Domínik entrou na clínica com a determinação estampada no rosto, acompanhado pelos agentes que imediatamente começaram a vasculhar o local com intensidade. Cada sala, cada corredor, cada armário era cuidadosamente revistado enquanto buscavam por qualquer sinal de Nicholas e Mike. O silêncio pesado era quebrado apenas pelo som dos passos apressados e o murmúrio dos agentes coordenando a busca, sabendo que o tempo era crucial para encontrá-los antes que fosse tarde demais.Domínik desceu as escadas do porão com o coração acelerado, sentindo um frio subir pela espinha à medida que se aproximava da origem de um som constante e ameaçador — o bip agudo de monitores cardíacos. Ao empurrar a porta entreaberta, parou por um instante, horrorizado com a cena à sua frente. Nicholas estava sobre uma maca, inconsciente, seu rosto pálido e banhado em suor. Seu peito estava parcialmente aberto, exposto sob a luz fria da sala, enquanto um homem de jaleco, de costas, manipulava ferramentas cirúrgicas com precisão cirúrgica, prestes a alcançar o coração. Ao lado, numa segunda maca, uma garota jazia imóvel, conectada por tubos que drenavam seu sangue diretamente para Nicholas, mantendo-o vivo apenas tempo suficiente para a extração. O cheiro de sangue e antisséptico enchia o ar. Domínik sentiu a raiva explodir em seu peito — ele não permitiria que aquilo continuasse.Ao perceber a presença de Domínik, o homem congelou por um segundo, os olhos arregalados, antes de largar as ferramentas ensanguentadas e sair correndo em direção a uma porta lateral. "CHAMEM OS PARAMÉDICOS AGORA! ELE ESTÁ VIVO AINDA!", Domínik gritou para os agentes que chegavam logo atrás, apontando para Nicholas e a garota conectada a ele. Sem perder tempo, sacou a arma e disparou atrás do assassino, que corria pelos corredores estreitos da clínica subterrânea, esbarrando em macas, derrubando bandejas metálicas no caminho numa tentativa desesperada de escapar. A respiração de Domínik era pesada, mas seus olhos estavam fixos no alvo — aquele homem não ia sair impune.
Domínik alcançou o homem no final do corredor e o derrubou contra a parede com um ombro firme, fazendo as ferramentas no bolso dele caírem no chão metálico com um tilintar agudo. O homem reagiu com fúria, virando-se e desferindo socos descoordenados enquanto tentava escapar do aperto de Domínik. A luta foi rápida, brutal — o assassino pegou um bisturi caído e, num movimento desesperado, cravou a lâmina afiada no abdômen de Domínik. O agente soltou um gemido abafado de dor, cambaleando um passo para trás com o sangue já manchando a camisa. Mas mesmo ferido, ele não recuou — o olhar firme de quem já havia sobrevivido ao pior acendeu-se novamente, e com um impulso de pura raiva e instinto, Domínik avançou sobre o homem com força redobrada. Ele não ia permitir que mais uma vida fosse tirada.
Com os olhos ardendo de dor e a respiração pesada, Domínik ignorou o bisturi cravado em seu abdômen e avançou como uma tempestade viva. O homem tentou recuar, mas Domínik o agarrou pelos ombros e o lançou contra a parede com força suficiente para fazê-lo perder o ar. Com um rugido gutural, Domínik arrancou o bisturi do próprio corpo, sangue escorrendo pela lâmina, e o usou como arma. Empurrou o assassino contra a maca vazia, imobilizando-o, e desferiu golpes precisos e brutais — um, dois, três — até que o bisturi atravessasse sua garganta, silenciando-o para sempre. O sangue jorrou quente, respingando no rosto e na roupa de Domínik, que o observou cair sem resistência, o corpo escorregando lentamente até o chão. Ofegante, trêmulo e ainda de pé, Domínik soltou a arma ensanguentada e cambaleou para trás, os olhos voltando-se para a porta do porão, onde vidas ainda pendiam por um fio. Não havia tempo para sentir dor — Nicholas ainda respirava.
Cambaleando, com uma das mãos pressionando o ferimento e o sangue ainda escorrendo por entre os dedos, Domínik retornou ao porão com os passos trôpegos, mas determinados. Quando chegou à sala, viu os paramédicos retirando Nicholas da maca com extremo cuidado, enquanto outros agentes desligavam os tubos que o ligavam à garota — ambos ainda vivos, mas em estado crítico. Antes que pudesse se aproximar, seu celular vibrou no bolso. Atendeu ofegante.
— Domínik? — era Ribas do outro lado da linha, tenso. — Uma mulher batendo com as descrições que você deu... foi vista no terminal 3. Está prestes a embarcar para Tóquio.
Os olhos de Domínik se arregalaram.
— Melissa Dunbar... — murmurou com raiva contida, antes de virar-se e sair correndo do prédio, a dor ignorada pela urgência.
Minutos depois, chegou ao aeroporto ainda ensanguentado, a camisa encharcada e o olhar selvagem. Vasculhou o saguão até que a viu — tentando se esconder atrás de uma pilastra, os cabelos presos de forma improvisada, óculos escuros, passaporte falso em mãos.
— MELISSA DUNBAR! — sua voz ecoou como um trovão. Ela virou-se de súbito, assustada, e tentou fugir, mas Domínik foi mais rápido. Com um movimento certeiro, algemou-a contra o vidro da sala de embarque, ignorando os olhares ao redor. — Você vai pagar por cada vida que tentou destruir.
Os agentes chegaram em seguida e a levaram sob custódia, enquanto Domínik permanecia parado ali, ofegante, o olhar cravado nela como uma sentença.
Depois de prender Melissa, Domínik e os agentes continuaram a procura desesperada pelo pequeno Mike, cada minuto parecia uma eternidade. Enquanto vasculhavam os corredores movimentados, Domínik ouviu um som tênue, quase abafado — um choro frágil vindo do banheiro feminino. O coração dele disparou. Sem hesitar, correu até lá e entrou apressado, os olhos varrendo o ambiente até que algo chamou sua atenção: no canto, dentro de uma lixeira, estava o bebê de apenas dois dias, enrolado em um cobertor sujo, tremendo e chorando baixinho. Domínik se agachou imediatamente, tirando o bebê dali com cuidado, embalando-o nos braços. Com a voz rouca, sussurrou:
— Papai chegou, Mike. Tudo vai ficar bem agora.
O choro começou a diminuir enquanto o pequeno se aconchegava, e naquele momento, Domínik sentiu uma chama de esperança reacender em meio ao caos.
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Atualizado até capítulo 82
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