Durante dezenove anos, Alissa viveu entre os altos muros do Castelo de Edran. Ali, o tempo passava devagar, como se o mundo lá fora não existisse. Seu avô, o imperador Edran, sempre dissera que o isolamento era por sua segurança. Mas, à medida que os anos passavam, Alissa começou a sentir que havia muito mais por trás daquela prisão dourada do que simples proteção.
A jovem princesa — a herdeira da luz — cresceu entre servas, livros e silêncios desconfortáveis. Foi criada com afeto apenas por Mariana, sua dama de companhia, uma mulher doce e firme que se tornou figura materna em sua vida. Já as aulas, essas eram conduzidas sob os olhos frios e meticulosos de Helena, conselheira do imperador, que tratava Alissa com educação forçada, mas olhar sempre calculista.
— Um dia você governará este reino, e precisa parecer digna disso — dizia Helena enquanto corrigia a postura de Alissa com uma régua de prata.
— E quando será esse dia? — Alissa perguntava.
— Quando seu avô decidir — respondia a mulher, como se cada palavra tivesse sido cravada com veneno.
Ao longo dos anos, Alissa estudou etiqueta, história dos reinos vizinhos, as antigas guerras entre o Fogo e a Estrela, diplomacia e política. Mas nunca viu o mundo além dos vitrais do castelo. Nunca caminhou por uma vila. Nunca sentiu o vento das montanhas sem as grades das sacadas.
E, ainda assim, ela sonhava.
Sonhava com liberdade, com seu povo, com propósito.
Agora, com seus 19 anos prestes a se completar, o imperador decidira, finalmente, apresentá-la ao mundo — um gesto que deixava Alissa dividida entre o medo e a esperança. Um baile seria realizado em sua homenagem. Não só para apresentá-la como herdeira da Estrela, mas também para atrair alianças com reinos vizinhos.
— O Reino do Fogo enviará seu príncipe herdeiro... — comentou Mariana enquanto penteava seus cabelos prateados diante do espelho.
— E o Reino do Ar e o da Terra também foram convidados — completou Helena, com seu típico tom frio, observando de longe.
Alissa prendeu a respiração.
Dante. O nome do príncipe do Fogo. Um nome que ouvira em seus estudos. Um guerreiro nato, mas justo. Seu reino, apesar de sua natureza ardente, lutava agora por equilíbrio e paz. Havia rumores de que Dante era tão intenso quanto as chamas que dominava — e que nenhuma aliança com ele seria por acaso.
— Está ansiosa, majestade? — perguntou Mariana, sorrindo gentilmente.
Alissa se olhou no espelho. Seus olhos azuis profundos, com um brilho quase celestial no centro, refletiam dúvidas, força e algo novo... uma centelha de liberdade prestes a se acender.
— Sim — respondeu. — Mas também estou pronta.
A estrela escondida por quase duas décadas estava prestes a brilhar.
Alissa passeava pelos jardins internos, vestida com um manto leve de seda azul. O céu estava limpo, mas o vento que vinha das montanhas trazia uma pontada de inquietação ao seu peito.
Mariana caminhava ao seu lado, descrevendo cada um dos convidados que chegariam para o grande baile. Os reinos do Fogo, da Terra e do Ar estariam presentes. Príncipes, generais e nobres — todos ansiosos por conhecer a herdeira escondida da Estrela.
— Mariana... — Alissa interrompeu, com os olhos fixos no horizonte. — E o Reino do Gelo? Por que eles não foram convidados?
Mariana parou por um instante. Seu sorriso gentil sumiu, substituído por um vislumbre de surpresa e desconforto. Ela hesitou, abaixando os olhos.
— O Reino do Gelo...
— Foi destruído. — A voz cortante de Helena surgiu às costas de ambas, fria como o próprio assunto. — Há quinze anos. Pela Estrela.
Alissa se virou lentamente para encarar Helena.
— Destruído...? — sua voz saiu como um sussurro. — Como assim destruído?
— Estavam criando armas com magia proibida — disse Helena, com indiferença. — O conselho decidiu que representavam uma ameaça às nações. Então agimos. Rápido e eficiente. Não sobrou muito.
Mariana cerrou os punhos discretamente. Seu rosto denunciava que algo naquela explicação não estava certo, mas ela se calou. Não era permitido contrariar Helena em público — especialmente diante da princesa.
Alissa, no entanto, sentiu um nó no estômago. O tom de Helena era frio demais... frio como se aquele massacre tivesse sido um simples número, e não milhares de vidas.
— Eu... nunca ouvi falar disso nas aulas. — disse Alissa com a testa franzida.
— Porque foi enterrado, como todo erro que o império cometeu em nome da “paz” — murmurou Mariana baixinho, mas Helena a encarou com um olhar de advertência antes que a dama pudesse continuar.
— O que foi feito foi necessário — disse Helena, com a voz firme. — E a princesa não deve se ocupar com assuntos antigos e sangrentos. Foque no que importa: sua apresentação. Sua imagem. Seu futuro como imperatriz.
Alissa não respondeu. Mas seus olhos se mantiveram fixos em Helena, atentos... desconfiados.
Alissa apenas acenou com a cabeça, sem dizer uma palavra. Seus olhos azuis, marcados pela estrela no centro, agora pareciam mais distantes. Um turbilhão de pensamentos se agitava dentro dela, mas ela manteve o semblante sereno — como aprendera a fazer desde pequena.
Helena a observou por um instante, como se buscasse confirmar que a jovem não faria mais perguntas. Então, retomou o passo com postura impecável.
— Muito bem, princesa. Precisamos retomar os nomes dos lordes e ladies que estarão presentes. — disse ela, fria e prática. — Já revisamos os representantes do Reino do Fogo e da Terra, agora falta o Reino do Ar. Preste atenção.
Mariana, calada, caminhava um pouco atrás. Seus olhos estavam fixos no chão de pedra polida, como se cada palavra de Helena tivesse lhe deixado um peso no peito. Ela sabia mais do que podia dizer — e isso a corroía por dentro.
Enquanto Helena começava a ditar os nomes com sua voz firme e fria, Alissa mantinha a compostura, mas seu pensamento estava longe.
“Por que me esconderam isso? Por que esse silêncio sobre o Reino do Gelo...?”
Ela não sabia ainda, mas aquela pergunta plantada naquele momento seria o estopim para uma série de revelações que mudariam tudo o que ela acreditava sobre o império — e sobre Helena.
Alissa estava exausta. Já havia memorizado os nomes de todos os lordes e ladies, os títulos e suas respectivas casas. A cabeça latejava e os pés doíam sob o vestido de treinamento. Mas, enfim, Helena havia se afastado, ocupada com algum assunto junto ao avô da princesa.
Alissa aproveitou o primeiro momento de liberdade em semanas. Saiu apressada pelos corredores de pedra, o som de seus passos ecoando sob os vitrais dourados do fim da tarde. Um brilho diferente tomava seu olhar. Ela sabia exatamente para onde ia.
— Oli! — gritou com alegria ao avistar a silhueta conhecida no campo de treinamento.
Oliver se virou ao ouvir a voz. Seu rosto se iluminou instantaneamente, e ele abaixou a espada, sorrindo.
— Ali... — respondeu ele, deixando o treino para trás.
Ela correu até ele, e os dois se encontraram num abraço leve, natural, como velhos amigos que compartilhavam segredos desde a infância.
— Faz um tempo, né? — disse Alissa rindo, ofegante.
— Tempo demais. — respondeu Oliver, com um tom leve, mas sincero.
— Como estão as coisas lá dentro? — perguntou ele, ajeitando a espada na cintura, como se já soubesse a resposta.
Alissa suspirou, dramática, jogando a cabeça para trás.
— Um completo caos. Consegui fugir de Helena só porque ela foi resolver alguma coisa com meu avô. — rolou os olhos com humor. — Se você soubesse o quanto aquela mulher fala... Eu quase pedi para ser levada por um dos dragões do Reino do Fogo só para escapar.
Oliver riu alto, balançando a cabeça.
— Ah, princesa... Um dia ainda vou te ver jogando a tiara no chão e saindo cavalgando sozinha. — provocou ele.
— Se depender de mim, esse dia está mais próximo do que imagina.
Os dois riram juntos, e pela primeira vez em dias, Alissa sentiu que respirava de verdade. Longe das paredes frias do castelo, dos olhares de julgamento, e das mentiras veladas... ali, com Oliver, ela era apenas Alissa.
Depois de algumas risadas e provocações leves, o riso de Alissa foi se desfazendo aos poucos, dando lugar a um suspiro profundo. Ela olhou para o céu limpo acima das muralhas e depois para as próprias mãos.
— Eu estou com medo, Oliver. — confessou em voz baixa, quase como se temesse ser ouvida por mais alguém. — É a primeira vez que as pessoas do reino vão ter conhecimento de quem eu sou... de como eu sou. Isso me assusta. Depois de tanto tempo escondida, presa como um animal pelo meu avô... — disse, soltando o ar com o peso de quem carregava um segredo há anos.
Oliver a olhou em silêncio por um instante, sentindo a dor nas entrelinhas de suas palavras. Ele se aproximou devagar, segurando sua mão com firmeza e carinho.
— Não fique com medo. — respondeu com convicção, seus olhos castanhos encontrando os dela. — Eu estarei lá com você. E se as coisas ficarem difíceis, se um só olhar for torto demais… eu mesmo resolvo.
Alissa sorriu, um sorriso pequeno, mas genuíno. A presença dele sempre a fazia se sentir menos sozinha.
— Isso me alivia... — sussurrou, apertando de leve os dedos dele.
Após alguns segundos de silêncio confortável, ela o olhou de lado, arqueando uma sobrancelha.
— E como vai o treinamento? Fiquei sabendo que teve desavenças com Alex... — sua expressão agora era mais séria, carregada de uma preocupação verdadeira. Ela conhecia bem o cavaleiro arrogante e competitivo que não aceitava ver Oliver subir tão rápido na hierarquia.
Oliver deu um meio sorriso, com um toque de ironia.
— Ah, ele tentou, mas eu não precisei de muito pra afastar ele de mim. — deu de ombros. — Apenas o ignorei e o ego dele se recolheu por um tempo. — fez graça, mas os olhos ainda mantinham uma sombra de alerta.
— Não confio nele. — disse Alissa com firmeza.
— Nem eu. — respondeu Oliver, dessa vez mais sério. — Mas não se preocupe com isso. Eu estou quase lá, Ali... — seus olhos brilharam. — Logo vou receber minha insígnia e ser seu cavaleiro de guarda pessoal. Não só por juramento, mas por escolha.
Alissa sorriu largo, emocionada com a lealdade que sempre sentiu em Oliver. Aquele era o lar que ela tinha escolhido, onde se sentia segura: ao lado dele.
— Obrigada, Oli. Por tudo.
— Sempre. — respondeu ele, tocando de leve a lateral do rosto dela com os dedos, num gesto de afeto silencioso.
Os dias se arrastavam no castelo, mas ao mesmo tempo pareciam voar. Havia um frenesi constante nos corredores — costureiras, músicos, criados, cavaleiros... todos apressados, preparando o tão esperado Baile de Apresentação da Estrela.
No quarto real, Alissa sentia o peso do momento se assentar sobre seus ombros. Seus dedos tremiam levemente ao tocar os longos cabelos brancos que Mariana ajudava a trançar. Seu coração batia como tambores de guerra, e o estômago estava inquieto.
Então, um mensageiro bateu à porta.
— Sua Alteza, o imperador deseja vê-la imediatamente.
Alissa respirou fundo e se levantou, ajeitando a postura. Ao entrar na câmara de seu avô, encontrou-o rodeado por dois conselheiros, que rapidamente se afastaram assim que ela adentrou.
— Alissa, hoje é o dia. — disse ele, firme, sem emoção. — Espero que não haja deslizes de sua parte.
A jovem se curvou em respeito, mantendo a cabeça abaixada.
— Não haverá deslizes, avô. Passei semanas em treinamento. — respondeu ela com serenidade, mas sem encará-lo diretamente.
— Ótimo. — ele disse simplesmente, como se estivesse avaliando um soldado antes da batalha. Em seguida, estalou os dedos. — Tenho algo para você usar hoje. Um presente.
Um servo se aproximou com uma caixa retangular de madeira nobre, adornada com detalhes dourados. Ele a entregou nas mãos de Mariana, que estava ao lado de Alissa.
Mariana abriu a caixa com cuidado, revelando um colar deslumbrante: uma corrente de prata fina com um pingente em formato de estrela cintilante, incrustada com uma gema azul-dourada que parecia conter o brilho do próprio céu noturno.
— Este colar pertenceu à sua avó, a antiga imperatriz. — disse o imperador, com um leve sorriso. — Ele deve lembrar ao povo que você carrega o sangue da linhagem estelar. Use-o com dignidade.
Alissa, surpreendida com a simbologia daquele gesto, finalmente levantou os olhos para o avô.
— Obrigada, vossa majestade. — disse com respeito, mas em sua voz havia uma ponta de cautela. Ela sabia que nenhum gesto dele era inteiramente livre de intenção.
O imperador a observou em silêncio por um momento e então disse:
— Você será o símbolo desta nação, Alissa. Hoje, todos os olhos estarão sobre você. Faça com que se lembrem do que é realeza.
Alissa apenas assentiu.
— Agora vá. — disse o imperador, com um leve aceno de mão, sem nem ao menos virar o rosto. — Sei que tem que ver o que vai usar. Estou contando com você, Alissa.
As palavras, frias como sempre, encerraram a conversa. Alissa curvou-se mais uma vez, contendo a tensão no maxilar, e saiu em silêncio, acompanhada de Mariana.
O som dos próprios passos ecoava pelos corredores enquanto caminhavam em direção aos aposentos reais. Mariana, como sempre, caminhava ao lado da princesa como uma sombra leal.
— Você foi firme, minha querida, — sussurrou a dama de companhia. — E está linda com o colar. Sua avó também ficaria orgulhosa.
Alissa apenas sorriu de leve, apertando o colar contra o peito como se buscasse alguma coragem ali.
Ao abrir as grandes portas dos aposentos, o cheiro suave de lavanda envolveu Alissa como um abraço. As servas já a esperavam em silêncio reverente, de cabeça baixa, com tudo preparado: o banho fumegante em uma banheira de mármore clara, pétalas flutuando sobre a água e toalhas macias estendidas cuidadosamente.
— Majestade, — disse uma das jovens, abrindo espaço ao lado da banheira. — Seu banho está pronto.
Mariana conduziu Alissa até o biombo de seda floral, ajudando-a a retirar as vestes do dia. Em silêncio, Alissa entrou na água morna, sentindo os músculos relaxarem pela primeira vez em dias. Seus olhos se fecharam brevemente, deixando escapar um suspiro profundo. Pela primeira vez, permitiu-se sentir: ansiedade, esperança, receio… e um fio de empolgação que atravessava tudo isso.
Mariana e as outras servas lavavam com delicadeza seus longos cabelos brancos, agora soltos, escorrendo como prata derretida. As mãos cuidadosas das servas limpavam seus braços e ombros com esponjas de linho e água perfumada. Era o ritual de purificação antes da grande noite.
— Hoje você renasce diante do povo. — disse Mariana com ternura. — Não apenas como princesa, mas como a estrela que nasceu para guiar esta nação.
Alissa abriu os olhos, encarando o teto adornado com pinturas de constelações. Aquelas palavras ecoaram dentro dela como uma promessa.
— Então que vejam a estrela. — sussurrou.
Após o banho, Alissa foi envolvida em toalhas brancas e macias, enquanto o aroma de lavanda ainda pairava no ar. Seu corpo estava limpo, mas sua mente seguia inquieta. Mariana a guiou até a chaise longue ao lado do biombo, onde as servas já se apressavam em entrar uma a uma, carregando vestidos dos mais diversos estilos e cores.
— Trouxemos as opções que a senhora pediu, — disse uma das costureiras com um sorriso tímido. — E também algumas sugestões... feitas especialmente para esta noite.
Vestidos de seda, cetim, tule, bordados com pedras preciosas e fios dourados. Modelos com saias volumosas, cinturas marcadas, decotes suaves, capas longas e mangas rendadas. Azuis, vermelhos, dourados, marfim. Uma verdadeira chuva de elegância.
— “Tenho mesmo que usar algo tão... imenso?” — murmurou, suspirando enquanto encarava mais um modelo volumoso, repleto de bordados exagerados e cristais pendurados.
— “Claro que sim, Vossa Alteza. O rei deseja que esteja impecável.” — respondeu Mariana, sua serva pessoal. Ela era a única que a tratava com um resquício de ternura. A única que parecia se importar de verdade.
De longe, Helena observava como uma sombra silenciosa. Sempre presente. Sempre rígida.
Sempre fria.
— “Claro... meu avô quer me exibir como uma joia de vitrine para os nobres." — Alissa disse baixinho, fitando o céu cinzento além da grande janela do quarto.
Ela se pegou pensando em Oliver.
Será que ele também está preso em obrigações? Será que está bem?
— “Vossa Alteza... e este aqui?” — perguntou Mariana, com um brilho tímido nos olhos. Em suas mãos, ela carregava um vestido azul royal, mais simples, mas elegante e deslumbrante. Tinha o mesmo tom profundo do céu ao entardecer, e um leve brilho, como a poeira das estrelas.
Alissa ficou encantada.
O vestido não era um exagero como os outros. Era... dela. Um vestido Azul-royal surgiu, simples e ao mesmo tempo majestoso. O tecido fluía como a brisa de inverno, leve como luz. Detalhes em dourado bordavam as mangas e o centro do vestido, formando desenhos delicados como constelações. O corte delineava a cintura de maneira elegante, e a saia longa, sem volume excessivo, parecia deslizar pelo chão como névoa.
— “Este é perfeito.” — disse com um sorriso discreto, tocando o tecido leve com os dedos. Era brilhante, quase como os seus olhos de estrela.
Pelo menos nisso, seu avô não interferiu. Ela pôde escolher o que queria vestir. Uma pequena vitória.
Por fora, parecia calma.
Por dentro... um furacão. O coração batia descompassado.
“E se eu tropeçar?”
“E se minha magia escapar?”
“E se... ninguém me aceitar?”
Foi quando Mariana se aproximou com um toque gentil no ombro de Alissa.
— “Não se preocupe. Oli estará lá.” — disse com um sorriso terno, que lembrava calor de mãe.
Alissa abaixou os olhos, com um nó na garganta.
Mariana.
Mãe de Oliver. A mulher que a alimentava nos dias em que o rei permitia. Que a vestia com cuidado. Que lhe dava palavras suaves quando o mundo parecia cruel.
Alissa a via como algo mais.
Uma mãe que ela nunca teve.
“Será que minha mãe sorriria assim para mim?”
“Será que meu pai me pegaria no colo?”
Seu avô nunca falava deles. E quando falava... era com desprezo.
Principalmente ao mencionar seu pai.
Ela apertou os dedos com força.
Por que tanto ódio? O que meu pai fez para ser apagado da minha vida…?
Do lado de fora, o vento uivava.
A noite estava chegando.
E com ela, o destino da Estrela da Nação começaria a brilhar — mesmo que, para isso, ela tivesse que enfrentar a escuridão.
***Faça o download do NovelToon para desfrutar de uma experiência de leitura melhor!***
Atualizado até capítulo 44
Comments
Yue Sid
Amei o começo! 😃
2025-07-14
1