Desejos que queimam

A noite avançava, e as luzes do bar "Noite Sem Lei" refletiam nos olhos atentos de Gabriel, que não desgrudava o olhar de Enzo e Laura. Havia algo naquele triângulo que, mesmo sem palavras, já começava a pegar fogo.

Enzo puxou Laura pelo braço, com firmeza, sem se importar com quem estivesse olhando.

— Preciso falar com você. Agora. — sua voz era firme, possessiva.

Laura tentou disfarçar o desconforto, mas não era fácil. O olhar de Gabriel seguia cada movimento dela, como se tentasse entender se ela estava ali por escolha... ou por sobrevivência.

Eles atravessaram o corredor dos fundos e entraram no escritório de Enzo, uma sala pequena, com paredes escuras, móveis de madeira rústica, uma mesa cheia de dinheiro espalhado, armas e uma garrafa de whisky pela metade.

Assim que a porta se fechou, ele largou o braço dela e se virou, passando a mão pelo rosto, irritado.

— Quem é aquele cara? — perguntou, encarando-a, olhos semicerrados.

Laura cruzou os braços, tentando soar natural.

— Um cara qualquer, Enzo. Disse que quer fazer negócios.

Ele se aproximou, tão perto que Laura podia sentir a respiração quente dele.

— E você... tava sorrindo pra ele. — sua voz saiu baixa, mas carregada de ameaça.

— Eu estava trabalhando. — rebateu, sem recuar. — Faz parte, ou não faz?

Enzo apertou o maxilar, respirando pesado. Por alguns segundos, eles ficaram se encarando, e o silêncio virou uma guerra de olhares.

Até que, de repente, ele segurou seu queixo com força e puxou-a para um beijo selvagem, intenso, como se quisesse marcá-la, provar que ela era dele. Laura tentou resistir por um segundo... mas seu corpo já não obedecia mais.

As mãos dele desceram pela sua cintura, segurando-a com força, apertando-a contra seu corpo. O beijo tinha gosto de desejo, de posse, de perigo.

Mas, no fundo, algo dentro dela estava diferente. Uma voz silenciosa que dizia: "Você não é dele. Nunca foi."

Ele se afastou, olhando nos olhos dela, sério.

— Eu não divido o que é meu, Laura. Fica longe daquele cara. — disse, passando os dedos pelo cabelo dela, puxando de leve. — Ou vai se arrepender.

Ela engoliu seco, segurando a onda, e respondeu, seca:

— Você esquece que eu não sou sua. — girou nos calcanhares e saiu, deixando Enzo parado, rangendo os dentes de raiva e desejo.

🔥 Do lado de fora...

Gabriel ainda estava no bar, mas algo o inquietava. O jeito que Enzo segurou Laura, o olhar possessivo, a tensão... tudo aquilo acendeu um alerta dentro dele.

"Se ela estiver no meio disso... pode ser minha chave pra entrar. Mas se for só mais uma peça presa nesse jogo... preciso tirá-la daqui."

Quando Laura voltou, os olhares deles se cruzaram. Ela tentou fingir naturalidade, mas seu corpo ainda queimava do toque de Enzo. E, pra piorar, aquele homem novo, misterioso, de olhar firme, a fazia perder o equilíbrio.

Ela se aproximou novamente do balcão, fingindo que não sentia seu coração prestes a explodir.

— Tá gostando do ambiente? — perguntou, tentando soar sarcástica.

Gabriel sorriu de canto, aquele sorriso que deixava qualquer mulher sem ar.

— Já vi lugares piores... e mulheres menos interessantes. — respondeu, direto.

Ela quase engasgou com a ousadia.

— Você é sempre assim? — arqueou a sobrancelha.

— Só quando encontro alguém que me tira do eixo. — respondeu, segurando o olhar dela de um jeito que fez sua pele arrepiar inteira.

Por um segundo, Laura se esqueceu de onde estava, de quem era, de quem mandava naquele mundo. O corpo dela reagia a ele de um jeito que nem Enzo, com toda sua intensidade, conseguia provocar.

Mas eles não estavam sozinhos.

De uma mesa ao fundo, dois dos capangas de Enzo observavam cada movimento, cada palavra, cada troca de olhar. E um deles já estava com o celular na mão, digitando uma mensagem rápida:

> — "Chefe, ela tá grudada no cara. Quer que a gente faça alguma coisa?"

Minutos depois, veio a resposta:

> — "Ainda não. Quero saber quem ele é primeiro. Só observem."

💥 Na porta do bar...

Quando Gabriel se levantou pra ir embora, Laura segurou seu braço, quase sem pensar.

— Ei... — sua voz saiu mais baixa, mais suave. — Cuidado com quem você mexe por aqui.

Gabriel virou-se devagar, segurando a mão dela no próprio braço.

— Vale pra você também. — respondeu, olhando nos olhos dela, deixando que ela sentisse que, naquele jogo... eles dois estavam mais conectados do que deveriam.

Ele soltou devagar a mão dela, e saiu.

Laura ficou parada, olhando ele se afastar, sentindo seu peito apertado, sua respiração descompassada e seu corpo... queimando.

"Que merda tá acontecendo comigo?", pensou.

E, do outro lado da rua, dentro de um carro preto, Enzo observava tudo de longe, com os olhos apertados, o maxilar travado, e um único pensamento:

"Se esse cara acha que pode chegar aqui... olhar pra ela... e sair andando assim... ele tá muito enganado."

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