Entre Vinhos e Diamantes

Entre Vinhos e Diamantes

O Retorno à Valença

Paris, França:

A mansão Bittencourt de Valença parecia ainda maior sob o céu cinzento que ameaçava chuva. Suas colunas brancas, perfeitamente simétricas, erguiam-se como sentinelas de um passado poderoso — um lar que nunca foi apenas um lar. Era império, símbolo e palco de decisões que moldavam mais que destinos familiares: moldavam reputações.

Catarina parou no alto da escadaria de mármore, observando os carros pretos deslizando pelo pátio interno com precisão coreografada. Vestia um longo azul-marinho de cetim que se movia com o vento — o mesmo vento que carregava a tensão invisível das reuniões familiares. Há três dias havia retornado de Paris, mas só agora compreendia que o verdadeiro reencontro estava prestes a acontecer.

E então, ele surgiu.

Thomás.

O homem que conhecia aquela mansão tanto quanto ela. O melhor amigo da infância, o cúmplice das noites silenciosas na biblioteca, o herdeiro da tradicional família Montenegro de Bragança — e o único que sabia exatamente onde tocar para desestabilizá-la.

Desceu do carro com a elegância natural de quem já nasceu sendo observado. Terno escuro impecável, relógio de herança no pulso, um meio sorriso contido nos lábios. Quando seus olhos azuis marinhos encontraram os de Catarina, o tempo hesitou — como se reconhecesse o que estava prestes a despertar.

— Catarina. — disse ele, com a voz baixa, carregada de formalidade medida.

— Thomás. — ela respondeu, com igual frieza.

O silêncio que seguiu não era vazio, mas cheio. Denso. Um espaço entre palavras que guardava tudo aquilo que nunca disseram.

— Então é hoje? — ele perguntou, subindo os degraus lentamente.

— Sim. O contrato será assinado logo após o jantar. — respondeu, ajeitando a pulseira de diamantes herdada da avó. — Nossos pais querem champanhe francês. E fotos. Muitas fotos.

— Natural. Imagem é tudo. — Thomás sorriu com leveza venenosa. — Assim como manter aparências.

Ela o encarou com aquela calma que há anos aprendera a usar como couraça.

— E você continua um mestre em esconder o que sente com frases bonitas. Parabéns.

Ele deu mais um passo, e o ar entre eles mudou. Cortante. Quase elétrico.

— E você segue afiada como sempre. Ferir com classe é sua especialidade. — murmurou, mais próximo. — Só me pergunto quantas máscaras ainda cabem nessa casa… antes que alguma delas finalmente quebre.

Catarina não piscou.

— Que vença a mais bem esculpida, Thomás.

E então passou por ele, deixando seu perfume amadeirado e uma tensão impossível de ignorar. Ele permaneceu imóvel, assistindo à silhueta da mulher que conhecia desde os sete anos — e que agora parecia um enigma impossível de decifrar.

Naquela noite, o jantar começaria com sorrisos ensaiados, velas acesas e taças erguidas.

Mas algo já havia sido aceso ali.

E não era a lareira da sala principal.

Protagonista Principal

Nome completo: Catarina Bittencourt de Valença

Catarina é o tipo de mulher que aos seus 23 anos já silencia uma sala com a própria presença. Não por extravagância, mas pelo peso invisível de sua postura, de seu nome, e do olhar que parece sempre saber mais do que deveria.

Ela tem 1,75 de altura, corpo esguio e elegante, com curvas delicadas e extremamente bem vestidas. Caminha como quem cresceu em corredores de mármore — reto, controlado, impecável. Cada passo é medido, cada gesto calculado, mas sem parecer mecânico. Catarina não força charme — ela é o charme.

Os cabelos são castanho-escuros com reflexos dourados nas pontas, resultado de luzes finamente feitas que brilham sutilmente à luz do sol. Costuma usá-los soltos com ondas clássicas ou presos em coques baixos e sofisticados quando em compromissos formais.

Os olhos são verde-esmeralda, penetrantes, alertas. Sempre expressivos, mesmo quando o rosto permanece sereno. Quando ela encara, há algo de indecifrável — como se estivesse avaliando tudo ao mesmo tempo, inclusive você.

Sua pele é clara e luminosa, com um toque de rosado natural nas bochechas, típica de quem cresceu entre o clima europeu e o melhor skincare que o dinheiro pode pagar. O rosto é refinado, com maçãs do rosto marcadas, nariz fino e lábios bem definidos, que raramente entregam mais do que ela deseja.

No vestir, Catarina equilibra clássico e atual com maestria: conjuntos Chanel em tweed, vestidos Carolina Herrera sob medida, saltos Louboutin discretos, e joias antigas herdadas da família — especialmente um anel de esmeralda que pertenceu à sua bisavó.

Seu perfume tem notas de íris, âmbar e sândalo. Sofisticado, marcante, memorável como ela.

Catarina não é a mais barulhenta, nem a mais provocante da sala.

Mas é sempre a mulher que todos notam — e raramente esquecem.

Há beleza, sim. Mas também poder contido.

Como se você estivesse diante de algo que deve ser admirado… com cautela.

No próximo capítulo…

As taças tilintam sob aplausos contidos.

Os pais sorriem para as câmeras, selando o contrato com um aperto de mãos.

Mas no salão iluminado por velas, nem tudo reluz como ouro.

Há um nome não mencionado no documento.

Uma cláusula oculta.

E quando Thomás se aproxima de Catarina, sussurrando algo que ela não esperava ouvir, o mundo dela — tão cuidadosamente erguido — começa a inclinar-se perigosamente.

Porque toda aliança carrega um preço.

E o deles está prestes a ser cobrado.

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