A música seguia num ritmo lento e hipnotizante, como se conspirasse com o desejo crescente entre eles. O corpo de Leyla se encaixava ao de Rodrigo com uma naturalidade desconcertante, e os olhos de ambos se mantinham conectados, como se o mundo ao redor tivesse se dissolvido.
Rodrigo deslizou os dedos pelas costas dela, sentindo cada curva, cada arrepio. A roupa leve denunciava o calor da pele que parecia implorar por mais contato. Ela aproximou o rosto do dele, os lábios perigosamente próximos ao ouvido.
— Você sempre dança assim... ou é só comigo?
A voz de Leyla era um sussurro carregado de intenção, e Rodrigo sentiu o efeito imediato daquele timbre rouco e provocante.
— Só com quem me tira o ar, — ele respondeu, virando o rosto lentamente até que os lábios quase roçaram os dela.
Ela mordeu o canto do lábio, os olhos brilhando de ousadia.
— Então respira fundo... porque eu ainda nem comecei.
O sorriso que se formou nos lábios dele era puro desafio. Rodrigo sabia que estava entrando num território sem volta — e queria cada segundo daquilo.
— Vamos sair daqui?
A pergunta pairou entre eles com o mesmo peso da tensão que vibrava no ar. Leyla o olhou nos olhos, séria por um instante, como se calculasse o risco... e decidiu se jogar.
— Meu apartamento fica aqui perto. Se estiver pronto para esquecer do mundo por uma noite, vem comigo.
Rodrigo assentiu.
O apartamento estava silencioso, mas o ar entre eles fervia. Assim que Leyla fechou a porta, Rodrigo se encostou suavemente contra ela, com as mãos ao lado de seu rosto, dominando o espaço, mas sem tocá-la — ainda. Os olhos dele percorriam cada traço do rosto dela, como se memorizassem. Leyla não desviava o olhar. Sentia-se desafiada… e excitada.
Ele abaixou o rosto até perto da boca dela, e perguntou num tom grave, carregado de desejo:
— Você gosta de ser dominada?
Leyla mordeu o lábio inferior devagar, mantendo os olhos cravados nos dele. Havia algo felino em seu olhar. Uma mistura perfeita de provocação e entrega.
— Gosto… — disse, sua voz baixa, sedosa. — mas também gosto de dominar!
Fez uma pausa e, com um sorriso enviesado, acrescentou:
— Só que hoje… estou disposta a fazer tudo o que você mandar.
Rodrigo sorriu. Um sorriso cheio de intenção.
— Então tire a roupa. Devagar. Quero ver você se despir pra mim.
Ela obedeceu. Começou pelo zíper lateral do vestido, deixando-o escorregar pelos ombros até cair aos pés. O tecido deslizou pela pele como se tivesse sido feito para aquilo. Rodrigo deu um passo atrás para apreciar. Por baixo, Leyla usava uma lingerie preta rendada que moldava seu corpo como uma obra de arte.
— Isso é quase criminoso. — ele sussurrou, se aproximando, os dedos roçando na pele nua da cintura dela. — Você é um perigo que vale a pena correr.
Leyla se aproximou até que seus corpos se tocassem por completo, sentindo o volume sob a calça dele pressionar sua barriga.
— Então corre o risco, Mas corre direito...
Rodrigo não precisou de mais incentivo. Segurou-a pela nuca e a beijou com uma intensidade que arrancou um gemido abafado de Leyla. As mãos dele exploravam, deslizavam por cada curva do corpo dela com fome e reverência. Ele a ergueu com firmeza, fazendo-a envolver as pernas ao redor de sua cintura, e a levou até o sofá.
A deitou com cuidado, mas seus olhos diziam outra coisa: ele estava no controle agora.
Rodrigo ajoelhou-se entre as pernas dela e beijou sua barriga, desceu devagar, mordendo de leve o interior das coxas, até a borda da calcinha. Leyla arqueou o corpo, as mãos cravadas na almofada.
Ele a provocou, a língua brincando por cima do tecido rendado, depois puxando-o com os dentes, sem quebrar o contato visual.
— Não fecha as pernas pra mim. Nunca. — ele ordenou, voz baixa e firme.
Leyla obedeceu, arfando. Rodrigo então mergulhou entre suas pernas com maestria. A língua dele traçava caminhos firmes e suaves, alternando movimentos lentos e rápidos, intensos e circulares. Leyla gemia alto, o corpo se contorcendo sob os cuidados de um homem que parecia saber exatamente como levá-la à beira.
Ele a segurava pelas coxas, firme, mantendo-a aberta, vulnerável e completamente entregue. Quando os dedos dele a penetraram junto com a língua, ela explodiu, gritando o nome dele, que já queimava nela como se o conhecesse há muito tempo.
Rodrigo subiu o corpo sobre o dela, beijando-a com os lábios ainda molhados de seu prazer. Leyla o puxou para mais perto, e disse entre respirações irregulares:
— Me fode como se essa fosse a última noite da sua vida...
Ele riu, rouco, tirando a camisa com um só movimento. O abdômen definido, os ombros largos e braços fortes fizeram Leyla morder o lábio, admirada.
— Essa noite — ele murmurou ao pé do ouvido dela, enquanto descia a calça e a cueca — vai ser sua perdição.
Ela o sentiu se encaixar entre suas pernas e, antes de penetrá-la, Rodrigo segurou seu queixo e a fez olhar em seus olhos:
— Quero que você me sinta por horas. Que amanhã acorde com meu gosto na sua pele. Está pronta?
Leyla sorriu, ofegante, os olhos faiscando:
— Eu nasci pronta.
E então ele a possuiu com força, com ritmo, com desejo acumulado. Cada investida era um encontro brutal de vontades, os corpos chocando-se num embate de prazer e provocação. Gemidos preenchiam o quarto, os nomes trocados entre beijos e palavras sujas, mãos explorando, unhas cravando, dentes mordendo.
Era mais que sexo. Era desejo puro, cru, sem filtros.
Quando o clímax os atingiu juntos, era como se estivessem no centro de um incêndio. E nenhum dos dois queria apagar as chamas.
O sono não veio. Não naquela noite.
Depois do primeiro clímax, Leyla se deixou ficar deitada com ele no sofá por alguns minutos, o corpo ainda trêmulo, o peito subindo e descendo devagar. Rodrigo, por sua vez, a observava como quem contempla um incêndio: fascinado com a destruição e hipnotizado pela beleza do caos.
Mas a calmaria não durou.
Ele começou a beijá-la novamente, dessa vez com um toque mais lento, provocante. As mãos passeavam pela pele com a confiança de quem já conhecia cada curva, mas a fome de quem ainda queria desvendar todas as camadas.
Leyla sorriu contra a boca dele.
— De novo?
— Quantas vezes seu corpo aguentar — ele respondeu, e a virou de bruços.
Ela arqueou as costas, sentindo o toque quente das mãos dele deslizarem por suas costas até os quadris. Rodrigo a segurou com firmeza, beijando cada vértebra até o cóccix, e então desceu novamente com a boca entre suas pernas, fazendo-a estremecer.
— Você tem gosto de vício — murmurou contra a pele molhada dela. — E eu não sou do tipo que larga fácil.
Leyla respondeu com um gemido grave, perdendo-se novamente na dança que ele conduzia. As horas seguintes foram um desfile de sensações. Fizeram amor contra a parede, na bancada da cozinha, e até no chão do corredor, entre beijos urgentes e sorrisos cúmplices. Ele a segurava pelos pulsos quando queria o controle, mas a deixava montar nele com uma expressão devota quando ela assumia o comando. Eram dois corpos em sincronia, jogando um jogo onde não havia vencedores, apenas prazer.
Por fim, já com os primeiros sinais da madrugada tingindo o céu de azul-acinzentado, Leyla se encolheu contra o peito dele, no colchão bagunçado que haviam puxado da cama para a sala. O silêncio entre eles não era desconfortável — era carregado. Cheio de uma tensão quase agridoce, como se soubessem que aquilo tinha hora pra acabar.
Rodrigo olhou o relógio no celular, e soltou um suspiro leve.
— Preciso ir… tenho um compromisso cedo. Daqueles que não dá pra adiar.
Enquanto ele se vestia, ela se levantou e pegou o celular, já sentindo aquela estranha pontada no peito — o tipo que acontece quando se sabe que algo foi intenso demais pra ser apenas uma noite.
— Toma, disse, entregando o celular desbloqueado pra ele. — Digita seu número aí. Assim, se você sumir, eu tenho onde cobrar.
Ele deu um sorriso de canto, aceitando.
— Só se você prometer não me esquecer.
— Isso seria impossível — respondeu Leyla, com aquele brilho desafiador nos olhos.
Rodrigo digitou o número e, antes de salvar o contato, olhou para ela por cima da tela.
— Posso salvar como quiser?
— Vai depender da criatividade.
Ele escreveu e mostrou:
"– Perdição"
Ela riu, divertida, e pegou o celular Dele.
— Então, justiça seja feita.
Digitou e mostrou a tela:
" – Tentação"
O riso dele foi baixo, rouco. Tinha algo de verdadeiro naquele momento, como se mesmo sem saber das vidas um do outro, eles tivessem se marcado de um jeito que ia demorar a desaparecer.
Ele se aproximou, segurou o rosto dela com as duas mãos e deu um beijo lento e cheio de promessa. Não era um adeus. Era um “até”.
— Espero que a vida seja boa o suficiente pra me colocar de novo no seu caminho — murmurou, ainda próximo.
— Ou cruel o bastante pra nos forçar a repetir essa loucura — provocou ela, sorrindo.
Rodrigo saiu em seguida, deixando apenas o cheiro no ar, os lençóis desfeitos e a certeza mútua de que aquela noite não ia acabar ali.
Leyla ficou parada por um tempo, encarando a porta fechada. Tocou os lábios, ainda sensíveis do último beijo, e suspirou.
Ela sabia o nome dele.
Ele sabia o dela.
Mas nenhum dos dois fazia ideia de que o destino as vezes é mais cruel do que se pode imaginar.
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Atualizado até capítulo 65
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