Pôr do sol na Saída do Coliseu
O sol poente, velado por nuvens pesadas, lançava uma luz pálida sobre a saída do Coliseu Moderno. Famílias de todas as classes se aglomeravam nos portões, movidas por tensão e incerteza. Algumas, das classes média e baixa, trocavam olhares discretos, buscando alianças frágeis. Outras, mais cautelosas, mantinham-se nas bordas, planejando rotas seguras para fora da cidade. O ar carregava um silêncio opressivo, quebrado apenas pelo murmúrio das vozes e pelo som de passos apressados.
Karuara, ao lado de Nahgar, Prize, Zefalla, Billeyn, Malaéd, Vadashe, Yague, Chermy, Sazenac e Linkhin, observava a multidão com um peso no peito. Zefalla segurava a mão de Sazenac, que olhava ao redor com olhos curiosos, mas assustados. Linkhin, inquieto, sussurrava para Chermy: “Por que tá todo mundo tão quieto?” Chermy, com um sorriso forçado, respondeu: “Porque todos sabem que talvez não saiam vivos desse jogo.” Prize, com a mão no cabo da espada, mantinha-se alerta, enquanto Nahgar, à frente, analisava cada movimento ao redor. Os portões se abriram e todos começaram a sair, mas...
De repente, um som cortante rasgou o céu: "SIIIIIIUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU!!!" Uma sirene distorcida, como um rugido infernal, fez todos congelarem. Telas gigantes, espalhadas pela cidade, acenderam em vermelho, exibindo uma lista que se atualizava em tempo real:
- [X] Família Mouradê – Exterminada
- [X] Família Safera – Exterminada
- [X] Família Luhngue – Exterminada
- [X] Família Olverick – Exterminada
- [X] Família Dalkrem – Exterminada
- [X] Família Trezim – Exterminada
- [X] Família Juverta – Exterminada
Os nomes continuavam, todos de famílias das classes média e baixa. Um silêncio absoluto tomou conta. Zefalla cobriu a boca, chocada. Sazenac começou a chorar baixo, enquanto Chermy o abraçava com força. Linkhin, confuso, perguntou: “O que tá acontecendo?” Prize sacou a espada lentamente, os olhos estreitados. Nahgar virou-se devagar, o rosto endurecido.
Ao longe, uma visão aterrorizante: milhares de membros das famílias da elite e da classe alta marchavam em uníssono. Alguns montavam bestas mágicas, outros vestiam armaduras reluzentes com armas em chamas. Seus sorrisos eram frios, desprovidos de remorso. Não estavam ali para competir — estavam ali para caçar.
Nahgar (gritando):
“CORRAM! TODO MUNDO! CORRAM PELAS SUAS VIDAS!!”
Corrida pela Sobrevivência
A família Tamendê disparou em direção à mata mais próxima. Nahgar carregava a mãe nos braços, movendo-se com força e determinação. Karuara, ainda em choque, corria ao lado de Lugue e Malaéd, enquanto Vadashe criava distorções ópticas para despistar possíveis rastreadores. Zefalla conjurou uma chuva de borboletas elétricas, que crepitavam e atrasavam distraindo os perseguidores. Yague, com traços frenéticos em seu caderno, fez surgir uma parede de espinhos entre o grupo e os inimigos.
Prize (gritando):
“Ninguém se separa! Ninguém olha pra trás!”
Os sons da chacina ecoavam atrás: explosões, gritos e sirenes atualizando mortes em tempo real. O céu escurecia, como se o próprio mundo lamentasse o início de um massacre. Karuara tropeçou, mas Nahgar o puxou com força, o impedindo de cair, os olhos firmes.
Nahgar:
“Agora você entendeu, Karuara... Isso nunca foi um torneio.”
Fim de tarde na Cidade Central – Topo de uma Torre
Após horas de perseguição implacável, uma calmaria estranha pairava sobre a cidade. As famílias sobreviventes das classes média e baixa haviam se dispersado por matas, ruínas, favelas e esgotos, buscando refúgio. No topo de uma torre, um homem de cabelos grisalhos, envolto numa capa branca com detalhes dourados, observava a cena com um cálice de vinho escuro nas mãos. Ao seu redor, líderes de famílias da elite conversavam com frieza.
Homem Grisalho (sorrindo):
“Parem. Já deu. Se continuarmos agora, o jogo acaba antes do espetáculo começar.”
Mulher da Elite (entediada):
“Eles correm como ratos... Que graça tem se matamos todos de uma vez?”
Jovem da Elite (rindo):
“Deixem-os se esconder... se organizarem... talvez até criarem falsas esperanças.”
Homem Grisalho:
“Exato. Vamos caçá-los aos poucos. Uma família por vez. Eles têm que acreditar que têm chance. É isso que torna tudo mais saboroso.”
Noite na Floresta – Acampamento Improvisado
A família Tamendê montou um acampamento improvisado sob a proteção de árvores densas. Exaustos, todos tentavam manter a calma. Sazenac dormia no colo de Chermy. Zefalla tratava os ferimentos leves de Prize, que acabou sendo atingida por uma das borboletas de Zefalla. Karuara observava as estrelas entre os galhos, enquanto Nahgar permanecia de guarda, atento a qualquer som. Malaéd, afastada, afiava uma faca. Vadashe patrulhava os arredores, camuflado. Yague desenhava em silêncio, sob a luz fraca da fogueira.
Malaéd (baixo):
“Eles pararam... por quê?”
Nahgar (frio):
“Porque querem brincar mais. Não querem que a diversão acabe rápido. Isso nunca foi justiça... é só prazer doentio.”
Um telão flutuante no centro da cidade acendeu, exibindo em letras vermelhas:
“FAMÍLIAS ELIMINADAS: 43”
“Restam: 557”
A multidão assistia em silêncio. Alguns choravam, outros encaravam com ódio. Os ricos apenas sorriam.
Madrugada na Floresta Densa
Ramos quebravam sob passos apressados. Uma família de classe média corria entre as árvores, liderada por um pai robusto, mas ferido. Atrás, três membros de uma família da elite os perseguiam com calma, como caçadores em um safari. O pai caiu de joelhos, exausto, ao ouvir um assobio. Ele se virou, mas era tarde. O líder da família de elite atravessou seu peito com uma arma de energia pulsante.
Pai (voz fraca):
“Pra quê isso…? O que vocês ganham com isso…?”
O líder limpou a arma em silêncio. O filho mais velho dessa família da elite, com cabelos desgrenhados e olhos frios, aproximou-se.
Filho Mais Velho:
“Não interessa.”
Ele pisou no peito do homem, que caiu sem forças. A filha mais velha da família de classe média, assistindo horrorizada, e correu. Um golpe de lâmina energética voou em sua direção, mas ela se fragmentou em partículas cintilantes, reaparecendo metros à frente.
Pai da Elite (surpreso):
“Hmph… ela tem um poder interessante.”
A garota continuou correndo, sabendo que parar seria seu fim.
Madrugada no Acampamento – O Despertar de Karuara
Karuara se levantou do acampamento em silêncio, sob um céu encoberto por nuvens densas. Ele caminhou entre as árvores, imerso em pensamentos, quando um estalo de galho o fez congelar. Das sombras, um garoto da classe alta surgiu, com um sorriso sutil e olhos afiados.
Garoto (frio):
“Sozinho, hein...? Parece que a sorte sorriu pra mim.”
Karuara recuou, mas algo despertou dentro dele — algo antigo e profundo. Seus olhos brilharam com uma luz dourada e esbranquiçada. Um zumbido agudo ecoou ao redor do inimigo, e a floresta pareceu se distorcer. O garoto viu formas estranhas e ouviu vozes abafadas.
Garoto (confuso):
“O que... que negócio é esse…?”
Ele piscou. Karuara desapareceu. Piscou novamente. Karuara estava atrás dele, de costas, a cabeça baixa, os olhos apagando lentamente. Silêncio absoluto. O corpo do garoto tremeu, seus olhos ficaram brancos, e, com um estalo de luz branca, ele desapareceu, deixando apenas partículas luminosas se desfazendo no ar.
Karuara (baixo):
“Heiay…?”
Ele voltou ao acampamento em silêncio, os olhos carregando uma mudança irreversível.
Amanhecer na Clareira
A névoa matinal cobria o chão da clareira. A família Tamendê, exausta, permanecia alerta. Prize foi buscar água num riacho quando um vulto saltou de uma moita, atacando-a. Ela se esquivou e sacou a espada logo em seguida.
Prize (fria):
“Atacar sem saber quem é... ousadia ou burrice?”
A atacante, uma garota suja e ferida, tentou se manter firme. Prize contra-atacou, mas Billeyn criou um escudo psíquico entre elas.
Billeyn (entediado):
“Prize... ela nem parece da elite, dá um tempo.”
Prize recuou, desconfiada. A garota caiu de joelhos, exausta.
Garota:
“Vocês... não são da elite? Nem da classe alta?”
Billeyn (sarcástico):
“Minha fia, a gente tá dormindo no barro, coberto com folha de bananeira. Tu acha mesmo que a gente é classe alta? Se a gente fosse da elite, tu tava sem cabeça já.”
Prize guardou a espada. A garota se apresentou.
Garota:
“Meu nome é Neyla... da família Cassenet. Eles... foram mortos ontem. Eu corri a noite inteira.”
Nahgar, ao fundo, observou Neyla à distância.
Prize (resmungando):
“Tá, então temos mais um fardo pra carregar.”
Billeyn (rindo):
“Relaxa, vai ser divertido. Quanto mais gente, mais chances da elite se confundir antes de acertar a gente.”
Nahgar (baixo, para Billeyn):
“Ela pode ser útil... ou perigosa. Fica de olho.”
Billeyn:
“Tamo junto.”
A cena terminou com a câmera subindo pelas copas das árvores, revelando olhos distantes observando o grupo, sugerindo uma vigilância constante.
Fim do Capítulo 3
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Atualizado até capítulo 21
Comments
Dani M04 <3
Quando sai o próximo capítulo? 🤔
2025-06-21
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