Adriele estava parada no corredor vazio, os olhos fixos na porta do armário, ainda sentindo o peso do caderno nas mãos, como se ele fosse a chave para um mistério que ela não estava pronta para desvendar. Ela olhou para o lado, mas Samy já havia desaparecido nas sombras, deixando um vazio na atmosfera, um silêncio absoluto, quebrado apenas pela constante batida da chuva nas janelas. Seu coração batia descompassado, ainda tentando entender o que havia acontecido, o que ele havia dito. Aquelas palavras, “Agora o jogo começa”, ecoavam em sua mente. Mas o que isso significava?
Ela virou a capa do caderno, os dedos tocando as páginas amareladas, ainda com as marcas do sangue. A sensação de que algo estava errado, muito errado, pairava no ar. A frase, com letras vermelhas, se destacava: “Você não é quem pensa que é. E ele já sabe.”
“Ele”. Samy.
Adriele sentiu uma onda de frio percorrer sua espinha. Mas o que mais a assustava não era o fato de ele estar observando-a. Era o fato de que, de alguma maneira, ela estava atraída por ele. Havia algo nele que a deixava desconfortavelmente curiosa, algo que parecia chamá-la para a escuridão, como uma maré irresistível. Mas ela não poderia se deixar levar por isso, não podia ceder a algo tão perigoso. Não era assim que ela havia sido criada. Ela sempre teve controle sobre suas emoções. Mas a presença de Samy era como um veneno suave, que invadia sua mente e fazia com que ela questionasse tudo o que sabia sobre si mesma.
“Mas o que ele sabe sobre mim?”, pensou ela, apertando o caderno contra o peito. A resposta ainda estava além do alcance. Ela sabia que Samy não era apenas um estudante qualquer. Ele era o enigma da escola, o centro de todas as fofocas e rumores. E agora ele estava dentro de seu mundo, trazendo com ele uma tempestade de mistério e desejo.
Ela olhou em volta, certificando-se de que não havia ninguém por perto. As luzes do corredor ainda piscavam, e a atmosfera estava pesada. De repente, um som distante de passos interrompeu seus pensamentos. Ela olhou para o fim do corredor, os olhos automaticamente se ajustando à penumbra. Mas ninguém apareceu. Ela suspirou, tentando se acalmar. Mas a sensação de estar sendo observada não a deixou. Samy ainda estava por aí, provavelmente observando-a de algum lugar, se divertindo com o caos que havia causado.
Adriele decidiu que não poderia ficar ali, na escuridão, se deixando consumir pelos próprios pensamentos. Ela precisava de respostas, e agora sabia que só havia uma pessoa que poderia fornecê-las. Ela precisava encontrar Samy. Mas a última coisa que ela queria era se envolver mais profundamente nesse jogo perigoso que ele havia proposto. Porém, ela não tinha escolha. O destino já estava selado.
Enquanto caminhava rapidamente pelos corredores, seu corpo estava em alerta. A tensão a envolvia, e o ar parecia cada vez mais pesado. A escola, com suas paredes frias e antigas, parecia mais um labirinto agora, com cada esquina escondendo um segredo, cada corredor levando-a mais fundo em algo que ela não compreendia completamente. A verdade estava ali, bem à sua frente, mas ela ainda não sabia como alcançá-la.
Ela se aproximou da sala de informática. A porta estava entreaberta, uma luz fraca escapando da fresta. Ela hesitou por um momento, mas depois empurrou a porta. O som do metal raspando na madeira foi alto demais para o seu gosto. Dentro, a sala estava vazia, exceto por um computador ligado. Samy não estava lá, mas havia algo em sua mente que dizia que ele a observava, que ele a seguia.
Ela olhou para a tela do computador, onde a imagem de uma página em branco apareceu. Mas não era uma página qualquer. Havia algo mais ali. Algo que ela não sabia o que era, mas que chamava sua atenção. Ela sentiu uma energia pesada na sala. Algo estava prestes a acontecer, algo que mudaria tudo.
Ela olhou para o caderno mais uma vez, decidido a não ceder à dúvida. Era hora de seguir em frente. A próxima jogada estava prestes a ser feita.
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Atualizado até capítulo 23
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