Capítulo 4 —
“O mais letal dos movimentos é aquele feito sem aviso, no momento em que todos acreditam estar seguros.”
— Fragmento atribuído a Francis Underwood
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A reunião com o professor Arthur Van Doren fora tudo o que Tereza esperava — e mais. A discussão avançada sobre sistemas constitucionais foi apenas o pano de fundo para o verdadeiro duelo: um embate sutil de inteligências, onde elogios vinham disfarçados de provocação e convites carregavam intenções ocultas.
Quando deixou a sala do professor, os corredores já estavam menos movimentados. O blazer bege acompanhava seu caminhar fluido, e seus saltos batiam no mármore como uma trilha sonora precisa. Ela havia vencido — e sabia disso. Mas não comemorava. Jogadores não vibram por cada movimento. Eles aguardam o xeque-mate.
Tereza seguiu até a biblioteca. Precisava revisar alguns casos do sistema britânico para um ensaio que pretendia entregar ainda naquela semana. No entanto, antes mesmo de alcançar a escadaria, sentiu um olhar.
Não um olhar qualquer. Um que queimava, mesmo sem intensidade. Alexander Van Doren estava recostado junto à balaustrada do segundo andar. Usava um suéter azul-petróleo sob o blazer, e os olhos acinzentados, naquele instante, estavam cravados nela.
Apenas por um segundo.
Mas ela percebeu.
Tereza não disse nada. Não alterou o passo. Apenas passou — em silêncio. E naquele breve instante, sem qualquer palavra trocada, algo entre os dois se definiu.
Um campo de batalha invisível.
Uma admissão silenciosa de força.
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Já dentro da biblioteca, Tereza escolheu uma mesa próxima à janela e organizou os papéis em perfeita simetria. Estava prestes a começar quando uma voz masculina e luminosa irrompeu o ambiente:
— Fernandez, não é? Soube que você deixou a princesa Celeste com um sorriso rachado no coquetel ontem. Isso é quase uma façanha diplomática.
Ela levantou os olhos devagar. À sua frente, Nolan Elijah Hayes — moreno, sorriso insolente, aquele tipo raro de beleza carismática que parece feita sob medida para os holofotes.
— E você é?
— Nolan. Nolan Hayes. Sou amigo do Alex — disse com um tom que misturava orgulho e leveza, como quem se desculpa por isso.
Tereza arqueou uma sobrancelha.
— Ah… o ursinho. — disse com um sarcasmo elegante, sua voz veludo com espinhos.
Nolan gargalhou, de forma tão espontânea que alguns estudantes se viraram.
— Gostei de você.
— Claro que gostou. Todos os homens aqui parecem gostar. — disse ela, voltando aos papéis. — Mas isso me diz mais sobre vocês… do que sobre mim.
— Touche. — murmurou ele, rendido, e sentou-se ao lado dela. — Mas confesso: estou curioso. Não pelo vestido ou pela sua entrada dramática. Mas porque você… parece jogar um jogo que os outros ainda nem sabem que começou.
— Talvez porque começou muito antes de eu chegar — respondeu ela, com um sorriso contido. — E talvez eu esteja prestes a dar um xeque-mate.
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Foi nesse momento que o destino tropeçou propositalmente em sua mesa.
Uma loira — expressão doce demais, sorriso treinado — aproximou-se, esbarrando de forma convenientemente desajeitada. O café de Nolan virou, espalhando-se sobre os papéis impecavelmente organizados de Tereza.
— Ai, me desculpa! — disse a garota com falsa surpresa. — Essas folhas não pareciam importantes, né?
O silêncio que se seguiu foi tenso. Mas Tereza não reagiu com raiva. Não piscou. Não arregalou os olhos.
Apenas pegou um lenço de seda branco e começou a secar as folhas. Com calma. Com graça. Com uma precisão cirúrgica.
— Está tudo bem — disse, a voz baixa, mas firme. — Eu sempre trago uma segunda cópia…
e uma memória afiada.
Ergueu o olhar e pousou-o sobre a loira, como quem analisa uma estátua mal esculpida.
— Você, pelo visto, só trouxe o salto.
O murmúrio entre os estudantes próximos foi imediato — abafado, cúmplice, quase admirado.
Então, com a folha inutilizada ainda úmida nas mãos, Tereza a transformou em uma esfera perfeita de papel, sem sequer olhar para trás.
Jogou-a por sobre o ombro.
Acertou a lixeira em cheio.
Um momento de silêncio. Reverência silenciosa.
Nolan soltou um riso curto, impressionado.
— Isso foi… cruel. E absolutamente magnífico.
Tereza recolheu os papéis ainda válidos, ajeitou o cabelo com um gesto breve, e ergueu-se.
— Estou apenas sendo o que esperam de mim.
Uma ameaça bem-vestida.
Com boa dicção.
E saiu.
Sem olhar para trás.
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Nolan ficou parado, observando sua silhueta desaparecer entre as estantes. Um leve assobio escapou de seus lábios, entre a surpresa e o encantamento
Do outro lado da biblioteca, Alexander Van Doren ainda a observava.Mas, pela primeira vez em anos, o herdeiro relutante da família Van Doren — aquele que herdaria tudo, não por direito de nascença, mas por escolha do irmão que abdicou — não tinha certeza se estava diante de uma ameaça…
… ou de algo capaz de desmontar seu mundo por dentro.
Conhecendo o Nolan
Nolan Elijah Hayes
🗓 Idade:
24 anos
🌍 Nacionalidade:
Estadunidense com ascendência latina e irlandesa
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👁️ Aparência Física:
• Cabelos: Castanhos escuros, levemente ondulados, sempre penteados para o lado com aquele ar de “acordei lindo e não fiz esforço”. Tem fios rebeldes que caem na testa e parecem parte do charme.
• Olhos: Castanhos intensos, quase âmbar, com brilho malicioso e calor sutil. São olhos que conversam antes da boca abrir — e seduzem mesmo quando fingem não querer.
• Pele: Tom oliva, levemente bronzeado, com aparência saudável e vibrante.
• Altura: 1,83m
• Corpo: Atlético, com músculos definidos sem exagero. Tem o físico de quem surfa de manhã e joga squash à noite.
• Traços faciais: Mandíbula marcada, sorriso largo e encantador, dentes brancos perfeitamente alinhados. Seu rosto tem aquela beleza que equilibra o arrogante e o adorável — um verdadeiro perigo social.
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👔 Estilo e Estética:
• Vestuário: Elegante, mas despojado. Gosta de camisas abertas no colarinho, suéteres em tons terrosos e calças de alfaiataria com tênis de grife. Diferente de Alexander, Nolan não parece vestir o poder — ele brinca com ele.
• Perfume imaginário: Um toque cítrico com fundo amadeirado e especiarias — refrescante, mas inesquecível.
• Postura: Relaxada, charmosa, envolvente. Ele entra nos ambientes como se já soubesse que vai ser o centro — mas sempre com humor e carisma, nunca com arrogância pura.
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🎭 Personalidade:
• Extrovertido e provocador: Nolan fala com todos, ri com facilidade, e sabe se adaptar a qualquer círculo. É o típico “amigo de todos” — até que alguém se torne ameaça.
• Brilhante e irônico: É extremamente inteligente, especialmente em oratória e argumentação. Prefere o sarcasmo refinado às confrontações diretas.
• Sensível ao ambiente: Apesar do jeito brincalhão, Nolan percebe tensões e sabe quando usar leveza ou silêncio como arma.
• Romântico disfarçado: Finge não se importar, mas se entrega com intensidade quando sente algo verdadeiro — e, com Tereza, o escudo já está começando a trincar.
✨ Frase que o define:
“Se o mundo é um palco, eu prefiro improvisar com charme do que seguir o roteiro dos poderosos.”
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🏛️ Origem e Família:
• Filho do famoso casal Dr. Adrian Hayes e Lara Fuentes-Hayes, donos de um dos maiores escritórios de advocacia criminal de Los Angeles. Cresceu entre tribunais, câmeras de TV e jantares de gala.
• Apesar da pressão da fama familiar, Nolan escolheu estudar em Beaumont para “ter liberdade de ser quem é” — mas carrega o fardo invisível de sempre ter que brilhar.
• Fala espanhol fluentemente (graças à mãe latina) e cita Neruda nos flertes, só para ver o efeito nas mulheres.
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💥 Contradições:
• Sorri para todos, mas confia em poucos.
• Parece não levar nada a sério, mas se magoa mais do que admite.
• Vive sob a sombra do brilho de Alexander — mas esconde uma ambição silenciosa de finalmente ser o protagonista de sua própria história.
• Diz que Tereza é “divertida”, mas já sonha com ela sem querer admitir.
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💎 Símbolos e Estética:
• Cor simbólica: Dourado queimado — vibrante, quente, difícil de ignorar.
• Flor simbólica: Hibisco — beleza solar, mas com pétalas que murcham rápido se não forem cuidadas.
• Elemento: Fogo — envolvente, charmoso, às vezes incontrolável.
• Animal simbólico: Raposa — esperta, encantadora, escapa das armadilhas com leveza.
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🤝 Relações-Chave:
• Alexander Van Doren: Melhor amigo desde os 13 anos. Rival silencioso em tudo que importa — especialmente onde o coração está envolvido. Alex é gelo. Nolan é calor. E Tereza está exatamente no meio.
• Tereza Fernandez: Obsessão sutil. Ele a deseja, mas também a admira. E no fundo… teme que ela seja a única capaz de ver além de sua máscara encantadora.
• Celeste Davenport: Tolerância fria. Ela o despreza por sua falta de sangue azul; ele a ignora por achar tudo nela “ensaiado demais”.
Conhecendo o Julien
💼 Julien Moreau – O herdeiro que ninguém controla
Idade: 23 anos
Curso: Direito Internacional com ênfase em diplomacia e inteligência política
Origem: Genebra, Suíça 🇨🇭
Línguas: Francês (nativo), inglês, alemão e italiano fluentes
Signo: Escorpião ♏
Status: Herdeiro direto do Groupe Moreau Internationale, um conglomerado bancário com atuação em 27 países
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🧊 A presença dele antecede sua chegada
Julien não precisa levantar a voz.
Ele não disputa por atenção — ele a atrai com o silêncio. Sua presença tem algo de magnético e perigoso, como se todos sentissem, instintivamente, que há algo escondido por trás daquele sorriso elegante e olhar penetrante.
Seus passos são calculados, sua fala, pausada, e seus gestos… sempre elegantes demais para serem inocentes.
Ele é o tipo de homem que você observa antes mesmo de saber por quê.
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😈 A beleza do veneno bem embalado
• Olhos: Cinzentos, com tons que variam entre gelo e aço, dependendo da luz e do humor. Quando fixa o olhar em alguém, é como se desmontasse defesas sem pedir licença.
• Cabelos: Castanho escuro, cortados curtos nas laterais e um pouco mais longos no topo, sempre penteados com leveza — nada nele parece forçado.
• Rosto: Traços clássicos, mandíbula definida, lábios bem desenhados e um leve toque de ironia no canto da boca, como se sempre soubesse mais do que os outros.
• Altura: 1,88m
• Corpo: Atlético e discreto. Ele não exibe — ele surpreende.
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🧠 Intelecto afiado como navalha
Julien é o tipo de estudante que não precisa falar muito para vencer um debate.
Ele escuta mais do que fala, e quando fala, derruba certezas com uma frase.
É conhecido por ter contatos diretos com figuras políticas reais, ser convidado para reuniões fora da universidade e já ter auxiliado estrategicamente acordos bilaterais por meio de sua família.
Ele lê Maquiavel com prazer. Cita Sade com ironia. E recita Baudelaire quando está entediado.
📚 Livros preferidos:
“O Príncipe” – Maquiavel
“O Estrangeiro” – Albert Camus
“Os Sofrimentos do Jovem Werther” – Goethe
“Memórias de Adriano” – Marguerite Yourcenar
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🥀 Perigosamente sedutor
Julien nunca insiste.
Ele oferece.
E deixa o outro escolher. Mas quem recusa, fica marcado.
Seu charme é diferente de Alexander ou Nolan. Não é construído no carisma, nem na arrogância. É feito de mistério, de sugestões, de gestos quase invisíveis que seduzem sem pedir permissão.
As garotas de Beaumont falam dele em sussurros. Algumas dizem que ele já esteve noivo de uma princesa do Leste Europeu. Outras juram que ele recusou uma vaga no Parlamento Juvenil da ONU por “falta de desafio”.
Mas ninguém sabe exatamente o que é verdade — e é assim que ele gosta.
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🐍 O tipo de aliado que pode virar rei ou cobra
Julien não joga o mesmo jogo que Alexander ou Celeste. Ele está acima das disputas escolares.
Mas quando encontra alguém que vale o jogo — como Tereza — ele desce do trono para jogar.
E quando ele joga… é pra ganhar.
Ao ver Tereza, ele não viu apenas beleza.
Viu potencial.
Viu ameaça.
Viu espelho.
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Atualizado até capítulo 39
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