Nada me irritava mais do que os frequentes atrasos e distrações de Amy. Exceto, naturalmente, o infeliz do seu ex-namorado, que acabaria por descobrir o estrago que um punho fechado e eficiente poderia fazer ao seu precioso rosto.
Um atorzinho de merda, era assim que eu o via. Um filho da puta arrogante que sempre aproveitava a chance de tocar na mulher que não era dele.
Porque Amy me pertencia. Ao meu jeito, e nos meus termos, mas era. A cada dia que passava, eu ficava um pouco mais enfurecido com o fato de Bruno continuar ignorando esse importante detalhe.
Deixando-me constantemente à beira de uma loucura.
A possibilidade de uma reação tão irracional e as incessantes tentativas do atorzinho de me fazer perder a calma me irritavam tanto que cheguei até a pensar em encerrar de vez meu relacionamento com Amy. Uma decisão que acabei postergando por várias razões.
Não porque eu não a quisesse, porra, eu era maluco pela garota! Tão obcecado que decidi ignorar todas as promessas feitas a Rebecca e me deixei levar por uma ninfeta de pavio curto e temperamento explosivo.
Não faltavam motivos para deixá-la, e sempre que a culpa me atingia, eu enumerava um por um, tentando me convencer a acabar com essa loucura. Nessas ocasiões, um único motivo se destacava dos demais, fazendo-me sempre reconsiderar: eu ainda desejava Amy na minha cama.
Era por causa dela que minhas viagens ao Brasil estavam ficando cada vez mais breves. Porque me tornei incapaz de tirá-la da cabeça. A jovem de apenas vinte anos tornou-se o meu novo vício, a minha mais recente conquista. Um desafio que homens como eu, com tanto a perder, não deveriam se atrever a aceitar. Até porque, se não tomássemos as devidas precauções, o caso que estávamos envolvidos poderia arruinar cada aspecto da minha vida planejada e estruturada.
Manter meu passado afastado da mídia foi e continua sendo um desafio. E eu já me sentia culpada o bastante para ainda ter que presenciar minha vida sexual exposta por toda parte, como se eu fosse um homem verdadeiramente livre.
— Bruno Evans. — O nome saiu de mim em um grunhido áspero. — Por que sinto que você insiste em mexer no que é meu… sabendo que não deveria?
— Amy não é sua — o garoto retrucou, provocando um sorriso irônico em mim. Mesmo que meu rosto tenha permanecido impassível, sem mover um único músculo. — E se não se lembra, ela e eu estivemos juntos por quase um ano antes de você chegar e…
Com um simples passo à frente, eu o fiz silenciar. Não com um soco, como eu gostaria, mas por quem eu era. Notei que Roger, um dos encarregados da segurança e transporte de Amy, estava também presente atrás de mim. Mostrando ao atorzinho que, caso persistisse com as provocações, ele seria o único a sofrer as consequências.
Eu teria ficado satisfeito ao ver o medo no rosto de Bruno, se Amy não tivesse intervindo e se colocado entre nós. Com a mesma ousadia e audácia com que costumava me levar ao extremo, mas que também levava a crítica ao extremo.
Segundo o relatório que recebi sobre ela, Amy Williams, nascida e criada em Ohio, era uma das atrizes mais jovens e promissoras da Broadway, com um futuro brilhante garantido como atriz. Ela possuía um talento extraordinário, um corpo escultural completo, uma beleza erótica e deslumbrante, além de uma voz rouca e sussurrante... capaz de deixar qualquer padre excitado.
Se a mistura já não fosse explosiva, Amy Williams era altamente impulsiva. Além de desinteressada em tudo que não estava relacionado à sua carreira. Ansiosa e agitada a ponto de me deixar louco.
A menina estava faminta por viver. Gritar. Amar. E eu não estava habituado a ter ao meu redor, ou em minha cama, uma mulher tão inconstante.
Normalmente, eu era o único a ter controle, tanto dentro quanto fora do quarto. O fato de Amy nunca me ouvir e fazer tudo do seu jeito deveria ter reduzido meu interesse por ela.
Deveria ter feito, mas não fez.
E quanto mais a ninfeta me provocava com suas birras e se revoltava, saindo tarde da noite com os amigos depois dos ensaios ou conseguindo despistar e escapar da segurança que eu impunha, mais determinado eu ficava em fazê-la me obedecer. Era como uma compulsão. Um jogo empolgante, porém, arriscado. Para nós dois.
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Atualizado até capítulo 62
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