Lorena não voltou para o apartamento dele nos dias seguintes.
Evitou seus olhares no escritório. Ignorou as mensagens. Pediu a outros colegas que a substituíssem em reuniões onde ele estaria. Fechou-se como uma muralha, tentando apagar da mente o que havia descoberto... e o que havia sentido.
Mas o corpo dela não esquecia.
Toda noite, quando deitava na cama, era como se os dedos dele ainda percorressem sua pele. Como se o gosto dele ainda estivesse na sua boca. Como se o som dos gemidos ecoasse na memória, como uma droga que o corpo implorava em silêncio.
Na sexta-feira, ela ficou até tarde no trabalho. O escritório estava vazio, exceto pelas luzes da cidade piscando do lado de fora. Ela tentava revisar um processo, mas lia a mesma linha pela décima vez quando ouviu a porta da sala abrir.
E então o ar mudou.
Era ele.
— Achei que a rainha do controle ia me evitar por mais tempo — Caio disse, entrando devagar, as mãos no bolso, o olhar escuro como uma tempestade.
Lorena se levantou, o sangue fervendo.
— Você mentiu pra mim.
— Nunca te prometi nada.
— Mas me fez confiar. Me fez... me entregar. E agora sei que você manipula julgamentos como quem troca de camisa!
— E mesmo assim, você treme quando me vê. — Ele deu mais um passo. — Tá com raiva, Lorena? Ótimo. Fica mais linda assim.
— Vai pro inferno, Caio.
Ela tentou passar por ele, mas ele a segurou pelo braço, sem força, apenas o suficiente para impedi-la de sair.
— Você pode me odiar, pode me xingar, mas não pode fingir que não quer isso de novo. — Ele a puxou para perto, o rosto tão próximo que ela sentiu sua respiração.
— Eu odeio você — ela sussurrou, mas a voz falhou.
— Então me odeia com o corpo.
E antes que ela pudesse responder, ele a beijou.
Não foi um beijo doce. Foi brutal. Foi um choque de raiva e desejo, de tudo o que eles estavam tentando reprimir. Ela o empurrou contra a parede da sala, rasgando a camisa dele com as unhas, os corpos colidindo como uma tempestade prestes a explodir.
— Você é um desgraçado — ela arfou, quando ele a ergueu, sentando-a sobre a mesa de reuniões, afastando os papéis com um único gesto.
— Mas sou o único que te faz gemer desse jeito.
Ele levantou a saia dela, puxando a calcinha para o lado. Ela cravou as unhas em seus ombros quando ele a penetrou de uma vez, profundo e urgente. O som dos corpos se chocando ecoava pela sala vazia. As mãos dele apertavam suas coxas com força, e os olhos se mantinham presos nos dela.
Não havia mais espaço para mentiras ali.
Só desejo cru, furioso, verdadeiro.
Quando ela gozou, gritando o nome dele mais uma vez, tudo ao redor desapareceu. Só restava a escuridão, o prazer, e aquela conexão que, por mais errada que fosse, parecia impossível de quebrar.
Após alguns minutos, ainda ofegantes, ele encostou a testa na dela.
— Me odeia ainda?
Ela fechou os olhos. A resposta era sim. E não.
Porque o que sentia por ele ia além da raiva.
Era um abismo onde ela já havia caído. E não queria ser salva.
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Atualizado até capítulo 37
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