Recomeço de Tudo

O sol surgia tímido no horizonte quando o avião particular pousou em uma pequena ilha no Mediterrâneo. A pista cercada de palmeiras e mar azul era o prenúncio de dias que seriam lembrados para sempre. Erik e Rodrigo desceram da aeronave de mãos dadas. Kaleb correu à frente, deslumbrado com o cenário paradisíaco, enquanto Amaya, agora com seus cachos soltos e um vestido floral, estava no colo de Rodrigo, rindo alto ao sentir o vento tocar seu rosto.

— Isso aqui é um paraíso — Rodrigo comentou, puxando a mala de mão com uma das mãos, e segurando Erik pela outra. — A gente merecia isso.

— Por tudo o que enfrentamos, isso aqui é mais que merecido — Erik respondeu, sorrindo enquanto observava as crianças.

A casa onde ficariam por duas semanas era rústica, mas luxuosa. Tinha paredes claras, janelas abertas, redes em cada canto e uma piscina de borda infinita que dava vista para o mar. Era um lugar longe de qualquer ameaça, longe da guerra, dos contratos, dos espiões e da máfia.

Os primeiros dias passaram com um ritmo quase mágico. Amaya acordava cedo e arrastava Rodrigo para brincar na areia da praia. Kaleb mergulhava com Erik nas águas mornas, cada vez mais confiante, mais risonho, com menos peso nos ombros. Ainda era tímido com outras pessoas, mas ao lado da família, florescia.

Numa tarde, enquanto as crianças dormiam na sombra de um gazebo, Erik e Rodrigo aproveitaram o silêncio. Sentaram lado a lado, os pés na água da piscina, dividindo uma taça de vinho branco gelado. O clima era leve, sem pressa, sem tensão.

— Nunca pensei que a gente chegaria até aqui — Erik disse em voz baixa. — Juntos, com eles, vivos... em paz.

Rodrigo suspirou, apoiando a cabeça no ombro do marido. — Eu também não. Mas no fundo, mesmo nas piores noites, mesmo sangrando... eu acreditava que a gente ia sair disso tudo. E olha pra gente agora. Estamos inteiros. Mais fortes. Mais unidos.

Erik virou o rosto e o beijou devagar. Um beijo calmo, terno, o oposto do caos que um dia os cercou. Aquilo era amor. Amor curado, limpo, renascido.

No final daquela tarde, saíram em um passeio de barco com as crianças. Kaleb ficou fascinado com os golfinhos que acompanhavam o casco, enquanto Amaya gritava “olha!” e apontava cada peixe que via. Rodrigo tirava fotos. Erik, com o braço em volta dos três, sorria como nunca antes.

A noite caiu com estrelas imensas e uma brisa que lembrava liberdade. Já na casa, após os banhos, jantares e histórias para dormir, Kaleb cochilou deitado no peito de Rodrigo. Amaya dormia entre os dois. Erik, com a mão sobre a barriga dela, sussurrou:

— A família que a gente construiu é tudo pra mim.

Rodrigo respondeu baixinho: — E ninguém nunca vai tirar isso de nós.

Na manhã seguinte, decidiram explorar o centro da ilha. Kaleb pediu para usar uma câmera antiga de Erik e passou o dia tirando fotos dos quatro juntos. Na volta, jantaram num restaurante pequeno à beira-mar. Amaya sujou o vestido de sorvete e Kaleb caiu na gargalhada. Foi ali, sob as luzes baixas, com o mar ao fundo e os olhos da filha brilhando, que Rodrigo disse:

— Eu nunca mais quero fugir. Aqui é lar. Onde vocês estiverem, é lar.

Erik apertou sua mão e completou: — Então nunca mais vamos fugir. Vamos construir raízes. Por nós. Por eles.

E assim terminou a jornada que começou em meio a tiros, traições e dor. Eles sobreviveram. E mais do que isso, encontraram a felicidade.

Na areia da ilha, enquanto Kaleb desenhava corações e Amaya corria atrás de conchinhas, Erik e Rodrigo se olharam com cumplicidade. Nenhuma palavra era necessária. Tudo o que eles precisavam... estava ali.

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