Danças Sem Música

Capítulo 3 —

“Toda aproximação é um cálculo. Toda hesitação, uma vantagem. Quem domina o tempo, domina o outro.”

— Fragmento atribuído a Madame Moreau

————•

A manhã amanhecia úmida e silenciosa em Beaumont. O orvalho ainda repousava sobre os gramados esmeraldinos, e os primeiros estudantes atravessavam os corredores como peças de xadrez sendo reposicionadas. O jogo havia começado — e poucos sabiam que já estavam sendo manipulados.

Na cafeteria principal do campus, Nolan estava encostado no balcão, mexendo distraidamente o café com uma colher. Seu sorriso habitual estava ali, mas seus olhos pareciam procurar algo — ou alguém.

— Esperando por mim? — disse Tereza, surgindo por trás com um tom morno e despretensioso.

Nolan se virou com um brilho nos olhos.

— Achei que teria que usar armadilhas mais sofisticadas para fisgar sua atenção. Mas se veio por vontade própria, já estou vencendo.

Tereza sorriu, mas era um sorriso de controle, não de entrega.

— Nunca subestime uma mulher que escolhe onde pisa. Eu só volto onde vejo utilidade.

— E onde você vê utilidade em mim?

Ela se aproximou o suficiente para que ele sentisse o perfume — discreto, mas memorável.

— Você é carisma em estado bruto. Acessível. Exuberante. Querido por todos. Um elo com o lado “solar” da elite. Eu, por outro lado, sou a sombra em que a luz teme tropeçar.

— E quer que eu brilhe por você?

— Não. Quero que ilumine o que desejo que vejam.

Ele gargalhou, mas algo dentro dele soube: ela não brincava. Era sedução, mas não pela conquista — era estratégia.

— Você sempre fala em códigos?

— Eu sempre falo em camadas. O mundo só presta atenção na superfície. Eu, não.

Mais tarde, no corredor da ala Leste, Celeste passava cercada de duas colegas, os cabelos perfeitamente alinhados e o olhar mais afiado do que seus saltos Louboutin. Ao avistar Nolan e Tereza conversando próximos às janelas, reduziu o passo.

— Ela está se aproximando dele — disse uma das colegas.

— Claro que está. É o mais fácil do tabuleiro. O bobo que pensa ser rei.

— E o Alexander?

Celeste apertou levemente a clutch de couro.

— Esse… é mais difícil de manipular. O problema é que ela sabe disso.

Na aula seguinte, Direito Constitucional com o professor Arthur Van Doren, o ambiente parecia diferente. O irmão mais velho de Alexander era conhecido por sua rigidez e ironia seca. Mas quando os olhos dele cruzaram com os de Tereza ao entrar, houve algo que nem ele conseguiu esconder: curiosidade disfarçada de vigilância.

— Senhores e senhoras, Direito Constitucional não é um amontoado de leis — disse ele ao começar — mas sim uma construção de poder. E onde há poder, há sempre alguém querendo tomá-lo.

Tereza não desviou o olhar. Arthur percebeu.

— Senhorita…?

— Fernandez.

— Excelente. Senhorita Fernandez, diga-me: o que é o poder, juridicamente falando?

— O poder, professor, é a capacidade de manter as aparências enquanto se manipula os bastidores. O Direito apenas o legaliza.

Arthur arqueou uma sobrancelha.

— Uma visão… pragmática. Diria até, perigosa.

— A verdade costuma ser.

O silêncio que se seguiu foi denso. Arthur caminhou lentamente até a frente da mesa.

— A senhorita acaba de sintetizar toda a essência de Montesquieu com a frieza de Maquiavel. — E então, sorriu. — Continue assim, ou vai acabar lecionando no meu lugar.

Ao final da aula, Arthur recolheu os materiais, mas deixou um bilhete sobre a carteira de Tereza. Breve. Preciso.

“Convido-a para o grupo avançado de debates jurídicos. Se aceitar, nos encontraremos na biblioteca esta sexta. A.V.D.”

Tereza leu, dobrou o papel e o guardou na bolsa. Sem pressa. Sem surpresa.

Do alto da escadaria do bloco central, Celeste observava tudo com olhos semicerrados. O mundo que sempre dominou parecia, pela primeira vez, estar fugindo das mãos. Alexander havia se tornado mais introspectivo. Nolan estava orbitando em torno da nova ameaça. E Arthur — sempre tão intocável — havia rompido o protocolo.

— A sombra chegou — murmurou Celeste para si mesma. — E está tomando forma.

Naquela noite, Tereza permaneceu acordada até tarde no quarto reservado aos bolsistas da ala internacional. Diante do espelho, tirou o brinco com delicadeza e sorriu para o próprio reflexo.

A beleza era sua armadura.

A inteligência, sua lâmina.

Mas era o silêncio… que ela usava para matar.

Conhecendo Alexander

Nome completo:

Alexander Henry Van Doren III

🗓 Idade:

25 anos

🌍 Nacionalidade:

Estadunidense, com ascendência holandesa, britânica e francesa

👁️ Aparência Física:

• Cabelos: Castanho-escuros, levemente ondulados, sempre penteados para trás ou com um ar propositalmente desalinhado — como se tivesse acabado de sair de uma reunião internacional ou de um editorial de moda.

• Olhos: Azuis profundos, quase cinzentos. De expressão firme, intensa, e ao mesmo tempo melancólica. São olhos que analisam, e raramente revelam.

• Pele: Clara, com um leve bronzeado natural, como quem frequenta campos de golfe em finais de semana restritos.

• Altura: 1,86m

• Corpo: Elegante e atlético, definido, mas não musculoso em excesso. Ombros largos, porte imponente.

• Traços: Maxilar bem definido, nariz reto, lábios finos, sorriso raro — mas quando aparece, derruba impérios. Sua beleza não é óbvia, é magnética.

🎩 Estilo e Estética:

• Vestuário: Ternos sob medida de alfaiataria italiana (Tom Ford, Ermenegildo Zegna), camisas claras e bem cortadas, sempre com um toque de sobriedade elegante. Quando informal, adota suéteres de cashmere, blazers de linho e mocassins refinados.

• Perfume imaginário: Notas de âmbar, tabaco e couro com toques de bergamota — sofisticado e inesquecível.

• Postura: Retilínea, calculada. Anda com segurança e fala com precisão. Nunca usa mais palavras do que o necessário.

🧠 Personalidade:

• Reservado e enigmático: Alexander aprendeu cedo que mostrar demais é dar munição ao mundo. Ele prefere observar antes de agir.

• Altamente inteligente: Especialista em direito internacional e negociações. Nunca reage por impulso — ele lê pessoas como contratos.

• Frio na superfície: Mas quem chega perto percebe: há algo ferido, não curado.

• Sutilmente rebelde: Criado para ser o sucessor perfeito, mas carrega um incômodo silencioso com a farsa da elite.

• Moral ambígua: Tem um código próprio, que pode ir contra as aparências familiares. É o tipo que destrói um império para salvar uma única pessoa — se essa pessoa fizer sentido para ele.

• Sarcasmo elegante: Seu senso de humor é fino, cortante, e raramente acessível.

✨ Frase que o define:

“Sou educado demais para destruir em público. Mas não espere clemência no silêncio.”

🏰 Origem e Família:

• Família: Filho de Henry Van Doren II, um magnata financeiro que controla bancos internacionais e tem influência em cortes judiciais.

• Mãe: Eleanor Marchand-Van Doren, herdeira de uma casa de joias francesa e embaixadora da Unesco.

• Criado entre mansões, protocolos, armas e tratados, Alexander fala cinco idiomas, toca piano clássico e pratica esgrima desde os sete anos.

• Estudou em internatos britânicos e suíços, com educação de elite e acesso às estruturas de poder global.

🎯 Ambições e Dilemas:

• Responsável por legado: Sabe que seu destino é comandar, herdar, e manter a linhagem — mas questiona se isso o define.

• Busca autenticidade: Mesmo cercado por luxo e promessas, Alexander deseja algo real. Talvez seja isso que o intriga em Tereza.

• Rejeita falsidade: Odeia convenções vazias — inclusive o relacionamento forçado com Celeste.

• Tem um passado obscuro: Rumores de um escândalo na Europa envolvendo uma jovem de origem humilde e uma renúncia emocional que o marcou profundamente.

⚖️ Contradições:

• Pode parecer frio, mas se entrega de forma devastadora quando ama.

• Deseja liberdade, mas se vê preso na jaula dourada do nome Van Doren.

• Enxerga Tereza como uma ameaça… e como uma possível salvação.

• Odeia jogos — mas é mestre em jogá-los.

🤝 Relações-Chave:

• Celeste Davenport: Noiva política. Bela, estratégica, ideal aos olhos da elite. Mas entre eles não há mais fogo — apenas gelo, tensão e obrigações. Celeste o chama de “ursinho” como uma tentativa infantil de marcar território. Ele tolera, mas despreza.

• Tereza Fernandez: Uma incógnita. Ele não a entende, e isso o fascina. Sua inteligência o desafia, sua ousadia o provoca. É a primeira mulher que não o trata como herdeiro, mas como alvo.

• Lazaro Montenegro: Meio aliado, meio rival. Ambos se respeitam intelectualmente, mas têm visões opostas de poder.

🧬 Símbolos e Estética:

• Cor simbólica: Azul-petróleo — profundo, frio, misterioso.

• Flor simbólica: Cipreste — nobre, imponente, silencioso.

• Elemento: Ar — invisível, cortante, vital.

• Animal simbólico: Lobo cinzento — reservado, inteligente, alfa sem alarde.

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