Um jantar

Foi mais rápido do que imaginei, Gael conseguiu marcar um jantar para nós, dois dias depois, e eu estava animado, não podia conter a empolgação de rever aquele corpinho, nunca tive pretensão de me casar, mas vê-la assim tão linda e com a língua tão afiada me deixou animado.

Cheguei na mansão dos Rossi por volta das sete da noite, meu amigo me esperava com aquele sorriso que ultimamente fazia parte da vida dele, ele era um homem da noite, já tiveram assim envolvido com as mulheres mais bonitas da Espanha, mas aqui foi diferente, tudo era diferente.

— Meu amigo, que bom te ver — ele falou, Martina chegou logo atrás, elas eram iguais, sim, mas eram completamente diferentes. — Martina, que alegria, obrigado por abrir as portas da sua casa, trouxe estas flores e um bom vinho.

— Quanta gentileza, entre — ela falou pegando as flores e o vinho.

Olhei em volta procurando meu alvo, ela apareceu, roupa simples, calça justa, camisa larguinha, mas nada diminuia sua beleza.

— Helena, está cada dia mais encantadora. — falei beijando sua mão, ela revirou os olhos, mas sorriu.

— Senhor Matheo, posso dizer que é uma satisfação, já que seu prazer eu não conheço.

— É só questão de tempo né, sempre me coloco à disposição, melhor ainda se for para uma delícia como você. — respondi e ela sorriu, Gael olhou para Martina como se quisesse esconder a confusão que viria, mas a irmã parecia conhecer bem aquele caminho, e pela cara sabia, não adiantava negar.

A mesa estava posta com aquele exagero típico dos jantares na Itália: vinho tinto, pratos fumegantes, talheres brilhando sob a luz clara. Gael e Martina conversavam mais entre si, mas ela parecia sentir. Eu estava observando.

Eu evitava encarar por muito tempo, não queria dar o gosto, mas aqueles olhos claros eram como hipnose, me atraiam.

— Então… — comecei, a voz grave e arrastada, enquanto girava a taça de vinho — ouvi dizer que você é rápida no volante.

Ela levantou uma sobrancelha, mordendo o canto do lábio.

— Rápida o suficiente para não precisar de carona.

Era impossível não sorrir, ela sabia conduzir não só um carro, mas também aquele jogo.

— Bom saber… mas ainda quero ver isso de perto.

— Vai ter que tentar acompanhar primeiro. — respondeu rodando o gelo do copo, antes de levar aquele copo a boca.

Gael olhou para Martina e sorriu, como quem sabia exatamente o que estava acontecendo ali.

— Matheo, cuidado… Helena não gosta de perder.

— Eu também não. — Rebati, sem desviar os olhos dela.

Martina, tentando disfarçar o riso, comentou:

— Se vocês dois competirem, acho que vai sobrar carro destruído no caminho.

— Ou corações. — complementei com aquele tom carregado de ironia que ela parecia gostar, já que desviava rindo com a boca no copo.

A conversa seguiu, mas o clima estava ali, pulsando no ar. A cada vez que eu falava, ela me respondia como se fosse um desafio. A cada vez que ela sorria, eu tinha vontade de fingir que não notei.

— Então, Helena — disse, pousando os talheres com calma — me disseram que você gosta de fugir.

Ela arqueou a sobrancelha, séria.

— Só quando vale a pena.

— Ótimo… — sorri, se recostando na cadeira. — Espero ser um bom motivo.

Gael pigarreou, como se quisesse cortar aquela troca.

— Matheo… — o tom dele era meio alerta, meio brincalhão — lembra que ela é minha cunhada, e que Giovanni te mata.

Dei um gole no vinho, sem tirar os olhos dela, eu amava um desafio.

— Eu lembro de tudo.

Martina levou a mão à testa, suspirando.

— Acho que preciso de um ar… — disse, encarando Gael com um olhar que, mesmo eu, percebi que não era de mal-estar real.

Gael imediatamente se levantou.

— Vamos. — Ele passou o braço pela cintura dela, saindo da sala.

A porta nem tinha fechado e já entendi o jogo.

Eles tinham feito de propósito.

Ficamos só nós dois.

Helena mexia distraidamente no garfo, mas eu sabia… ela sentia o peso do meu olhar.

— Então… — falei, com aquele tom baixo que sempre a deixava alerta — parece que fomos abandonados.

Ela deu um meio sorriso, ainda olhando para o prato.

— Ou empurrados para o abismo.

— Eu não caio fácil. — me recostei na cadeira, observando cada detalhe dela. — Mas… se for você, talvez eu pule.

Os olhos dela finalmente encontraram os meus. Diretos. Quentes.

— E o que te faz pensar que eu te deixaria chegar perto o bastante?

Levantei devagar, rodeando a mesa até parar atrás da cadeira dela.

— Porque você ainda não foi embora.

Ela respirou fundo. Não se moveu quando toquei levemente seu ombro, nem quando me inclinei, aproximando a boca do pescoço dela.

— Está me testando, ruiva?

Ela virou o rosto, tão perto que nossas bocas quase se tocaram.

— Talvez…

Foi o suficiente.

Segurei o rosto dela, sentindo a pele quente sob minhas mãos, e a beijei. Não foi lento. Foi como se estivesse esperando por aquilo desde o primeiro segundo em que a vi.

Ela correspondeu, como se também estivesse cansada de negar. Minhas mãos deslizaram para sua nuca, trazendo-a para mais perto, sentindo o gosto doce e provocante que já me deixava viciado.

E então…

— Interrompo alguma coisa? — a voz de Gael veio carregada de sarcasmo.

Afastei-me devagar, mas não tirei os olhos de Helena. Ela limpou o canto da boca com o polegar, ainda ofegante.

— Nada que não possa continuar depois. — respondi, antes de me recostar na cadeira de novo, sem quebrar o contato visual.

Gael balançou a cabeça, mas vi o canto da boca dele se curvar num meio sorriso.

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Comments

Néria Alves

Néria Alves

Eithaaa!O povo leva a sério a arte de beijar.

2025-08-09

3

Ivanilda Santos

Ivanilda Santos

Eu acho que os italianos são bons nisso kkk

2025-08-10

0

Fatima Gonçalves

Fatima Gonçalves

E QUE BEIJO GENTE UAU

2025-08-22

0

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