jogo de máscaras

A música suave ecoava pelo salão enquanto as luzes cintilavam com uma intensidade quase celestial. O baile estava em pleno vigor, um evento repleto de poderosos chefes da máfia e suas famílias. Kaleb observava a cena de cima, com os olhos fixos em cada movimento, absorvendo cada palavra, cada gesto. Sua primeira grande prova de liderança estava ali, diante de um salão repleto de vultos, rostos marcados por promessas de aliança, alguns secretos, outros mais evidentes.

O terno escuro que usava, perfeitamente ajustado ao seu corpo, contrastava com o olhar distante. Ele parecia um homem diferente ali, com a postura ereta de um líder, alguém que agora, sem dúvida, comandava o império mafioso.

“Tudo isso é meu agora”, ele pensou, olhando para o ambiente.

Rodrigo estava ao seu lado, observando atentamente. Kaleb sabia que seu pai estava mais distante agora. Havia uma sensação de alívio e ao mesmo tempo de responsabilidade pesada. Ele não podia vacilar, não podia errar. Não quando tantos olhares estavam sobre ele.

A primeira oferta veio de Giovanni Santini, um dos mais antigos aliados de Erik e agora um dos maiores líderes mafiosos da costa. Sua filha, Francesca Santini, estava ao lado dele, sorrindo delicadamente, suas roupas luxuosas e cabelo perfeito, a promessa de uma aliança estratégica que atravessaria continentes.

— Kaleb, meu filho — Giovanni disse, aproximando-se com um copo de champanhe na mão. — Francesca é uma mulher de classe, uma aliança conosco seria uma benção para todos nós. O que acha de unir seu nome ao meu?

Kaleb olhou para Francesca. Ela sorriu com suavidade, seus olhos buscando aprovação, mas havia algo ali que não o convencia. Era como se ela fosse uma peça, uma peça comum em um tabuleiro de xadrez.

— Agradeço a oferta, Giovanni — Kaleb respondeu com firmeza. — Mas não. Não é isso que busco. Minha esposa será mais que uma aliança de conveniência. Preciso de algo mais.

Rodrigo sorriu de canto, satisfeito com a decisão do filho. Mas ele sabia que mais ofertas viriam. Eles estavam apenas começando.

A noite seguiu e mais e mais chefes se aproximavam com suas filhas, todas sorrindo e oferecendo alianças estratégicas. Kaleb os rejeitou educadamente, mas sua mente estava distante, quase indiferente às propostas.

Foi então que ele a viu.

No canto mais escuro do salão, uma mulher de postura desafiadora e olhar penetrante se destacava da multidão. Ela estava completamente fora do padrão de todas as outras garotas ali. Não usava vestido, mas sim um terno preto justo e uma camisa branca impecável, suas botas de coturno surradas e seu cabelo escuro cortado curto. Ela não tinha aquele sorriso falso que tantas das outras mulheres usavam. Não, essa mulher parecia uma presença perigosa, e Kaleb não pôde deixar de se sentir atraído por ela.

Rodrigo, que observava a cena atentamente, se aproximou e sussurrou no ouvido de Kaleb:

— Essa é Dacaria Milano. O pai dela a criou como um soldado, mais forte que qualquer homem. Não tenho certeza se ela sobreviveria a ele, mas é perfeita para você. Pode ser uma arma letal, ou uma aliada fatal.

Kaleb, intrigado, fixou seus olhos nela. Dacaria estava encostada no canto, observando tudo com um olhar calculista. Ela percebeu o olhar de Kaleb e, sem nem se mover, começou a caminhar em sua direção. Havia algo de desafiador na maneira como ela andava, como se fosse capaz de devorar qualquer um que cruzasse seu caminho.

Rodrigo deu um leve sorriso, como se já soubesse o que estava prestes a acontecer.

— Se quiser testar a sua sorte, meu filho — ele disse, com um tom de brincadeira, mas um toque de seriedade —, vá lá. Mas não me venha reclamar depois.

Kaleb olhou para o pai por um momento e deu um pequeno sorriso. Ele sabia que estava prestes a encontrar uma mulher como nenhuma outra. Talvez fosse o momento de mudar as regras.

Dacaria chegou até ele, sua presença imponente e suas mãos nos bolsos do terno. Quando ela parou na sua frente, os dois ficaram em silêncio por um momento, analisando um ao outro.

— Então, você é o novo chefe — ela disse, a voz baixa e firme, mas cheia de desafio. — Eu me pergunto se você é mais do que uma peça no jogo. Se pode realmente comandar o império.

Kaleb sorriu de forma enigmática.

— Talvez eu seja mais do que você imagina. E você, Dacaria Milano? O que quer de mim?

Ela olhou para ele com um olhar penetrante e respondeu sem hesitar.

— Nada. Eu já tenho o que preciso. A única coisa que me interessa aqui é poder. E você parece ser alguém que entende isso.

Kaleb a estudou, vendo o potencial nela. Ela não era como as outras. Não estava ali para impressioná-lo com seus sorrisos, nem para pedir favores. Ela queria algo mais. Ela queria o controle.

— Talvez possamos ver até onde isso pode ir — Kaleb disse, estendendo a mão. — Mas saiba que não sou de fazer concessões, Dacaria.

Ela olhou para a mão dele por um segundo, antes de apertá-la com força.

— Eu também não. Mas o poder... o poder é algo que ninguém pode negar. Não importa o que aconteça. Quando o poder chama, todos devem atender.

E, com isso, ela se afastou lentamente, deixando Kaleb com um sorriso curioso no rosto.

Rodrigo observou de longe, como se soubesse exatamente o que estava acontecendo. Ele suspirou e murmurou para si mesmo:

— Esse é o tipo de mulher que vai bagunçar tudo. Mas talvez ela seja o que Kaleb precise.

A noite seguiu em clima tenso. O jogo de poder estava apenas começando, e ninguém sabia ao certo onde Dacaria Milano se encaixaria nesse novo mundo. Mas uma coisa era clara: as regras estavam prestes a mudar.

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