capítulo 2

O sol mal começava a nascer, tingindo de laranja os prédios da cidade, quando Lorena abriu os olhos. O lençol leve escorregava por seu corpo nu, e o calor da madrugada ainda pairava no ar. Ao seu lado, Caio dormia de bruços, a respiração calma, os músculos relaxados, como se nada no mundo pudesse tocá-lo.

Ela se sentou lentamente, os dedos deslizando pelas próprias coxas ainda marcadas pelos toques dele. Não se lembrava da última vez que alguém a fizera perder o controle daquela forma — intensa, selvagem, quase bruta — e ao mesmo tempo tão precisa. Ele sabia exatamente onde tocar, como olhar, o que dizer.

Mas o que mais a intrigava era o silêncio dele.

Caio era um homem de poucas palavras. Um mistério com cheiro de perigo e gosto de tentação.

Ela se levantou, vestindo apenas a camisa dele. Caminhou pela sala moderna, observando os detalhes. Tudo ali era minimalista, elegante... e impessoal. Nenhuma foto. Nenhuma pista de quem ele realmente era. Apenas uma garrafa de uísque caro pela metade e uma arma guardada no fundo de uma gaveta destrancada.

Lorena parou. O coração acelerou um pouco. Advogada criminalista que era, ela já havia visto de tudo. Mas uma arma ali, tão acessível, indicava que Caio não era apenas um sócio novo no escritório.

Ele tinha segredos.

— Procurando algo? — a voz dele cortou o silêncio, rouca, ainda preguiçosa pelo sono.

Ela se virou, surpresa, mas manteve a pose. Ele estava encostado na porta, apenas com a calça do pijama, o peito nu e o cabelo bagunçado de um jeito quase indecente. Os olhos semicerrados brilhavam com malícia.

— Só conhecendo melhor o homem com quem dormi — ela respondeu, com um leve sorriso.

— Dormiu? — ele arqueou uma sobrancelha, se aproximando devagar. — Achei que tivesse se perdido em mim.

Lorena sentiu o calor subir pelas coxas outra vez. Ele a envolveu por trás, beijando seu ombro, deslizando as mãos sob a camisa que ela vestia.

— Tem certeza que quer saber quem eu sou, Lorena? — ele sussurrou em seu ouvido. — Porque eu posso mostrar... mas pode não ser o que você espera.

Ela virou-se de frente para ele, encarando-o com firmeza.

— Eu aguento mais do que você imagina.

Ele sorriu. Um sorriso de alguém que sabia o efeito que causava. Um aviso. Uma promessa.

— Então vai ter que seguir minhas regras — disse, puxando-a pela cintura com firmeza.

Ela gemeu baixinho quando ele a ergueu com facilidade, sentando-a sobre o balcão da cozinha, afastando-lhe as pernas com o joelho. A camisa deslizou por seus ombros, revelando novamente sua pele nua. Os olhos de Caio estavam famintos.

— Primeira regra — ele murmurou, mordiscando o lóbulo da orelha dela. — Nada de se apaixonar.

— Segunda — ela respondeu, arranhando o peito dele com as unhas. — Nada de promessas.

— Terceira... — ele deslizou os dedos entre suas pernas, arrancando um gemido — ...sem piedade.

A respiração dela falhou. Ele a tomou ali mesmo, contra o mármore gelado, a cidade acordando lá fora sem saber que, entre aquelas quatro paredes, dois corpos queimavam como se o mundo fosse acabar naquela manhã.

Mas enquanto os dois se entregavam ao prazer, um celular vibrou esquecido sobre a mesa. Uma notificação apareceu na tela.

"Caio Montenegro: relatório final do caso Martins entregue. O juiz aceitou o suborno. Missão encerrada."

Lorena, no calor do momento, não viu.

Mas quando descobrisse, o jogo entre eles mudaria.

E talvez, o desejo se tornasse guerra.

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