Ele me fez companhia por algum tempo, embora não fosse muito expressivo, Zion era bastante curioso. Ele queria saber onde era o orfanato no qual fui adotada, se o conde falou o motivo da adoção, embora parecesse suspeito, o conde nunca me disse qual seria o seu objetivo.
— A quanto tempo estive dormindo? — Perguntei, por ver o céu escurecer fora da janela.
— Por dois dias, hoje à noite iria fazer três dias. — Olhei para ele surpresa. — O conde veio em nossa casa, ele queria te levar ainda inconsciente.
— E, porque ainda estou aqui? — Perguntei sem entender.
— Essa é minha propriedade, eu decido o que fazer. — Eu estava incrédula. — Quando estiver melhor, se quiser, pode voltar, mas você tem a consciência de que vão continuar te maltratando.
— Você fala como se eu tivesse uma opção. - Pela primeira vez, vi um rastro de tristeza em seu olhar.
— Irei me retirar agora, ainda tenho algumas coisas para resolver, mais tarde virei para vê-la. A porta de frente a cama é o banheiro, eu trouxe algumas roupas da minha irmã, espero que sirva.
Zion pegou a bandeja e saiu do quarto, do mesmo jeito que entrou, sem fazer algum barulho. Levantei-me com muito esforço, meu corpo era pesado e eu me sentia fraca de mas.
O banheiro era grande, com uma banheira no centro e alguns móveis. Depois de um banho quente vesti o vestido da irmã de Zion, era um vestido branco com detalhes amarelos nos bordados.
Voltei para a cama, me deitei e dormi novamente, não podia imaginar o que veria, após voltar ao condado.
Escutei um leve som de folhas, uma passando atrás da outra, sem parar. Abri os olhos é encarei a janela, o céu estava escuro agora e cheio de estrelas.
Havia uma pessoa sentada na cadeira perto da janela, observei seus cabelos lisos e preto, em um penteado lateral. Ele provavelmente teria em torno de 12 a 13 anos.
Ele tinha um olhar penetrante e misterioso, em minha vida até agora nunca havia visto antes olhos tão azuis como os dele, chegavam a cintilar, não eram apagados como o meu.
Suas roupas eram elegantes, uma calça preta, blusa branca e um blazer azul-escuro, os garotos que conhecia dessa mesma idade, a maioria eram rudes e não se vestiam adequadamente.
De repente nossos olhares se cruzaram e ele sorriu-me.
— Você dormiu bem, Erina?
Balancei a cabeça confirmando, me levantei e sentei na cadeira de frente a dele. Eu tinha tantas dúvidas sobre o porquê ele tinha me trazido aqui, porque estava sendo tão bom comigo.
— O vestido ficou bom em você, está com fome, Erina? — Ele perguntou fechando o livro e colocando em cima da mesa.
— Porquê? Zion, você me trata bem, me trouxe para sua mansão e está me protegendo. — Ele me olhava perdido em pensamentos.
— Para ser sincero, eu não sei, no começo eu pensei que fosse pelo seu nome, você tem o mesmo nome que a minha mãe, Erina. Não é um nome comum. Mas, no final você não me desagrada, eu tentei me concentrar em outra coisa, mais no final estava te olhando de novo. — Senti meu rosto queimar. — Eu queria te proteger Erina, mas no momento além de sermos jovens e o conde ser seu tutor legal, além disso não tenho o poder suficiente para te ajudar.
Abaixei a cabeça enquanto analisava suas palavras, nada me foi bom até hoje, nesse momento eu me sentia feliz por ele simpatizar comigo.
O conde prometeu me dar liberdade aos 18 anos, se eu conseguisse controlar meus poderes e o ajudasse, quando fosse nescessário.
— Agora que vi que está bem, irei embora. Em dois dias meu pai e eu vamos ao condado, se você quiser pode vir conosco. - Ele se levantou e foi embora.
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Atualizado até capítulo 130
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