Capítulo 2 — Ecos de uma Rainha Silenciosa
“Algumas mulheres entram em uma sala e acendem luzes. Outras desligam o mundo.”
— Clarice Lispector (fragmento adaptado)
A alvorada de segunda-feira repousava sobre os pátios de pedra da Universidade Beaumont como um véu de veludo dourado. Entre os arcos neoclássicos e colunas hercúleas, o tempo parecia dobrar-se diante da história. Era a primeira manhã oficial do semestre, mas os sussurros que preenchiam os corredores já falavam de impérios e ameaças — e o nome mais repetido era um só.
Tereza Maria Fernandez Castillo.
Na sala 203 da ala de Direito, não era a professora quem capturava a atenção dos alunos. Era ela. Sentada na terceira fileira, com a coluna reta, o conjunto bege cortado com perfeição milimétrica delineando sua figura, e um caderno de anotações abertas com caligrafia imaculada. Ela escrevia com a mesma frieza com que outros declaram guerra.
A cada olhar disfarçado, uma tensão velada crescia. Ela era o tipo de mulher que despertava mais perguntas do que respostas — e isso a tornava perigosa.
Nos fundos da sala, Celeste Amélia Davenport Langford adentrou como quem retorna a um trono. Os saltos ecoaram como decretos, e seu vestido creme, simples e milionário, não precisava provar nada. Mas bastou ver Tereza para que sua expressão endurecesse.
— Que surpresa ver você aqui, Celeste — comentou uma colega, com falsa naturalidade.
— Meu pai diz que até uma rainha deve conhecer as leis do reino que governa — respondeu, com um sorriso que não tocava os olhos.
E então, como um presságio, a porta se abriu novamente.
Alexander Henry Van Doren III.
O herdeiro dos Van Doren caminhava com a precisão de quem foi moldado para liderar desde o berço. Terno claro, suéter de cashmere, e um olhar que parecia atravessar paredes. Ao cruzar o olhar com Tereza, houve um segundo em que o tempo hesitou.
Ela não desviou.
Ele também não.
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A biblioteca central era um santuário de silêncio e inteligência. E era ali que Tereza florescia. Os dedos passeavam pelas lombadas dos livros como quem escolhe confidências. Rousseau. Locke. Montesquieu. Os verdadeiros tronos do poder estavam entrelinhas, e ela sabia disso.
Foi então que Nolan Elijah Hayes surgiu, sorrindo como se o mundo fosse fácil.
— Café? — disse, pousando uma xícara diante dela sem convite. — Não queria interromper sua aura enigmática, mas… você realmente está dominando esse lugar.
Ela ergueu os olhos, estudando-o como quem analisa uma obra de arte sem assinatura.
— O que quer em troca? — perguntou, sem afeto, mas com um leve traço de ironia.
— Um nome, talvez. Ou uma dança intelectual.
— Tereza. E danço melhor com palavras do que com pés.
Nolan sorriu, mas foi interrompido por uma cena ensaiada: uma loira esbarrou propositalmente na mesa, derrubando parte do conteúdo da bolsa ao chão.
— Ai! Que desastre — disse, em um tom tão artificial quanto as mechas do cabelo. — Me desculpa, foi sem querer…
Tereza se abaixou com calma, recolheu um de seus livros e, ao devolver o olhar, cravou:
— É natural tropeçar quando se caminha sem propósito… ou sem espinha.
Nolan sufocou o riso. A loira se afastou ferida em silêncio.
— Você é mais afiada do que elegante. E olha que ser elegante já era um exagero — comentou ele, fascinado.
— Só corto quando preciso. E sempre com precisão cirúrgica.
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Do outro lado do campus, no jardim da ala Leste, Celeste observava tudo. Ao seu lado, Alexander permanecia em silêncio. Mas os olhos dele estavam voltados para a biblioteca.
— Ela não é como nós — disse Celeste, tensa. — É uma intrusa. Uma sobrevivente. E você sabe o que acontece quando deixamos um lobo entrar no salão.
Alexander respondeu com um desdém sutil:
— Às vezes, o lobo não quer atacar. Só observar a hipocrisia das ovelhas.
— Vai se deixar enfeitiçar por ela também?
Ele virou o rosto lentamente, sem sorrir.
— Eu não me deixo. Eu escolho. — E se afastou, deixando Celeste com o silêncio que mais odiava: o da dúvida.
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À noite, quando os pórticos de Beaumont projetavam sombras longas sobre os jardins vazios, Tereza caminhava sozinha. Seus saltos tocavam a pedra com a segurança de quem já conhecia o final da história.
Ela sabia: ainda era vista como uma nota dissonante entre os acordes aristocráticos daquele mundo. Mas havia uma diferença entre pertencer… e dominar.
E Tereza não desejava pertencimento.
Ela desejava o trono.
E, no fundo, Beaumont já começava a se curvar.
Conhecendo Celeste
Nome completo:
Celeste Amélia Davenport Langford
🗓 Idade:
22 anos
🌍 Nacionalidade:
Estadunidense, com ascendência britânica e francesa
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👁️ Aparência Física:
• Cabelos: Longos, lisos, loiro platina com um leve brilho dourado . Impecavelmente escovados, sempre soltos ou presos em coques clássicos com precisão cirúrgica.
• Olhos: Azuis-acinzentados, quase translúcidos. São frios, analíticos e julgadores — como se tudo fosse medido e classificado ao olhar.
• Pele: Claríssima, com acabamento impecável, como porcelana antiga. Nunca bronzeada.
• Altura: 1,75m
• Corpo: Alta, magra, postura impecável e andar elegante, como uma modelo de passarela treinada por tradição, não por vaidade.
• Traços faciais: Delicados, simétricos. Lábios finos, nariz reto, queixo marcado. Sua beleza é aristocrática e distante.
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💎 Estilo e Estética:
• Estilo pessoal: Alta-costura discreta. Peças de marcas como Chanel, Dior e Carolina Herrera. Sempre em tons frios: branco, azul-marinho, cinza-pérola, bege.
• Maquiagem: Minimalista e clássica. Batons nude ou rosados, delineado fino, pele de porcelana. Nunca ousada, nunca comum.
• Acessórios: Discretos e caros — brincos de pérola, broches de família, relógios suíços.
• Perfume imaginário: Uma fragrância limpa, floral e gélida, como jasmim com notas de gelo e almíscar branco.
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🧠 Personalidade:
• Fria e racional: Celeste nunca se exalta. Quando se vinga, é com elegância, precisão e sorriso.
• Orgulhosa: Sabe de onde veio e acredita que pertence ao topo. Qualquer ameaça é tratada como insolência.
• Educada até a crueldade: Suas ofensas são sempre elegantes, suas palavras venenosas vêm revestidas de gentileza.
• Invejosa em silêncio: Jamais admitiria invejar alguém, mas algo em Tereza a incomoda — profundamente.
• Altamente competitiva: Foi criada para vencer. Nunca aprendeu a perder — e isso a torna perigosa.
• Carismática e influente: Sabe como brilhar em público, como conquistar plateias e manipular opiniões sem parecer forçada.
✨ Frase que a define:
“O mundo já é meu. Mas se alguém ousar tocá-lo… eu o transformo em cinzas.”
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🏰 Família e Origem:
• Pai: William Davenport, diplomata e ex-ministro da Justiça.
• Mãe: Madeleine Langford, socialite francesa, descendente de duques europeus.
• Criada em internatos suíços, fluente em francês, latim e italiano. Tocava piano e fazia equitação antes dos 10 anos.
• Cresceu cercada por criadas, governantas e regras invisíveis. Nunca se sentiu amada, mas foi moldada para reinar.
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🎯 Objetivos e Ambições:
• Manter o nome Davenport no topo: Celeste acredita que tem a responsabilidade de proteger o legado da família.
• Casar com Alexander Van Doren: Mais do que amor, é uma união estratégica entre duas dinastias.
• Destruir qualquer ameaça silenciosa: Ela não tolera ser desafiada — e Tereza, com sua beleza e inteligência, é uma afronta que precisa ser eliminada.
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⚖️ Contradições e Fragilidades:
• Teme ser substituída, mas jamais admitiria. Sua beleza e posição foram sempre garantias de sucesso — até Tereza surgir.
• Não sabe como lidar com o “popular” — cresceu entre elites, e o carisma genuíno de Tereza a incomoda.
• Ama Alexander de forma sufocada, mas jamais se permitiria mostrar fraqueza.
• Tem momentos de solidão profunda, mas afoga isso em perfeição.
🤝 Relações-Chave:
• Alexander Van Doren (noivo): Relação construída com base em aparências. Ela quer mantê-lo — por amor, orgulho e política.
• Tereza Fernandez (rival): Tudo o que Celeste despreza… e teme. É o oposto dela, mas ocupa os espaços que antes eram só seus.
• Lazaro Montenegro: A única pessoa que a confronta sem medo. Têm uma relação ambígua, quase incestuosa, de poder e provocação.
• Madame Moreau: A respeita, mas percebe que nunca será uma mente livre. Moreau prefere Tereza, e isso a fere.
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🧬 Símbolos e Significados:
• Flor simbólica: Lírio branco — pureza aparente, veneno oculto.
• Animal simbólico: Cisne — gracioso, mas territorial e agressivo se ameaçado.
• Cor simbólica: Azul-gelo — distante, aristocrática, fria.
• Elemento simbólico: Gelo — bonito, intocado, perigoso quando quebra.
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Atualizado até capítulo 39
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