Domínik se aproximou do doutor Lee com a expressão tensa e o olhar firme, pressionando a pasta contra o peito como se cada segundo perdido fosse vital. "Quero agora a identidade completa de todos os médicos que estavam de plantão nas últimas vinte e quatro horas", ordenou em um tom baixo, porém ameaçador. "Vamos comparar com as imagens das câmeras de segurança — alguém ali dentro traiu a nossa confiança, e eu não vou descansar até saber quem foi." O doutor Lee hesitou por um instante, surpreso com a urgência, mas ao ver a determinação sombria nos olhos de Domínik, assentiu rapidamente e saiu em direção ao arquivo.
Depois de horas vasculhando fichas, cruzando horários e analisando atentamente as imagens da câmera de segurança ao lado de Domínik, o doutor Lee empalideceu de repente, seus olhos fixos em uma das gravações congeladas na tela. "Meu Deus... eu conheço esse homem", murmurou com a voz trêmula. Domínik se virou de imediato, seu corpo inteiro em alerta. "Quem é ele?", exigiu. Lee engoliu em seco antes de responder: "Joseph Petit. Foi contratado recentemente como cirurgião. Veio com ótimas recomendações, mas... agora vejo que algo estava errado desde o início." Domínik cerrou os punhos, o sangue fervendo de raiva. "Ele estava lá dentro... e saiu com Nicholas nos braços. Prepare tudo, vamos expor esse maldito."
Sem perder tempo, Domínik arrancou da ficha o endereço cadastrado de Joseph Petit e jogou o papel sobre a mesa. "Bloqueiem todos os acessos. Quero todos os metrôs, aeroportos e até o porto fechados imediatamente. Ninguém entra, ninguém sai!", gritou, pegando o telefone de linha segura e acionando diretamente a central de operações. "Mandem equipes para todos esses pontos. Procurem por uma mulher com um bebê recém-nascido nos braços... e também por um garoto de aproximadamente dezessete anos. Eles podem estar juntos ou separados, mas são prioridade absoluta." Seus olhos ardiam de fúria e desespero. "E mandem isso agora para a Interpol. Se ele cruzar a fronteira, quero alertas internacionais, mandados em cada canto do planeta. Façam tudo, revirem o mundo se for preciso — eu vou salvar Nicholas e o pequeno Mike. Nem que pra isso eu precise mover o inferno inteiro."
Ainda com o telefone na mão, Domínik se virou bruscamente para o doutor Lee, a respiração acelerada. "Ele trabalha em mais algum lugar? Você ouviu algo, qualquer coisa?" Lee hesitou por um instante, a testa franzida enquanto tentava se lembrar. "Sim... sim, ele comentou algo uma vez, por alto. Disse que atendia também numa clínica particular. Uma de cirurgia plástica." Domínik avançou um passo, impaciente. "Onde?" O médico puxou o celular do bolso, vasculhou mensagens antigas até encontrar o que procurava. "Aqui — St. Marlow Aesthetic Center, em SoHo. Fica na Spring Street, número 281. Ele disse que só atendia pacientes seletos lá." Domínik pegou o endereço com rapidez, já repassando-o para os agentes no viva-voz. "Quero uma equipe completa cercando a clínica agora. Se ele estiver lá... ou se deixou qualquer rastro, vamos encontrar. Nicholas e Mike não podem esperar nem mais um segundo."
Antes de partir para a caçada, Domínik respirou fundo e se obrigou a tomar um rumo diferente por um instante. Seus passos o levaram apressados até a ala neonatal do hospital, onde Sally ainda se recuperava, exausta, mas firme, com um brilho de esperança nos olhos. Ao vê-lo entrar, ela se endireitou na cama. “Alguma notícia?”, perguntou com a voz fraca, mas ansiosa. Domínik se aproximou e segurou sua mão com ternura, beijando-a na testa. “Vamos encontrar o Nicholas e o Mike, eu prometo. Estou movendo tudo o que posso.” Em seguida, ele a acompanhou até a janela do berçário. Lá estavam Luke e Jack, dormindo nas incubadoras lado a lado, tão pequenos e frágeis que seu coração apertou no peito. Ele encostou a mão no vidro, os olhos marejando, e sussurrou para si mesmo: “Eu vou proteger vocês… todos vocês. Nem que isso me custe tudo.” Depois, se voltou para Sally, apertou sua mão mais uma vez e disse com firmeza: “Fique forte. Agora vou atrás deles.” E partiu, com o nome de Joseph Petit queimando em sua mente como um alvo a ser abatido.Ao sair do hospital, Domínik entrou no carro já esperando no estacionamento, com dois agentes no banco da frente. A porta mal havia se fechado e ele já ordenava: “Para SoHo. Spring Street, 281. A clínica de Joseph Petit.” O motorista acelerou imediatamente, cortando o trânsito de Nova York com sirenes discretas ligadas. Dentro do carro, Domínik revisava as imagens das câmeras no tablet, o rosto sério, os olhos cheios de tensão contida. Cada segundo parecia um peso sobre seu peito. Ele pensava em Nicholas, em Mike, no medo estampado nos olhos deles — e isso era combustível suficiente para incendiar o mundo, se fosse preciso. Quando finalmente chegaram ao endereço, a fachada discreta do St. Marlow Aesthetic Center apareceu à frente, escondida entre butiques e cafés elegantes. A equipe tática já cercava o quarteirão. Domínik desceu do carro com firmeza, a arma fria sob o casaco e o coração fervendo. “Entrem em silêncio. Quero tudo varrido. Se ele estiver aqui, hoje é o fim da linha.”
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Atualizado até capítulo 91
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