Quando a irritação de Mason se tornou tão evidente que me assustou, não tive alternativa senão me colocar entre ele e Bruno para evitar o pior. Abordei-o com muito cuidado, estendendo as mãos na tentativa de conter, em vão, um homem de sua estatura. Se Mason realmente quisesse, ele poderia facilmente me afastar ou me tirar do seu caminho.
Em um primeiro momento, fiquei intimidado por sua altura e força. Mason não era um cara comum nem um jovem de vinte e poucos anos como Bruno.
Não, tudo em sua aparência e postura inabalável revelava o quão homem ele era. E o dano que poderia causar a qualquer ingênua que se atrevesse a se apaixonar pelo renomado banqueiro brasileiro que vinha rompendo com vigor a bolha elitista de Wall Street.
Mason Middleton era oriundo do que os americanos denominam old money. Riqueza antiga, família tradicional. Valores conservadores e até antiquados. Enquanto no Brasil seu nome estava associado a um dos maiores e principais bancos privados, nos Estados Unidos, ele era reconhecido como o CEO de uma instituição financeira que incentivava seus clientes a assumir altos riscos.
O homem não sentia medo de nada. Ele jogava para vencer, e não é à toa, pois se tornou um ícone no mercado americano.
Porém, não se tratava do Sr. Não era Middleton, que me levava para a cama noite após noite quando estava no país, mas o homem que transformou minha vida tão rapidamente que ainda me sentia tonta. Desconcertada com a rapidez com que me apaixonei.
A verdade é que Mason possuía a habilidade singular de me deixar assim: confusa. Injetada de adrenalina. Excitada e insuportavelmente quente na região íntima.
Agora mesmo, por exemplo, se ele simplesmente desse um passo na minha direção e enfiasse a mão grande e experiente entre as minhas coxas, por cima da calça de ginástica justa, Mason me encontraria molhada. Preparada para ele.
Era a essa condição primitiva e carente que esse homem me reduzia.
— Pode ir, Bruno. Nós conversaremos mais tarde — assegurei, na expectativa de que Bruno partisse antes que Mason mandasse Roger ensinar uma lição ao imbecil que não soube me ouvir.
— Sobre o meu cadáver, Amy. — Encarei-o por um instante, atordoada ao vê-lo se comportar como se fosse meu proprietário. Ao olhar para trás, pressionei os lábios um contra o outro e implorei para que Bruno se afastasse e não tornasse minha vida ainda mais complicada.
Com a respiração acelerada, tentei me distanciar de Mason. Castigá-lo por ser excessivamente controlador, porém a forma como seus olhos se estreitaram quando estivemos a sós me fez abandonar essa ideia. E, ao dar um único passo em minha direção, tive a sensação de que a montanha de músculos com a qual esse homem poderia ser confundido parecia ainda maior do que eu lembrava. Quase impossível de superar.
Senti-me compelida a levantar o rosto, apenas para sentir o olhar dele sobre minha pele. Desde o primeiro momento em que o vi, percebi que Mason era o tipo de homem que conseguia fazer uma mulher se sentir acariciada e exposta, mesmo sem tocá-la.
Foi essa convicção de que ele me possuía por inteiro que me levou a esquecer que estávamos em um lugar público. A ponto de me lançar em seus braços e ficar na ponta dos pés para beijá-lo.
O que, embora desejado, não ocorreu imediatamente. Não por causa de Mason me impedir, mas porque eu gostava e sabia como provocá-lo.
Com um suspiro contido, esfreguei meus lábios nos dele e o encarei, esquivando-me a cada investida agressiva de Mason em morder minha boca. De forma literal. Esse era um jogo divertido que deixava o homem maluco. E quanto mais ele se descontrolava, mais próximo eu ficava de alcançá-lo.
— Às vezes, eu acho que você não tem juízo nenhum, caralho. — Sorri contra a boca dele, embriagada com o hálito alcoólico que senti aquecer a pele do meu rosto.
— Concordo, até porque… se eu tivesse algum juízo nessa minha cabeça, Sr. Middleton, eu nunca teria me deitado com um filho da puta controlador como você. — Prendi a lapela do casaco cinza que Mason usava, sussurrando palavra por palavra contra seus lábios.
Propositalmente, esfreguei meu rosto no dele e senti a barba por fazer grossa pinicar minha pele. Não vou mentir, talvez eu tenha sentido o membro desse homem pulsar firme contra o meu estômago. Como se demandasse minha atenção. E, desta vez, ao tentar evitar o beijo agressivo de Mason, encontrei-me sendo segurada pelo pescoço.
Totalmente subjugada.
— Entre no carro, Amy. — Sorri, recusando-me a cumprir a ordem. — Não me teste a paciência, minha menina. — A cada vez que Mason me chamava assim, meu coração parecia sair Calmamente da boca.
E mesmo que essa fosse a sua forma de me avisar que estava prestes a perder a cabeça, eu não conseguia deixar de achar… romântico. Porque realmente desejava fazer parte de Mason.
E não somente em palavras.
— Mason, só entrarei se você me beijar. Na fala. E na frente de todas essas pessoas. — Para alguém que detestava demonstrações públicas de afeto, o meu pedido o deixaria irado.
Não que eu estivesse exigindo muito. Apenas o que era merecido: um beijo. A boca dele na minha representa a total rendição desse homem.
Ao notar que ele se opunha, movido por orgulho e uma considerável frustração por se sentir manipulado, recuei, enquanto os dedos de Mason, ainda repousados em minha nuca, se apertavam um pouco mais.
Ele não me permitiria ir.
— Se não haverá beijo, então boa noite, senhor Middleton. Estou exausta e vou para o meu apartamento...
— Acha que pode me manipular, porra?
Eu o ignorei totalmente.
— … onde planejo ficar despida e desfrutar de um longo banho quente. Quem sabe eu até pense em você. E como eu adoro… sentir o seu pau dentro de…
Não consegui concluir o que queria dizer, pois, em poucos segundos, fui abruptamente puxada e, então, consumida pela boca e beijo daquele homem.
Que não só tirou meus pés do chão, fazendo com que eu me esticasse para não perder nenhum milímetro do contato entre nossos corpos, mas também me fez gemer de prazer.
Ali, em frente ao teatro e diante de todas as pessoas que transitavam pela sempre movimentada calçada da Broadway.
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Atualizado até capítulo 62
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