Corri o, mas rápido que pude, os galhos secos das pequenas árvores recocheteavam o meu corpo, embora eu não sentisse agora, mais tarde iria doer muito.
Os sons dos trovões rasgavam no céu, fui implorando para que não chovesse, pois, dificultaria a correr descalça no chão molhado.
Coloquei mais forças em minhas pernas para correr mais rápido, logo á frente vi uma clareira, no momento não consegui pensar se era ou não algo bom, ou ruim, um clarão de luz se formou a frente.
Ouvi os uivos dos cachorros, que provavelmente já chegaram à areia do rio. Quando cheguei no começo da clareira, fiquei em choque e parei, no centro havia um casebre pequeno, feito de concreto, em frente ao casebre tinha um garoto parado de pé, com uma mão direcionada aos céus, os raios desciam e percorriam pelo corpo do garoto iluminando-o, os raios eram direcionados para pequena casa.
Fiquei por tanto tempo parada observando a cena dos raios, que eu me esqueci, que estava fugindo, já era possível ouvir os sons das patas dos cachorros, chegando cada vez mais perto.
Comecei a correr, agora em direção ao garoto, assim que eu entrasse na clareira, os cachorros iriam atacar ele também, então, gritei ainda de longe, "corre!".
Ele me olhou, fui observando-o, a cada vez que me aproximava dele. Ele estava vestido todo de preto, inclusive os seus cabelos eram pretos, mais o que me chamou atenção, era os seus olhos azuis, tão marcantes como o próprio raio que envolvia o seu corpo.
— Você invadiu uma propriedade privada, saía antes que eu te mate. — A voz dele ecoou firme e forte.
Infelizmente eu não tinha opção, continuei correndo em sua direção, olhei para trás e vi que os cachorros, já haviam chegado na clareira.
O garoto apontou a palma da mão para mim, é como eu já sabia que esse era o jeito comum de atacar alguém com os seus poderes mágicos, levantei a minha mão em sua direção. Eu esperava fortemente, que minha habilidade do escudo funcionasse.
O braço dele se iluminou, me preparei para receber a carga elétrica enquanto corria. O raio veio rápido em minha direção, assim que entrou na palma da minha mão, senti meu braço tremer, era tão forte que não conseguia segurar por muito tempo, virei para trás, apontei para os cachorros, mas infelizmente o raio caiu no chão.
Os cachorros pararam de correr junto comigo, eles me encararam por um momento. Talvez estivessem esperando por mais, virei rápido para o garoto, o capuz saiu de minha cabeça nessa hora, pude sentir as gotas geladas da chuva em meu rosto.
O garoto me olhava de olhos arregalados. " corre!" falei mais uma vez. Comecei a Correr de novo, na direção dele, assim que cheguei perto o bastante falei.
— Eu disse para você correr!
Peguei em seu braço esquerdo e puxei para ele vir junto comigo, afinal aqueles eram cachorro feitos com magia, não seria fácil derruba-los, a opção que tínhamos nesse momento era correr o máximo que pudéssemos.
O corpo dele virou bruscamente com o meu, o garoto travou o seu braço, na altura dos meus ombros, ele me puxou para perto de seu corpo, senti os raios fluírem, atravessando o meu corpo em cada centímetro, era tão forte, que estava difícil de respirar, ele virou para encarar os cachorros, que rosnavam para nós.
O garoto levantou a mão e deferiu uma chuva de raios contra os cachorros, que viraram pó e sumiram com o vento da chuva.
O garoto respirou fundo, provavelmente ele tinha excedido seu limite de magia.
Minhas pernas estavam trêmulas, pelo esforço de tanto correr, minha respiração estava pesada. Comecei a perder o foco do lugar.
Senti meu corpo girando para o garoto, olhei para os seus lindos olhos azuis, que me encaravam.
— Quem é você? É o que está fazendo em minha propriedade? — Ele me questionou.
— Me chamo Érina, eu apenas estava fugindo dos… - Respirei fundo, sentido que minha consciência se esvair. — Cachorros.
— Como você desviou o meu poder? Como conseguiu ficar perto de mim, com tantas cargas elétricas? — Ele me olhava com curiosidade.
— Seus olhos são como a luz dos raios... que rasgam o céu...- Respirei fundo mais uma vez. — Escudo… Refletor. - Encostei minha cabeça em seu ombro. — Sou um espelho.
Senti minha visão se fechar lentamente, até perder completamente a consciência.
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Atualizado até capítulo 130
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