O silêncio após minhas palavras caiu como uma névoa densa sobre a fronteira.
Ele não recuou.
Também não atacou.
Apenas me olhou — como se já me conhecesse. Como se meu lobo fosse uma extensão da alma dele.
— Qual é o seu nome? — perguntei, mesmo que parte de mim odiasse demonstrar qualquer interesse.
— Dante. — A resposta foi direta. Sem hesitação. — Dante Rael.
Amara respirou fundo ao meu lado.
— Esse nome não aparece nos registros oficiais. Nem entre os alfas conhecidos.
— Claro que não aparece — murmurou Kaela. — Se ele soubesse se esconder tão bem quanto mente, talvez a gente não o tivesse farejado antes.
Dante manteve o sorriso no rosto, como se a hostilidade em torno dele fosse apenas parte do jogo.
— Não sou um inimigo. Mas se continuar me tratando como um... posso virar.
Audácia.
O tipo de audácia que só um macho abençoado pelos deuses com força ou estupidez poderia exibir diante de uma alfa.
— Você está a um passo de descobrir o que significa provocar a rainha dos lobos — rosnou Selene, já com os punhos fechados e a energia prestes a explodir.
Mas ele ignorou todas elas.
Seus olhos estavam em mim.
Como se tudo ao redor não importasse. Como se eu fosse a única presença viva na floresta.
E maldita seja a força da ligação, porque eu sentia o mesmo.
Meu corpo inteiro ainda gritava com a presença dele.
Cada instinto, cada músculo, cada célula parecia reagir à aproximação daquele macho.
Companheiro.
O elo era claro como o céu da meia-noite.
Mas eu não era uma loba comum. E não seria arrastada por um destino que ousasse se opor à minha coroa.
— Isso não muda nada — sibilei, firme. — Você não é bem-vindo aqui. Se quiser continuar inteiro, sairá por onde entrou.
Ele ergueu levemente uma sobrancelha.
— Eu não vim apenas por você.
— Ah, não? — cruzei os braços. — Então explique. Antes que eu mande minha gama arrancar seus olhos.
O sorriso dele sumiu. O olhar dourado se tornou sério. Tenso.
— Há algo vindo. Algo que está se movendo entre as matilhas, silenciosamente. Eu vim porque ouvi rumores. Sobre um ataque iminente. E... sobre você.
Meu estômago se revirou.
A ameaça.
Faz semanas que sentíamos movimentações estranhas nas fronteiras externas. Animais desaparecendo. Cheiros desconhecidos à espreita.
Mas nenhuma prova. Nenhum rosto. Até agora.
— Você espera que eu confie em você? — perguntei. — Um estranho, sem matilha, sem registro, que diz sentir um elo e depois joga uma profecia no meu colo?
— Não — ele respondeu. — Espero que me ouça. Pelo menos o suficiente para não colocar sua matilha em risco.
Kaela me lançou um olhar rápido. Amara franziu o cenho.
Selene já queria lutar.
Mas antes que qualquer palavra fosse dita, o chão tremeu.
Um rugido ecoou pela floresta. Não era lobo.
Era algo... corrompido.
Minhas garras se estenderam. Os olhos de Dante brilharam.
— Merda — ele murmurou. — Eles chegaram mais cedo do que eu esperava.
E então, da mata à esquerda, surgiram os olhos vermelhos.
Vários.
Cercando. Esperando. Famintos.
— A matilha para formação! — gritei. — Protejam os filhotes e recuem as mulheres para o círculo interno!
— Alfa — Kaela se aproximou, a voz grave — esses não são lobos normais.
— Não, não são — Dante rosnou. — São criaturas do Submundo. Criadas para caçar... alfas.
Os olhos dele cruzaram com os meus.
E naquele segundo, eu soube: ele estava dizendo a verdade.
Ele não viera para me seduzir.
Ele viera para me salvar.
E se eu quisesse manter minha coroa...
teria que lutar ao lado do meu companheiro.
O silêncio após minhas palavras caiu como uma névoa densa sobre a fronteira.
Ele não recuou.
Também não atacou.
Apenas me olhou — como se já me conhecesse. Como se meu lobo fosse uma extensão da alma dele.
— Qual é o seu nome? — perguntei, mesmo que parte de mim odiasse demonstrar qualquer interesse.
— Dante. — A resposta foi direta. Sem hesitação. — Dante Rael.
Amara respirou fundo ao meu lado.
— Esse nome não aparece nos registros oficiais. Nem entre os alfas conhecidos.
— Claro que não aparece — murmurou Kaela. — Se ele soubesse se esconder tão bem quanto mente, talvez a gente não o tivesse farejado antes.
Dante manteve o sorriso no rosto, como se a hostilidade em torno dele fosse apenas parte do jogo.
— Não sou um inimigo. Mas se continuar me tratando como um... posso virar.
Audácia.
O tipo de audácia que só um macho abençoado pelos deuses com força ou estupidez poderia exibir diante de uma alfa.
— Você está a um passo de descobrir o que significa provocar a rainha dos lobos — rosnou Selene, já com os punhos fechados e a energia prestes a explodir.
Mas ele ignorou todas elas.
Seus olhos estavam em mim.
Como se tudo ao redor não importasse. Como se eu fosse a única presença viva na floresta.
E maldita seja a força da ligação, porque eu sentia o mesmo.
Meu corpo inteiro ainda gritava com a presença dele.
Cada instinto, cada músculo, cada célula parecia reagir à aproximação daquele macho.
Companheiro.
O elo era claro como o céu da meia-noite.
Mas eu não era uma loba comum. E não seria arrastada por um destino que ousasse se opor à minha coroa.
— Isso não muda nada — sibilei, firme. — Você não é bem-vindo aqui. Se quiser continuar inteiro, sairá por onde entrou.
Ele ergueu levemente uma sobrancelha.
— Eu não vim apenas por você.
— Ah, não? — cruzei os braços. — Então explique. Antes que eu mande minha gama arrancar seus olhos.
O sorriso dele sumiu. O olhar dourado se tornou sério. Tenso.
— Há algo vindo. Algo que está se movendo entre as matilhas, silenciosamente. Eu vim porque ouvi rumores. Sobre um ataque iminente. E... sobre você.
Meu estômago se revirou.
A ameaça.
Faz semanas que sentíamos movimentações estranhas nas fronteiras externas. Animais desaparecendo. Cheiros desconhecidos à espreita.
Mas nenhuma prova. Nenhum rosto. Até agora.
— Você espera que eu confie em você? — perguntei. — Um estranho, sem matilha, sem registro, que diz sentir um elo e depois joga uma profecia no meu colo?
— Não — ele respondeu. — Espero que me ouça. Pelo menos o suficiente para não colocar sua matilha em risco.
Kaela me lançou um olhar rápido. Amara franziu o cenho.
Selene já queria lutar.
Mas antes que qualquer palavra fosse dita, o chão tremeu.
Um rugido ecoou pela floresta. Não era lobo.
Era algo... corrompido.
Minhas garras se estenderam. Os olhos de Dante brilharam.
— Merda — ele murmurou. — Eles chegaram mais cedo do que eu esperava.
E então, da mata à esquerda, surgiram os olhos vermelhos.
Vários.
Cercando. Esperando. Famintos.
— A matilha para formação! — gritei. — Protejam os filhotes e recuem as mulheres para o círculo interno!
— Alfa — Kaela se aproximou, a voz grave — esses não são lobos normais.
— Não, não são — Dante rosnou. — São criaturas do Submundo. Criadas para caçar... alfas.
Os olhos dele cruzaram com os meus.
E naquele segundo, eu soube: ele estava dizendo a verdade.
Ele não viera para me seduzir.
Ele viera para me salvar.
E se eu quisesse manter minha coroa...
teria que lutar ao lado do meu companheiro.
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Atualizado até capítulo 54
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