Entre Sombras e Corações
— Mel (narrando): Oi, eu sou a Melissa. Mas quase todo mundo me chama de Mel. Tenho 18 anos, olhos verdes, cabelo loiro escuro cacheado, pele parda e quase sempre um sorriso no rosto — mesmo quando o mundo parece estar desmoronando.
Sou tranquila, empática, esportiva, um pouco brincalhona… e talvez, só talvez… um pouquinho iludida.
Mas isso vocês vão entender melhor com o tempo. Tem coisa que só o coração da gente explica.
— Manu (interrompendo com risada): Iludida é pouco, mana! Já devia colocar esse título no RG.
Oi, gente! Eu sou a Manuela, conhecida como Manu. Tenho 18 também. Irmã de coração da Mel. A gente se conhece desde... a maternidade, literalmente. Três dias de diferença entre nós e uma vida inteira grudadas.
— Henri (com um sorriso tímido): Salve, turma. Henrique aqui — mas pode me chamar de Henri. Tenho 22 anos.
Sou mais na minha, direto e reto… mas também romântico, zoeiro com quem é meu, e tímido quando importa.
Tenho olhos castanhos claros, pele parda, cabelo castanho ondulado, boca carnuda e 1,80m de altura.
E… sim, eu tô nessa história também.
— Matheus (ajeitando o fone no pescoço): Matheus. 23 anos.
Sou focado, centrado, calmo… observador.
Cabelo cacheado, olhos pretos, barba rala e uma calma que engana — porque o que se passa aqui dentro… é outra história.
E sim, vocês vão ouvir muito meu nome.
**
4 anos atrás
Aos 14, minha mãe parecia ter uma missão secreta: me transformar numa versão mirim da Daiane dos Santos, da Marta, e da Joanna Maranhão tudo junto.
— Lúcia (com voz animada): Vamos, Melissa! Tem treino de basquete às 15h e depois jiu-jitsu às 18h!
— Mel (resmungando enquanto colocava a joelheira): Mãe… você sabe que hoje era dia de ping-pong, né?
— Lúcia: Troquei, ué! O técnico de jiu-jitsu elogiou seu desempenho, não vamos desperdiçar o talento!
Desde futebol até natação, eu experimentei de tudo. Confesso que ganhei umas medalhinhas, chorei em derrotas e, às vezes, desejei só… parar.
Mas tinha um esporte que era meu cantinho seguro: o vôlei.
Não porque eu sonhava em ser profissional, mas porque... era leve.
Sem cobrança. Só prazer.
— Mel (pensando enquanto segurava a bola): Será que ela quer mesmo o meu bem… ou só não quer me ver parada?
**
Em paralelo à minha vida de quase atleta, tinha um lugar que era meu esconderijo secreto: o clube onde minha mãe fazia natação.
Enquanto ela se jogava na piscina e saía contando braçadas como se estivesse competindo no Pan, eu ficava num banco de madeira, com um livro no colo, fone no ouvido e a cabeça longe.
Ou melhor… prestando atenção em tudo.
Eu observava. Como uma fotógrafa silenciosa de cenas cotidianas.
Imaginava histórias pra cada pessoa que passava. Inventava nomes, vidas, dramas, romances.
E foi num desses dias que eu vi ele.
**
Um menino.
Sozinho. Dentro da piscina.
A água batia na altura do peito.
O rosto dele era sério. Sério demais pra idade.
Moreno. Cabelo grudado na testa. Os olhos… vagando.
Enquanto as crianças corriam, gritavam, brincavam com boias coloridas, ele só... existia.
Sem sorrir.
Sem interagir.
Quase como se o mundo ao redor fosse em outro idioma.
— Mel (pensando): “Que estranho… ele tá tão fora do mundo.”
Fechei o livro no colo e fiquei só observando.
Por alguns minutos, ele ficou ali parado, com os braços cruzados no peito, encarando a própria sombra na água.
— Mel (murmurando pra mim mesma): Tá parecendo até cena de filme triste.
De repente, não sei por que, me levantei.
Sério… nem entendi o que me deu.
Curiosidade, talvez.
Ou aquela vontade boba de saber o que se passa dentro de alguém que parece carregar o mundo nas costas.
Fui até a borda da piscina, meio sem pensar.
— Mel (timidamente): Oi… tudo bem?
Ele virou o rosto devagar, como se só estivesse percebendo minha presença naquele instante.
Me olhou nos olhos. Um olhar que era um universo.
Calmo. Distante. Misterioso.
— Garoto (curto): Tudo.
E então… virou de costas e mergulhou.
Fiquei plantada ali, com o som das bolhas ainda estourando no ar, entre o choque e a vontade de rir.
— Mel (sussurrando): "Uau… simpático que só ele."
Voltei pro meu banco e fiquei observando enquanto ele nadava.
Seus movimentos eram serenos.
Cada braçada parecia tirar um peso invisível dos ombros dele.
E eu ali… completamente fisgada pela curiosidade.
— Mel (pensando): “Será que ele vem sempre? Será que é novo aqui? Por que ele tá sempre sozinho?”
Fiquei montando mil histórias na cabeça — talvez um garoto que perdeu alguém, ou que só gostava de silêncio, ou que era tímido demais…
Ou talvez, simplesmente, um capítulo esperando para ser escrito.
Ele terminou a volta na piscina, saiu da água devagar, pegou uma toalha e… foi embora.
Sem olhar pra trás.
— Mel (narrando): E mal sabia ele que tinha deixado uma observadora atrás dele… com a cabeça a mil.
**
— Lúcia (saindo da piscina, empolgada): Filhaaa, você viu a minha virada olímpica? Tô pronta pra Tóquio!
— Mel (rindo): Vi, sim. Vai com calma, Michael Phelps.
— Lúcia: Ficou entediada aí esperando?
— Mel: Não… fiquei observando.
— Lúcia: Observando o quê?
— Mel (dando de ombros): As pessoas.
Teve um menino na piscina. Tava sozinho. Estranho, quieto.
— Lúcia (rindo): Ih, lá vem você com as histórias. Já tá criando enredo, né? Vai escrever romance com esse menino aí também?
— Mel: Não é romance. É só… curioso. Ele tava diferente.
— Lúcia: Você vê demais, filha. Isso é da tua alma de escritora. Mas tudo bem… continua vendo. Vai que vira um bom livro.
Voltei pra casa com aquela imagem grudada na memória.
Um menino quieto.
Um mergulho sem despedida.
E uma impressão que não me largava.
**
Anos depois, quando reencontrei aquele olhar…
Quando ouvi a mesma voz dizendo meu nome…
Eu soube.
Aquela tarde no clube não foi só uma lembrança aleatória da infância.
Foi o início.
De uma história.
Da minha história.
E daquele que, sem saber…
já tinha mergulhado fundo em mim.
Oiê gente, tudo bem com vocês?
só passando para desejar uma boa leitura, e divirtam-se.
aliás essa história é baseada em fatos reais que aconteceram comigo, espero de coração que gostem.
Se gostarem da história, não esqueçam de votar, seguir e compartilhar beijoss...
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Atualizado até capítulo 34
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