A Noiva Secreta de Zion
Abri meus olhos para o céu noturno, a paisagem mais linda que poderia ver hoje. Sempre em momentos assim, paro para refletir sobre a minha vida.
Nasci em um orfanato do templo, que destino cruel eu tive! Não sei qual seria a pior opção, ser escrava do templo ou ter sido adotada por uma família de loucos.
Acabei sendo adotada por essa família de loucos. Que potencial o conde Valter Neirim viu em mim? Todos que nasciam nessa família tinha o dom mágico de controlar o vento, o meu poder era de conjurar um escudo refletor, eu conseguia refletir qualquer ataque mágico que viesse em minha direção.
Conforme disse o conde Neirim, no futuro eu poderia absorver e usar o poder de outras pessoas, mas no momento, só conseguia usar o escudo quando passava por algum perigo.
De repente meu corpo balançou, de um lado para o outro. Olhei ao redor, madeiras velhas estavam encaixadas umas nas outras, percebi que eu estava dentro de um barco a remo.
O vento balançava cada vez mais forte, ouvi vozes e risada vindas de longe, fui identificado cada uma gradualmente, inclusive os sons de rosnados de cachorros, me senti tentada a olhar o que estava acontecendo, já que minha última lembrança, era dormindo em meu colchão, no chão da minha cela.
— Essa aposta está divertida. — Disse Róger, enquanto ria. Róger era o filho mais velho do conde Neirim.
— Divertido para quem? Meu barco é o do Tomás, está com dois cachorros, o peso é muito desigual. — Respondeu Téo. Téo e Tomás eram gêmeos com a outra filha do conde, a Tânia.
Comecei a fazer o cálculo, se nesse momento eu estava em um barco a remo, o único lugar possível, seria o rio que dividi a propriedade do conde Neirim e a propriedade do Arquiduque Zander Ranzel.
Era proibido entrar na propriedade do Arquiduque, eles mantinham a vigilância rigorosa.
O vento foi se intensificando cada vez mais, nuvens escuras cobriam o céu rapidamente, raios clareavam o céu, enquanto o ar se tornava trêmulos.
— Mais rápido, vai chover. Quero voltar para casa antes da chuva, odeio ficar molhado. — Tomás, finalmente se pronunciou.
Não consegui segurar a curiosidade e sentei no barco, para poder vê-los. Aqueles cabelos castanhos me davam raiva. O conde sempre deixou os seus filhos me usar como quisesse, ele defendia a ideia de que quanto mais eles me atacavam, mas resistente e forte ficava o meu poder.
— Olha ali irmão, a inútil acordou. — Tomás pulava e ria, feito um idiota.
Eu tinha apenas 10 anos, é cada um deles eram no mínimo 2 anos mais velhos que eu.
— Dessa vez eu vou ganhar. — Disse Róger, apontando suas mãos para mim, controlando o vento para meu barco alavancar.
Olhei para os lados observando, quando fui jogada para fora do barco, caí em cima da areia molhada e fria, da propriedade do Arquiduque.
Encarei os outros dois barcos que viam em minha direção, cada um com dois cachorros mágicos, que chegavam a ultrapassar a minha altura, seus olhos vermelhos me olhavam sedentos.
Ao me levantar, senti uma pontada em meu joelho direito, nesse momento entendi porque os cachorros estavam tão impacientes.
Eu ouvia as vozes do outro lado do rio, gritando e rindo. Eu não podia esperar os barcos chegarem na areia, virei para trás é encarei grandes árvores escuras, não pensei duas vezes, levantei o capuz da capa e comecei a correr na floresta sombria.
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Atualizado até capítulo 130
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