Capítulo 5 — Tudo Tem um Preço

Narração: Dante

Depois que ela adormeceu sobre meu peito, fiquei observando o teto escuro, contando os segundos até o inferno começar.

Porque ele viria. E eu sabia disso.

Isabella não era qualquer mulher. Era uma bomba-relógio com sobrenome marcado em sangue. Eu a sequestrei, a fodi, a fiz gozar até esquecer quem era… mas não podia esquecer quem ela era.

Eu levantei da cama devagar, puxando o lençol sobre o corpo dela. Estava linda dormindo, com os cabelos espalhados no travesseiro, as pernas entrelaçadas. Tão minha... e ao mesmo tempo, tão inalcançável.

Fui até a sala ao lado e peguei o celular queimado. Só usado pra emergência.

Três mensagens.

Uma delas era o que eu temia:

“Movimentação no porto. Os Moretti estão agindo. Achamos um infiltrado.”

Merda.

Bati o punho na parede.

Acordei Lorenzo naquela noite, três anos atrás. Foi minha culpa ele ter saído. Minha culpa ele ter morrido. E agora... estava repetindo o mesmo erro com Isabella.

Mas o problema é que eu não conseguia mais pensar só com a cabeça.

Voltei para o quarto.

Ela estava acordada, me olhando com os olhos semicerrados.

— Você vai embora? — murmurou.

— Não. Mas a sua família está procurando por você.

Ela respirou fundo, e sentou na cama, abraçando os joelhos.

— Era questão de tempo.

— Você quer voltar?

— Eu não sei. — Ela abaixou a cabeça. — Pela lógica, sim. Mas meu corpo ainda tá pulsando por você, Dante. Eu não consigo pensar direito.

Me aproximei e sentei ao lado dela. Peguei seu rosto com as duas mãos e a obriguei a me olhar.

— Eu nunca menti pra você. Isso começou como vingança, sim. Mas agora... se alguém tentar te arrancar de mim, vai sair em pedaços.

Ela mordeu o lábio, hesitando.

— Meu pai é capaz de tudo. Inclusive me matar se achar que eu o traí.

— Então que tente.

— Você fala como se fosse imortal.

— Eu não sou. Mas quando o sangue ferve, eu luto até o fim.

Ela sorriu de leve. Um sorriso triste.

— Você é louco.

— Sou. E você também. Por isso combinamos tanto.

Na manhã seguinte, tudo explodiu.

Giovanni, meu braço direito, arrombou a porta do quarto sem aviso.

— Dante, temos um problema. Um dos nossos foi encontrado morto. Cortado, com uma rosa negra na boca.

— Moretti? — perguntei, tenso.

— Sim. Mensagem clara. Eles sabem onde estamos.

Isabella ficou pálida. — Meu pai manda rosas negras como assinatura quando quer declarar guerra.

— Ele tá declarando, então. — respondi.

Ela se levantou. — Você tem que me deixar falar com ele. Se eu me mostrar viva, talvez ele recue.

— E se ele mandar atirar mesmo assim?

— Ele nunca faria isso.

— Tem certeza?

Ela hesitou. E foi aí que entendeu o que eu já sabia: Paolo Moretti não tinha mais limites.

— Me leva até ele. Deixa que eu resolvo. — Ela olhou firme pra mim. — Eu sou uma Moretti, lembra? Eu sei dançar nesse campo minado.

Respirei fundo. Eu não confiava em ninguém. Mas confiava nela. E isso... isso podia ser o meu fim.

— Vai ser com escolta. E eu quero um rifle apontado pro coração do seu pai. Se ele tentar algo, eu atiro primeiro.

Ela assentiu. — Justo.

A reunião aconteceu num galpão antigo no porto de Gênova.

Isabella foi na frente, comigo ao lado. Dois dos meus homens atrás. O lugar cheirava a ferrugem e gasolina. As paredes úmidas pareciam sussurrar promessas de morte.

Paolo Moretti já nos esperava.

Alto. Cabelos grisalhos bem penteados. Terno preto impecável. Olhos como gelo. Ele era o próprio poder, o próprio veneno.

— Bella. — Ele abriu os braços, mas ela não se moveu.

— Não estou aqui pra abraço, papà.

— Você está bem?

— Sim.

— Ele te machucou?

— Não.

Silêncio. Ele olhou pra mim com desprezo.

— Vai pagar caro por isso, Ricci.

— Ela veio por vontade própria.

— Você acha que isso me impede de te matar?

— Acha que não previ isso? Metade da sua equipe está sendo vigiada agora. Um passo em falso e a cabeça de cada um vai cair.

Paolo sorriu, cínico.

— Você se apaixonou pela minha filha?

— Isso não é da sua conta. Mas se tentar tirar ela de mim, eu declaro guerra.

Ele olhou pra Isabella.

— E você? Vai abandonar sua família por um Ricci?

Ela ficou em silêncio. Respirando fundo.

— Não. — respondeu. — Mas também não vou viver como prisioneira. Nem dele, nem sua. Eu escolho o meu caminho agora. E se esse caminho for Dante… então que seja.

O silêncio pesou como chumbo.

E então Paolo riu. Riu de verdade. Um riso seco, sem alma.

— Então que o inferno comece.

Na volta pro esconderijo, Isabella estava muda.

Quando chegamos, fechei a porta atrás de nós e a puxei com força pra mim. Nossos corpos se colaram. Nossas respirações estavam quentes, aceleradas. Era medo, raiva, desejo.

Ela me beijou com força, e eu sabia: estávamos entrando num jogo onde o amor podia ser a maior arma… ou a sentença de morte.

Continua…

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