Capítulo 3 – O mundo dos homens-fera
4
Capítulo 4 – A Entrevista Inesperada
5
Capítulo 5 - O Novo Guardião
6
Capítulo 6 - Sua Responsabilidade
7
Capítulo 7 – Sombras e Tropeços
8
Capítulo 8 - Visão Distorcida
9
Capítulo 9 - Rachaduras na Visão Negativa
10
Capítulo 10 - Sem Nome No Mundo
11
Capítulo 11 – O Caminho de Volta
12
Capítulo 12 - Provocações
13
Capítulo 13 - Mais Provocações
14
Capítulo 14 - Empresa em Risco
15
Capítulo 15 - Sombras no refúgio
16
Capítulo 16 – Sinais no Silêncio
17
Capítulo 17 – Uma Empresa Cheia de Histórias
18
Capítulo 18 – Entre cuidado e escolhas
19
Capítulo 19 – Entre olhares e coincidências
20
Capítulo 20 – O peso das correntes invisíveis
21
Capítulo 21 – O Peso da Descoberta
22
Capítulo 22 — A Linha que se Rompe
23
Capítulo 23 — Fagulhas de Confiança
24
Capítulo 24 – Descobertas Amargas
25
Capítulo 25 – Verdades que Doem
26
Capítulo 26 – Manchetes e Fantasmas
27
Capítulo 27 – Entre Muros e Segredos
28
Capítulo 28 – A Isca
29
Capítulo 29 – Justiça e Proteção
30
Capítulo 30 – Entre Mal-entendidos e Aproximações
31
Capítulo 31 – Entre Bastidores e Valores
32
Capítulo 32 – A Noite Que Saiu do Controle
33
Capítulo 33 – Instinto, Escândalos e Verdades
34
Capítulo 34 – Entre a Doçura e as Chamas
35
Capítulo 35 – Entre Cinzas e Recomeços
36
Capítulo 36 – Quando as Cinzas Queimam o Futuro
37
Capítulo 37 – Liberdade e Desejo
38
Capítulo 38 – Manhã Tranquila e Confronto com o Passado
39
Capítulo 39 – O Pedido
40
Capítulo 40 – Preparativos
41
Capítulo 41 – Entre Espinhos e Sorrisos
42
Capítulo 42 – Asas no Jardim Secreto
43
Capítulo 43 – O Mundo Vira os Olhos
44
Capítulo 44 – A Revelação ao Vivo
45
Capítulo 45 – Última Noite de Noivos
46
Capítulo 46 – O Grande Dia
47
Capítulo 47 – Despedida e Renascimento
48
Capítulo 48 – A Noite de Núpcias (+18)
49
Capítulo 49 – Um ano depois
50
Epílogo

Baixar agora

Gostou dessa história? Baixe o APP para manter seu histórico de leitura
Baixar agora

Benefícios

Novos usuários que baixam o APP podem ler 10 capítulos gratuitamente

Receber
NovelToon
Um passo para um novo mundo!
Para mais, baixe o APP de MangaToon!