Nos Braços do Don Rocco
Aos 40 anos, Lanna só queria esquecer o fracasso do casamento. Uma viagem com a amiga parecia a fuga perfeita — até que ela conhece Rocco, um jovem irresistível de 25 anos. Seria apenas uma noite, mas ele não aceita um não. Envolvido com o crime e obcecado por ela, Rocco está disposto a tudo para tê-la nos seus braços. E Lanna vai descobrir que fugir dele, pode ser ainda mais perigoso que se entregar.
Nome completo: Rocco Vitale
Idade: 25 anos
Altura: 1,89m
Nacionalidade: Brasileiro com sangue Europeu.
Residência atual: Mansão no Joá, Rio de Janeiro.
Cidade onde foi criado: Barcelona, Espanha
Nome completo: Lanna Dias
Idade: 40 anos
Altura: 1,65m
Natural de: Petrópolis – RJ
Família: Mãe de um filho adulto, avó de uma menina.
...⚜️ NADA EM MIM É MAIS DELE...
^^^L A N N A ✧ D I A S^^^
A neblina de Petrópolis parecia combinar com minha rotina — fria, previsível e densa.
Quarenta anos.
Foi o que pensei ao me olhar no espelho naquela manhã. Quarenta anos vividos com intensidade e, ainda assim, parecia que eu tinha esquecido como se vivia de verdade.
O reflexo que me encarava já não me assustava mais, mas também não me agradava. O brilho nos olhos? Apagado. A pele, ainda bem cuidada, mas cansada. Os lábios, sempre vermelhos por vaidade, agora estavam pálidos e sem graça. E o sorriso… ah, aquele tinha sumido há muito tempo.
Meu nome é Lanna Dias. Casada há vinte e dois anos com Alberto Martins. E completamente infeliz há pelo menos doze.
Não posso dizer que tudo sempre foi ruim. No começo, Alberto era um bom homem. Trabalhador, educado, presente. Aquele tipo de marido que todo mundo dizia ser um “partidão”. E por um tempo, talvez ele tenha sido mesmo. Mas as pessoas mudam. E o amor pode morrer devagar, até que você acorda um dia e percebe que está dormindo com um estranho.
Alberto virou um homem frio. Mecânico. Tudo nele era cálculo, rotina, horários. Eu virei parte da decoração da casa. Um quadro bonito, posicionado estrategicamente para mostrar ao mundo uma falsa harmonia.
Nosso casamento virou um teatro.
Com sorrisos falsos em reuniões de família.
Com palavras ensaiadas em jantares de negócios.
Com toques mornos, quando existiam.
E o pior não era a ausência do amor — era a ausência de respeito.
Ele não me traía com outras mulheres, mas me traía com o silêncio. Com a falta de interesse. Com os olhares que evitavam os meus. Com os comentários sutis que diminuíam minhas escolhas, minha aparência, meus sonhos.
Quando contei que queria fazer um curso de gastronomia para, quem sabe, abrir um pequeno café, ele riu.
— Você já tem tudo, Lanna. Vai inventar de trabalhar agora pra quê? Esquece, mulher minha não trabalha.
Quando falei que pensava em pintar o cabelo de ruivo, só por diversão, ele soltou:
— Aos 40? Vai parecer desesperada.
E quando, finalmente, tive coragem de dizer que me sentia sozinha, ele olhou por cima do jornal e disse:
— Você dramatiza demais. Isso é coisa da sua cabeça. Tá ficando velha e doida.
Aos poucos, fui me apagando.
Desisti do curso, mantive o cabelo castanho, embora o vermelho me chamasse. Engoli o choro e sorri nas fotos.
Me tornei uma esposa protocolar. Cumpria minhas funções, era gentil com a família dele, organizava as coisas da casa, sorria nos jantares e dormia em silêncio. Quando fazíamos sexo — se é que dava pra chamar aquilo de sexo — era automático, sem prazer, sem desejo, sem toque real. Apenas um corpo por cima de outro corpo. Ele gozava e isso era o suficiente.
E foi então que percebi: nada em mim era mais dele. Nem meu corpo, nem meu sorriso, nem minha alma.
Os dias foram ficando mais pesados. A casa grande onde morávamos parecia cada vez mais vazia, mesmo com as paredes cheias de quadros e os móveis impecavelmente limpos. Nosso filho já tinha se casado e ido embora. Morava em outro estado com a esposa e a filhinha, e só nos visitava duas vezes por ano. Ele sempre perguntava se eu estava bem. E eu mentia. Sempre.
Até que naquela manhã, com o sol fraco entrando pelas frestas da persiana, eu me olhei no espelho e disse em voz alta:
— Eu quero o divórcio.
Não falei pra ninguém. Apenas sussurrei para mim mesma. Como um segredo perigoso que a gente ensaia até ter coragem de gritar.
Mas não demorou muito para eu dizer a ele.
Era uma noite de quarta-feira. Jantamos em silêncio, como de costume. Alberto comeu o risoto de camarão que preparei com uma expressão indiferente, como se mastigasse papel. Bebeu sua taça de vinho e não me olhou uma única vez. Quando ele se levantou para guardar os talheres na pia, respirei fundo e fui atrás dele na cozinha.
— Alberto, eu preciso conversar com você.
Ele me olhou por cima do ombro, colocando o prato dentro da lava-louça.
— Pode falar.
— Eu quero o divórcio.
O som das palavras pareceu ecoar entre os azulejos brancos. Ele ficou parado por alguns segundos, como se não tivesse entendido.
— O quê?
— Eu não aguento mais viver assim. Em silêncio. Fingindo. Eu quero o divórcio.
Ele riu. Um riso debochado, seco.
— Ah, Lanna, fala sério. Tá passando por alguma crise da meia-idade, é isso? Vai querer viver de vinho e viagem agora?
— Não é uma fase. É uma decisão.
— Você não vai a lugar nenhum. Temos uma vida estável, um nome a zelar. Um filho casado. Você tá surtando — disse ele, virando as costas.
Naquela noite, dormimos em camas separadas. Na manhã seguinte, ele agiu como se nada tivesse acontecido. Me cumprimentou com um “bom dia” frio, como fazia todos os dias, tomou seu café e saiu para o trabalho.
Ele não me levou a sério.
E talvez essa tenha sido a última gota. Nem mesmo minha dor ele considerava real.
Dois dias depois, sentei com minha melhor amiga, Luciana, no café da esquina. Era o nosso ponto de refúgio. E foi ali que desabafei.
— Eu não aguento mais, Lu. Ele faz de conta que nada tá acontecendo. Me olha como se eu fosse invisível. E ainda assim, não quer me deixar ir.
Ela segurou minha mão por cima da mesa.
— Então seja invisível. Nem que seja por uns dias. Vem comigo pra Búzios, amanhã é fim de semana. Tira essa energia ruim do corpo. Vai respirar, rir, dançar, lembrar quem é você.
— Eu não sei mais quem sou — confessei, sentindo os olhos encherem de lágrimas.
— Então vamos descobrir juntas.
Eu pensei um pouco. Pela primeira vez em anos, cogitei me ausentar daquela casa sem pedir permissão, sem dar satisfação. E isso me deu um frio na barriga. Mas ao mesmo tempo, despertou algo adormecido em mim.
O desejo de viver, de ser eu, de voltar a me sentir uma mulher valorizada e livre. E era o que eu faria.
Eu me reconstruiria do zero. Eu seria eu novamente.
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Atualizado até capítulo 40
Comments
Eliandra Leal
começando mais uma leitura 30/07025, espero que seja boa.
2025-07-31
5
Dulce Tavares
falar pra esse cara não basta vc tem que ter os documentos nas mãos e colocar na mesa bum tai quero o divórcio se ele não quiser saí de casa vc saí pelo bem da tua saúde mental
2025-07-31
3
Maria Sena
Olá minha autora de milhões, aqui eu de novo, e já tô gostando da história. Acho que algumas vão se vê nessa história. Então vamos de mais uma leitura, começando hoje, 01/08/25.
2025-08-02
2