Isabella Valmont

Isabella Valmont

C .01

Prólogo

A chuva caía fina, quase silenciosa, contrastando com o caos que tomava conta de dentro dela. O vento frio tocava sua pele, mas não era nada comparado ao gelo que se espalhava em seu peito.

— Você mentiu... — a voz de Isabella tremia, não pelo frio, mas pela decepção. — Você não é quem eu imaginava. Foi tudo uma mentira... tudo uma mentira...

Ele tentou se aproximar, os olhos carregando uma urgência que, dias atrás, a teria feito ceder.

— Isabella, não foi... não foi sempre assim. No começo... talvez. Mas depois eu... eu gosto de você. De verdade. Eu não ia mais te fazer mal.

Ela riu. Um riso curto, amargo, quase infantil. Um som que doía mais do que qualquer palavra.

— Você tem noção do que fez comigo? — Ela deu um passo para trás, os olhos brilhando em lágrimas. — Brincou com meus sentidos, me fez acreditar, me fez sonhar... me apaixonar como uma boba. E tudo isso pra quê? Uma vingança idiota?

Ele abaixou os olhos. Culpa. Ou vergonha. Talvez os dois.

— Essa sua revanche... não vai mudar nada na sua vida. Só vai trazer vazio. Vazio esse que você vai sentir sozinho...

Ela virou de costas. O som dos saltos na calçada molhada se misturava ao eco de um coração partido.

E ele ficou ali. No meio da rua. Debaixo da chuva. Com o gosto amargo da verdade tarde demais.

Capítulo 01 – Um nome que brilha

O nome Isabella Valmont carregava peso. Não apenas por ser filha de Adam e Leonor Valmont, dois ícones respeitados no universo da moda e da alta sociedade, mas também por mérito próprio. Ela era ousada, criativa, elegante e dona de um olhar que via arte em cada dobra de tecido. Ainda jovem, já comandava sua própria equipe de criação na Maison Valmont, honrando o legado da mãe sem jamais viver à sua sombra.

— A nova coleção está impecável, Isa. Paris vai se render outra vez. — comentou Sophie, sua assistente, observando a modelo desfilar pela passarela improvisada no ateliê.

Isabella sorriu de lado. Estava acostumada aos elogios, mas havia aprendido a não se embriagar por eles.

— Não quero que se rendam. Quero que se apaixonem. — respondeu, ajustando com delicadeza o colarinho da modelo.

Naquele momento, Isabella não sabia que, do outro lado do oceano, alguém observava seu nome com outros olhos. Alguém com planos... com mágoas... e com uma missão.

Naquela mesma manhã, um homem recebia um dossiê com fotos, entrevistas, informações detalhadas da vida de Isabella Valmont.

— Ela é o coração do império Valmont agora. — disse a voz no telefone. — Se quiser desestabilizá-los, comece por ela.

Ele não respondeu de imediato. Apenas encarou a foto no topo da pasta. A mulher sorria, radiante, confiante. Inalcançável.

— Você vai conseguir se aproximar? — insistiu a voz do outro lado da linha.

Ele fechou o arquivo, lentamente, e respondeu com frieza:

— Ela não vai nem perceber.

O encontro que não era destino, mas parecia Paris, primavera. O sol tingia as pedras da Rue de Rivoli com um dourado tímido, enquanto Isabella caminhava apressada, o salto ecoando firme no piso de mármore do lobby do Hotel du Louvre. Ela havia esquecido um croqui importante no quarto e a reunião com investidores italianos começaria em menos de meia hora.

Ao dobrar o corredor, seus ombros se chocaram com alguém que saía do elevador.

— Oh, me desculpe! — ela disse, abaixando-se para pegar os papéis que caíram ao chão.

— Não foi nada. A culpa foi minha... — respondeu a voz grave e firme, num francês impecável com um leve sotaque italiano.

Isabella ergueu os olhos, encontrando o homem que a encarava com intensidade. Ele tinha um paletó escuro perfeitamente cortado, barba bem-feita, cabelo arrumado com naturalidade e um olhar tão cativante quanto perigoso. Gael D’Angelo.

— Você está bem? — ele perguntou, oferecendo os papéis com um sorriso educado.

— Sim, obrigada... — ela disse, recebendo os croquis.

— Esses desenhos... são seus? — ele perguntou, curioso ao vislumbrar as linhas finas no papel.

— Sim... Sou estilista. — respondeu com simplicidade.

Ele sorriu, como se algo dentro dele se confirmasse.

— Gael D’Angelo. — estendeu a mão. — Empresário. Estou de passagem por Paris. Mas parece que acabei de esbarrar em talento.

Isabella apertou sua mão, levemente desconfiada.

— Isabella. Isabella Valmont.

— Valmont... claro. — disse ele, como quem apenas agora associava. — Faz sentido. O olhar confiante, a postura... O império da moda francês tem rosto.

Ela riu, achando o comentário exagerado.

— Exagero de italiano. — brincou, virando-se para ir embora.

— Os italianos podem exagerar no charme... mas nunca erram quando veem algo especial. — ele respondeu, e o sorriso dela se desfez apenas por um segundo, tocada de leve pela frase.

Ela não sabia, mas aquele homem que acabava de conhecer não era apenas um empresário. Ele era o começo do seu maior romance. E da sua maior dor.

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Fim do capitulo!

🖤Gosto?

🖤curti e comenta

🖤 até a próxima tchauu

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Comments

Dora Silva

Dora Silva

já estou com o coração apertado ela não merece passar por isso 😔

2025-07-19

1

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